Com sua primeira participação em Jogos Olímpicos, Ana Vitória Magalhães, a Tota, fechou a prova de ciclismo com a 74ª colocação. Dessa forma, a ciclista nacional completou a prova em 4h10min47s, cerca de 11 minutos depois da campeã, Kristen Faulkner. A brasileira não ficou satisfeita e projeta medalha na edição de Los Angeles-2028.
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Tem dois anos que Tota pedala profissionalmente. Recentemente, a brasileira ganhou destaque ao brigar pela camisa de rainha da montanha no Giro D’Itália e foi campeã nacional de contrarrelógio. Ela quer incentivar novas ciclistas no país e continuar competindo em alto nível contra as principais ciclistas do mundo nas provas europeias. Em uma de suas declarações recentes, falou que quer revolucionar o esporte no Brasil.
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Para tudo isso acontecer, ainda é preciso tempo e mostrar mais resultados, seja com sua equipe a Be-Pink, seja carregando a bandeira nacional. No entanto, mesmo com pouca experiência no circuito internacional, Tota não ficou satisfeita com a prova que fez: “Uma b****! Não me senti bem. Tem dias que o esporte é um pouco cruel. Fiz uma ótima preparação. Infelizmente, não foi um bom dia em cima da bicicleta. Mas acho que faz parte, foi a primeira Olimpíada. Então, é tentar olhar a parte positiva de tudo. E, enfim, focar aí nos próximos objetivos”.
A prova
Tota teve que percorrer 159,7 km de distância com 1700m de ganho de altimetria pelas ruas de Paris. Foi uma prova que alternou a liderança em muitas mãos de ciclistas diferentes. A princípio, Awa Bamogo, de Burkina Faso, tentou uma fuga, que rapidamente foi neutralizada. Em seguida, Nora Jenkusova, da Eslováquia puxou a fila por um tempo.
Dessa forma, pequenas fugas de algumas ciclistas se alternavam na liderança e com poucos minutos ou mesmo segundos de vantagem. Com menos de 50 km faltando, um grupo de nove ciclistas liderava, com a presença da bicampeã olímpica (2008 e 12), Marianne Vos, da Holanda. Além disso, estava nesse grupo Kristen Faulkner, dos Estados Unidos, e Blanka Vas, da Hungria. Então, se juntou Lotte Kopecky, da Bélgica para fecharem dez atletas.
Desse modo, com uma aceleração e um ataque precoce, a holandesa e húngara abriram e parecia que o ouro ficaria para uma das duas. No entanto, faltou pernas e a estadunidense e a belga foram buscar o grupeto. Todavia, Kristen não pensou em negociar uma disputa para os três quilômetros finais e arrancou sozinha para vencer com o tempo de 3h59min23s.
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As outras três ciclistas da fuga ficaram 58 segundos para trás e decidiram o restante do pódio, com Marianne Vos em segundo e Kopecky em terceiro. Blanka teve o mesmo tempo registrado de 4h00min21s, mas ficou fora do pódio no sprint. 11min24s depois, chegou Tota.
Pensamento no futuro
Tota Magalhães apresentou uma mentalidade e uma postura, ao final da prova, muito mais focada já no próximo ciclo olímpico do que lamentando o que aconteceu em Paris. “O tanque estava vazio e tenho que entender o porquê. Acho que também buscar muita resposta não vai adiantar muita coisa, é olhar para frente e seguir. Vim com a cabeça de ser uma esponja e aprender o máximo possível para, em Los Angeles, chegar para disputar. Ainda não caiu a ficha que eu estou aqui na Olimpíada, é muito cedo, preciso absorver tudo, vou tirar uns dias para pensar um pouco”.
Ao ser questionada sobre o que vislumbra para Los Angeles, Tota foi enfática: “Medalha. E eu vou em busca dela”.
Contribuiu com a entrevista em Paris, André Rossi.