Paris – A Olimpíada de Paris é a última na carreira de Rafael Silva. Aos 37 anos, Baby foi presença frequente nas decisões de uma das categorias de maior nível no judô mundial. Após ser eliminado logo na luta de estreia, nesta sexta-feira (2), o judoca que ostenta duas medalhas olímpica valorizou a carreira e projetou o futuro do judô brasileiro entre os pesados.
“Acho que foi um legado importante. Acho que eu consegui inspirar atletas a entrarem no judô, a gostar de esporte olímpico e eu espero ver outros pesados aí quebrando os meus recordes e superando as medalhas olímpicas, que é para isso que foi minha carreira. Acho que sempre (foi) com esse intuito de demonstrar os valores do esporte para todo mundo e poder trazer mais gente para o judô”, analisou.
O atleta nascido em Campo Grande (MS) participou de quatro edições olímpicas. Os bronzes foram conquistados em Londres-2012 e na Rio-2016. Baby acumula ainda quatro pódios em mundiais, além de 26 premiações em competições do circuito internacional. Em Jogos Pan-Americanos, o judoca mais velho da seleção brasileira obteve uma prata e um bronze.
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Baby disse que ainda deve participar de algumas competições nacionais antes de pendurar o kimono, mas deixou claro que a aposentadoria está chegando. Ele ainda não sabe exatamente o que vai fazer, mas quer continuar com a dedicação ao esporte.
“Acho que é muito importante continuar envolvido com o esporte, continuar entregando. A gente teve muitas experiências boas aqui dentro e, de certa forma, a gente conhece alguns caminhos que facilitam, que são alguns atalhos importantes para essa galera que está chegando”, explicou.
Após quatro ciclo olímpicos, o Brasil terá um novo nome na categoria até os pesados. Baby já projetou essa transição. “Tem um spoilerzinho. Eu acho que o (Rafael) Buzzacarini vai subir para o pesado, tem muito potencial. E tem os mais novos aí que estão subindo da categoria de base. Eu acho que eu parando, o David (Moura) também parou, fica um gapzinho na categoria, mas a minha intenção é preparar um pesado o mais rápido possível para poder continuar esse legado”, elucidou.
Último ciclo olímpico
Baby chegou bem cotado na reta final deste ciclo olímpico. Ele ficou com o bronze no Mundial de Doha, no Catar, e se tornou o atleta mais velho a conquistar uma medalha no torneio. Na época, ele tinha 36 anos.
Na luta desta manhã na França (madrugada no Brasil), Rafael Silva perdeu para Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, que ocupa a 17ª colocação do ranking mundial. Com 2m06 de combate, o brasileiro acumulava duas punições por falta de combatitividade. Faltando pouco mais de um minuto para o fim do combate, o europeu aplicou um Yoko-shiho-gatame, uma técnica de imobilização, e venceu o combate.
Baby ainda está inscrito para a disputa por equipes, que será realizada neste sábado (2). O Brasil vai encarar o Cazaquistão nas oitavas de final.
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