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Paris 2024

Arbitragem é alvo de reclamações do Brasil em diversas modalidades

Acréscimo “até empatar” no futebol feminino, contra a França, foi somente uma das polêmicas envolvendo atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos

reclamação arbitragem paris 2024
Dezesseis minutos de acréscimo, que viraram 19 (Rafael Ribeiro/CBF)

Paris – Causou revolta os intermináveis 19 minutos de acréscimos que a arbitragem deu no segundo tempo da partida entre Brasil e França pelas quartas de final do futebol feminino dos Jogos de Paris. Coincidência, ou não, o time da casa perdia por 1 a 0 e buscava incansavelmente o empate para levar para a prorrogação. Não deu, mas não foi pequena a revolta dos torcedores brasileiros que invadiu as redes sociais. E também não foi a primeira nem a única desavença.

Indeterminado?

O judô foi outro esporte com arbitragem duvidosa contra o Brasil e a favor da França. Na luta entre Rafael Macedo contra o francês o francês Maxime Ngayap Hambou, valendo a medalha de bronze. Diante do ginásio lotado e torcendo pelo francês, Rafael Macedo lutou melhor e com mais iniciativa de golpear. Apesar disso, a arbitragem deu duas punições para os dois atletas. A primeira por falta de combatividade de ambos e a segunda por cada um evitar a pegada na manga do outro.

Rafael Macedo no judô de Paris-2024 Brasil
Arbitragem caseira contra Rafael Macedo? (Luiza Moraes/COB)

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Com dois shidos para cada lado, quem levasse mais um, perdia a luta. O atleta do Brasil seguiu com a iniciativa do combate e conseguiu derrubar duas vezes o francês, mas a arbitragem não viu waz-ari em nenhuma delas, gerando as primeiras reclamações. Para piorar, quando faltavam cinco segundos para o fim da luta, mesmo com o brasileiro mais ativo, a arbitragem aplicou nele mais uma punição, o que deu a vitória ao francês. A dúvida da marcação ficou ainda maior quando o site oficial dos Jogos não apresentou a justificativa para a punição, apontado apenas um lacônico “indeterminado”.

Amigo do adversário

No surfe, o juiz australiano Benjamin Lowe foi afastado do corpo de arbitragem dos Jogos Olímpicos de Paris após o surfista brasileiro Pedro Scooby postar nas redes sociais uma foto de Lowe abraçado com o australiano Ethan Ewing, que poderia enfrentar Gabriel Medina ou João Chianca em uma semifinal. Além disso, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) já havia enviado uma carta à federação internacional de surfe (ISA), que organiza o surfe nos Jogos, citando o juiz por notas baixas para brasileiros no circuito mundial e nos jogos de Tóquio.

Gabriel Medina no surfe dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Medina em nos Jogos (William Lucas/COB)

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“A ISA está ciente de uma foto que está circulando nas redes sociais, na qual um dos juízes de surfe olímpico da Austrália é visto interagindo socialmente com um atleta australiano e o chefe da equipe. É inadequado que um juiz interaja dessa maneira com um atleta e sua equipe. Para proteger a integridade e a justiça da competição em andamento, e de acordo com o Código de Conduta da ISA e o Código de Ética do COI, o Comitê Executivo da ISA decidiu remover o juiz do painel de julgamento pelo restante da competição”, diz comunicado da federação sobre o ocorrido.

Marcha atlética e Triatlo

Na marcha atlética, Caio Bonfim conquistou a medalha de prata, mas reclamou das punições que recebeu. Foram duas, o que deixou brasileiro com risco de ter que cumprir dois minutos de paralisação caso recebesse a terceira. Se isso tivesse ocorrido, provavelmente não teria conseguido chegar ao sonhado pódio. “Você vê que na câmera de chamada, eles chamam cinco atletas, quatro são europeus, uma prova europeia. E aí tem dois sul-americanos liderando a prova, alguém tinha que tomar a falta. Mas eu sou brasileiro, não desisto, é na raça. Consegui manter a técnica, o equilíbrio e levar essa medalha pra casa”, disparou Caio Bonfim, ao GE.

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No triatlo, Miguel Hidalgo completou na décima colocação em Paris, melhor campanha do Brasil na modalidade em Jogos. Após cruzar a linha de chegada, reclamou da falta de penalidade para os adversários durante a natação. “Passei a boia em primeiro, tava em terceiro e, quando chegou embaixo da ponte, comecei a apanhar muito. Foram desonestos comigo”, disse. Ele acrescentou que tudo ocorreu num lugar escondido, longe das câmeras e drones de filmagens.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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