Qual atleta você mais gostaria de ver na Vila Olímpica? Muitos devem pensar em astros da NBA, estrelas do tênis ou qualquer outro esportista de projeção internacional. Rafaela Silva queria simplesmente ver Ketleyn Quadros, uma companheira diária. O encontro entre as duas era raro em Jogos Olímpicos porque elas disputavam vaga na seleção. Mas neste sábado (3), elas subiram juntas ao pódio para receberem a medalha de bronzes por equipes.
Porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Tóquio e primeira mulher a conquistar uma medalha em disputas individuais para o País, “Kequinha” é o maior referência para Rafaela.
“A Ketleyn é o astral. A gente precisa dar uma risada, a Ketleyn ri, a delegação inteira ri. É uma peça muito importante dentro da equipe e ela inspira tantas pessoas. Eu sabia que eu ia precisar ralar muito para entrar no lugar da Ketlyn se eu quisesse sonhar com Mundial e Olimpíada, então com certeza ela me ajudou a evoluir e crescer não só como uma atleta, mas como ser humano também”, elogiou Rafaela.
As medalhistas eram concorrentes na categoria até 57 quilos. Ainda jovem, Rafaela Silva era a companheira de treinos de Ketleyn e já foi derrubada muitas vezes para ajudar no condicionamento da amiga.
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“Quando eu tive o privilégio de ser selecionada para ser sparring da equipe que ia representar o Brasil em Pequim foi um momento muito especial. Eu me doei 100% ali porque era o sonho da Ketlyn, estar em uma Olimpíada disputando uma medalha. Eu fiquei muito feliz quando ela conquistou a primeira medalha de esporte individuais. Foi ali que eu comecei a almejar participar de Mundial, participar de uma Olimpíada. Então, com certeza dividir esse pódio com a Ketleyn num momento como esse é muito especial, porque ela me inspirou lá atrás e hoje a gente está vivendo esse momento juntas.”
A carioca passou a se destacar e foi a convocada para os Jogos de Londres-2012 e Rio-2016. Lutando em casa, Rafaela conquistou o ouro olímpico. Ketleyn subiu de peso, foi para as duas últimas edições dos Jogos e agora divide as glória com quem um dia foi sua pupila.
“É a realização de um sonho, de que uma ajudou a medalha da outra. Que uma ajudou a outra a crescer. E no judô a gente tem isso como um trunfo. A gente vive compartilhando com nossos ídolos, treinando juntas. Então, não tem como ser diferente, você não crescer treinando com a campeã olímpica da sua categoria. A gente treina, se espelha, divide o mesmo sonho”, celebrou Ketleyn.
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