Paris – Gustavo Bala Loka ficou sem reação quando o OTD o perguntou sobre o sentimento de ser o melhor brasileiro da história do ciclismo em uma prova olímpica. “Caraca! Agora pegou a surpresa. Eu estou muito feliz de finalmente estar aqui, representando o meu país, de ter conseguido ficar em sexto”, exclamou o atleta que brilhou na pista do BMX Style nesta quarta-feira (31), pelos Jogos Olímpicos de Paris.
Até então, o melhor resultado para o Brasil havia sido o sétimo lugar de Flavia Oliveira, no ciclismo de estrada, obtido na Rio-2016. “O planejamento nosso era estar aqui, mas para Los Angeles o planejamento não vai ser mais estar em uma Olimpíada, mas conseguir uma medalha para o Brasil”, projetou o ciclista estreante em Jogos Olímpicos.
Apesar de ter ficado satisfeito com o resultado, Bala Loka disse que poderia ter uma performance melhor e que, devido ao cansaço, não conseguiu implementar uma manobra inédita. “Era realmente a prova que ia subir a minha nota. Eu corro um risco muito grande de cair se eu não estou 100% porque ela é bem difícil”, explicou. “Eu virei a metade do guidão, não é? Daí eu ia dar um mortal e chutar a bike. A bike ia dar um 360°. Ninguém nunca fez isso. Então eu espero na próxima estar 100%, evoluir tanto no meu treinamento na bike quanto no corpo, para estar preparado para Los Angeles.”
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O atleta disse ainda que o estilo da pista não era favorável às suas características. Bala Loka considerou que a pista é longa, mas os obstáculos não eram tão grandes, o que o impediu de realizar voos mais altos. Mas o ponto que mais o incomodou foi uma disposição que não favorecia atletas que usam a perna esquerda para chutar a bicicleta para a direita.
Presente em praticamente todas as finais recentes dos principais campeonatos, Bala Loka admitiu que a atmosfera de uma Olimpíada mexeu com ele. “Eu sou conhecido por ser frio. Esse foi o primeiro campeonato em muitos anos desde que virei profissional que falei: ‘caramba, eu estou nervoso, estou suando frio’.”
Busca por investimentos
Após a projeção que teve com o resultado em Paris, o atleta nascido em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, quer impulsionar o BMX Freestyle no Brasil. “Eu quero chegar no Brasil e conseguir um centro de treinamento adequado, comparado com Estados Unidos, Inglaterra e outros países”, destacou.
Bala Loka se mudou para São Bernardo (SP), onde treina em uma pista pública. Segundo ele, a estrutura conta com professores que orientam crianças e adolescentes. O atleta elogiou o local, mas acredita que seu resultado pode impulsionar maiores investimentos no país.
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