Eliminado na primeira rodada dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 após um waza-ari que não concordou, o brasileiro Leonardo Gonçalves afirmou que o judô está cada vez mais interpretativo e difícil de ser compreendido. Leo também disse que, nesta edição, estão havendo muito mais decisões polêmicas contra do que a favor o Brasil.
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“Para quem é um amante do judô, é um assunto difícil. Eu amo judô, por tudo o que ele fez por mim, e realmente acho que está sendo um pouco difícil para entender, até mesmo para os atletas, técnicos e arbitragem. Às vezes eles mesmos estão se confundindo um pouco”, falou Leo Gonçalves, que disputa a Olimpíada pela primeira vez na carreira.
“Às vezes é percepção minha, às vezes é impressão dos torcedores. Nós temos esse lado como atleta também e a gente fica chateado. Antes de ser atleta, eu era um fã do judô e às vezes esses muitos detalhes confundem o público em casa. Às vezes tenho que explicar para minha mulher, para minha mãe e para todo mundo o que aconteceu. Ninguém entende e, às vezes, nem eu entendo”, disse.
A eliminação de Leo
Paulista de 28 anos, Leo Gonçalves competiu na categoria até 100kg e perdeu na primeira rodada para o emiradense Dzharar Kostoev. O brasileiro tomou um waza-ari no início da luta, mas devolveu a pontuação e empatou o duelo. A luta foi para o golden score e, em um lance em que não foi claro quem realizou o ataque, a arbitragem assinalou waza-ari para o asiático.
Dessa forma, o judoca acabou eliminado. Ainda no tatame, assim que a decisão foi tomada, ele pareceu não concordar com a arbitragem e fez uma expressão de que não estava entendendo o que estava acontecendo. Em entrevista após a luta, ele não reclamou de forma efusiva sobre o resultado, mas indicou que a interpretação acabou sendo duvidosa.
“Eu não vi se ele caiu de lado ou não. Eu realmente caí com as costas no chão, mas não vi o movimento dele para me jogar. Mas a decisão é totalmente dos árbitros ali. Eu ficar indignado ou não, não muda a decisão deles. Eu acho que é um pouco de indignação também comigo. Tudo que eu fiz, eu tenho que chegar ali e dar um show. E eu não consegui fazer isso. Frustra um pouco o atleta isso”, explicou.
Eliminações polêmicas
Além de Leonardo Gonçalves, já houve alguns outros casos de indignação brasileira com a arbitragem nesta Olimpíada de Paris-2024, que foram decisivos para derrotas dos judocas do país. A principal delas foi a de Rafael Macedo, que tomou um terceiro shidô “sem explicação” na disputa pela medalha de bronze contra um atleta francês.
“Todos os esportes têm suas regras e o judô não foge disso. Quando é a favor do Brasil, a gente não reclama, mas quando é contra a gente reclama. Infelizmente, na Olimpíada aqui, a gente viu mais lances contra o Brasil. Isso é recorrente, infelizmente tende a acontecer mais contra o Brasil, não sei”, completou o atleta.