Paris – Conquistar uma medalha por equipes é simbólico. O judô chegou à quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Paris neste sábado (3) para coroar um grupo composto por veteranos históricos e jovens campeões.
Em Londres-2012, o esporte também havia conquistado quatro medalhas, sendo um ouro e três bronzes. Agora, a prateleira é preenchida por um ouro, uma prata e dois bronzes.
As conquistas individuais representam uma geração promissora. Beatriz Souza (ouro) e Willian Lima (prata) subiram ao pódio logo na primeira participação em Olimpíadas. Larissa Pimenta (bronze) cumpre com o segundo ciclo, mas tem 25 anos e muito judô pela frente.
O talento desses medalhistas foi somado à experiência de nomes que foram alçados a um lugar especial no esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil em Olimpíadas, com 27 condecorações. Se o assunto é simbologia e história, nada melhor que o roteiro guardasse para Rafaela Silva a responsabilidade de fazer a luta final pela medalha.
“Eu queria lutar de novo, eu tava muito focada, muito determinada. Na última vez que eu lutei com essa atleta da Itália (Veronica Toniolo), ela conseguiu me enrolar com esse judô da Itália que fica fazendo volume para querer a punição. Eu falei ‘Sensei, gente que luta assim só me enrola uma vez’. Eu entrei focada, determinada e consegui essas duas vitórias pro Brasil”, detalhou a campeã da Rio-2016 e agora, bronze em Paris-2024.
Quem também chegou a uma marca história foi Rafael Silva, o Baby. Aos 37 anos, ele se tornou o judoca mais velho a ganhar uma medalha olímpica no judô em Olimpíadas. O atleta já tinha conquistado esta façanha em mundiais, em 2023, quando foi bronze em Doha (Catar), aos 36 anos.
A velha guarda do judô brasileiro ainda teve a contruibuição de Ketleyn Quadros. Ela foi a primeira mulher a conquistar uma medalha individual para o Brasil em Olimpíadas,com o bronze em Pequim-2008. Dezesseis anos depois, ela conquistou mais um bronze.
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“Viver um sonho de alto rendimento é viver todos os dias acordando, sabendo o porquê você está acordando, o porquê de você estar se dedicando e treinando. E isso é de uma intensidade tão alta que vai passando os anos e você não percebe. A gente praticamente vive de quatro em quatro anos”, detalhou.
Medalhistas
Todos os atletas inscritos na competição por equipes recebem a medalha. São eles Larissa Pimenta, Rafaela Silva, Ketleyn Quadros, Beatriz Souza, Daniel Cargnin, Willian Lima, Rafael Macedo, Guilherme Schmidt, Leonardo Gonçalves e Rafael Silva.
“Lutar em equipe é algo totalmente diferente, é um sentimento único, é um momento que um se entrega ali pelo outro. Acho que o judô é o esporte individual mais coletivo que existe. É incrível sentir a sinergia, ver que a gente tá dando corpo e alma e espírito ali em cima do tatame, um pelo outro para trazer a medalha. O resultado veio, não tem como não ficar extremamente feliz com isso e ainda mais levar duas medalhas olímpicas para casa. É mais do que um sonho realizado”, extravasou Beatriz Souza, que lutou oito vezes em 24 horas e só perdeu um combate.
O grupo fez questão de mencionar Mayra Aguiar. A tricampeã mundial e donas de três bronzes olímpicos foi eliminada na primeira luta em Paris. Após o combate, a lenda do judô brasileiro revelou que lutou no limite por conta dores que a acompanharam durante todo este ciclo.
“Independente dela estar aqui ou não, ela faz parte da equipe. Então, essa medalha também é por ela, a gente luta aqui por todos, até pela comissão técnica, todo mundo que merece, todo mundo que trabalhou intensamente pra esse ciclo. A gente merece esse resultado, a gente merece essa medalha e a felicidade”, completou a Beatriz sobre a companheira. Mayra já deixou a delegação brasileira.
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