Paris – A brasileira Djenyfer Arnold reclamou das consequências da novela com a utilização do Rio Sena no triatlo dos Jogos Olímpicos de Paris. O rio manteve índices de poluição acima do permitido por meses e a confirmação da natação nele chegou apenas horas antes da largada. Por conta disso, as atletas não puderam, por exemplo, fazer o treino de reconhecimento como de costume. E também houve mudanças no formato do aquecimento para a prova.
Djenyfer Arnold teve problemas com a correnteza do Sena, se enrolou numa das boias e ficou pra trás. Precisou forçar no ciclismo para recuperar o tempo perdido, esforço que teve seu preço na corrida, onde ela não conseguiu manter o rendimento. Cruzou a linha de chegada apenas na vigésima colocação, bem atrás do top 10 que buscava. Se conseguisse, traria da França o melhor resultado brasileiro na modalidade em uma Olimpíada, atualmente o 11º lugar de Sandra Soldan em Sydney-2000.
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‘Acabei me prejudicando’
“Afetou o reconhecimento da água, da não poder ver como é que estava. Ano passado, quando a gente fez o evento teste, a correnteza estava 0.4, esse ano está 1.0, o que é totalmente diferente. Caímos na água numa situação extremamente diferente. No aquecimento, eles fecharam metade da prova, ou seja, a gente não conseguiu ir na última boia para ver como é que ia ser o retorno e foi bem nessa parte que acabei me prejudicando. Cheguei muito para a esquerda e quando fiz, a correnteza estava jogando e acabei entrando embaixo da boia, fiquei presa ali, tomei muita porrada, o que fez a minha natação cair muito o nível”, disse, logo após terminar a prova do triatlo, ainda na Ponte Alexandre III.
Esforço e penalidade
No ciclismo, Djenyfer Arnold foi a sexta melhor e recuperou muitas posições. Ao final da pedalada era a 16ª e, graças a uma transição muito rápida, entrou na corrida em 11º lugar. Mas a intensidade no pedal cobrou o preço. “Me senti bem na bike, para falar a verdade, estava bem posicionada, mas já sabia que o resultado que eu esperava não vinha. Na primeira volta (da corrida) já não senti as pernas tão boas, talvez por conta de ter forçado o ciclismo. A partir da segunda volta comecei a encaixar, a me sentir bem e até recuperei, mas ainda tinha uma penalização para pagar de 15 segundos.”
Vittoria Lopes preocupa
Vittoria Lopes não teve problemas com a natação e, após o 1,5 quilômetro, saiu do Rio Sena em terceiro lugar. No ciclismo, porém, a coisa foi diferente. Ainda nos primeiros dos 40 quilômetros, tomou um tombo. O piso estava escorregadio por conta da chuva que caíra até pouco antes da largada. “Escorreguei na curva, era no asfalto, e quando fui entregar a bike, aqui, também bati as costas”, explicou, acrescentando que conferiu, no meio da prova, se estava tudo certo com o pneu da bike. “Parei três vezes para ver se a pressão estava ok. Não entendi porque derrapou, coloquei a pressão 50, 55, que é baixa”.
Na transição para a corrida, mais um problema. “Quando fui entregar a bike bati, sei lá, as costas, e não sei se consigo para o relay (revezamento). Tenho que ir ver agora no médico.” A prova de revezamento do triatlo tem as duas e os dois representantes do país no masculino, Miguel Hidalgo e Manoel Messias. Ela está marcada para às 3h de segunda-feira (5) no mesmo circuito.