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Paris 2024

Atrás do top10, Djenyfer reclama da falta de treino no Rio Sena

Natação complicou a prova da brasileira, que buscava superar o melhor resultado da história do país em Jogos, na modalidade. Vittoria Lopes saiu lesionada e preocupa para o revezamento

Djenyfer Arnold triatlo paris 2024 rio sena Jogos Olímpicos
(Miriam Jeske/COB)

Paris – A brasileira Djenyfer Arnold reclamou das consequências da novela com a utilização do Rio Sena no triatlo dos Jogos Olímpicos de Paris. O rio manteve índices de poluição acima do permitido por meses e a confirmação da natação nele chegou apenas horas antes da largada. Por conta disso, as atletas não puderam, por exemplo, fazer o treino de reconhecimento como de costume. E também houve mudanças no formato do aquecimento para a prova.

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Djenyfer Arnold teve problemas com a correnteza do Sena, se enrolou numa das boias e ficou pra trás. Precisou forçar no ciclismo para recuperar o tempo perdido, esforço que teve seu preço na corrida, onde ela não conseguiu manter o rendimento. Cruzou a linha de chegada apenas na vigésima colocação, bem atrás do top 10 que buscava. Se conseguisse, traria da França o melhor resultado brasileiro na modalidade em uma Olimpíada, atualmente o 11º lugar de Sandra Soldan em Sydney-2000.

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‘Acabei me prejudicando’

“Afetou o reconhecimento da água, da não poder ver como é que estava. Ano passado, quando a gente fez o evento teste, a correnteza estava 0.4, esse ano está 1.0, o que é totalmente diferente. Caímos na água numa situação extremamente diferente. No aquecimento, eles fecharam metade da prova, ou seja, a gente não conseguiu ir na última boia para ver como é que ia ser o retorno e foi bem nessa parte que acabei me prejudicando. Cheguei muito para a esquerda e quando fiz, a correnteza estava jogando e acabei entrando embaixo da boia, fiquei presa ali, tomei muita porrada, o que fez a minha natação cair muito o nível”, disse, logo após terminar a prova do triatlo, ainda na Ponte Alexandre III.

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(Miriam Jeske/COB)

Esforço e penalidade

No ciclismo, Djenyfer Arnold foi a sexta melhor e recuperou muitas posições. Ao final da pedalada era a 16ª e, graças a uma transição muito rápida, entrou na corrida em 11º lugar. Mas a intensidade no pedal cobrou o preço. “Me senti bem na bike, para falar a verdade, estava bem posicionada, mas já sabia que o resultado que eu esperava não vinha. Na primeira volta (da corrida) já não senti as pernas tão boas, talvez por conta de ter forçado o ciclismo. A partir da segunda volta comecei a encaixar, a me sentir bem e até recuperei, mas ainda tinha uma penalização para pagar de 15 segundos.”

Vittoria Lopes preocupa

Vittoria Lopes não teve problemas com a natação e, após o 1,5 quilômetro, saiu do Rio Sena em terceiro lugar. No ciclismo, porém, a coisa foi diferente. Ainda nos primeiros dos 40 quilômetros, tomou um tombo. O piso estava escorregadio por conta da chuva que caíra até pouco antes da largada. “Escorreguei na curva, era no asfalto, e quando fui entregar a bike, aqui, também bati as costas”, explicou, acrescentando que conferiu, no meio da prova, se estava tudo certo com o pneu da bike. “Parei três vezes para ver se a pressão estava ok. Não entendi porque derrapou, coloquei a pressão 50, 55, que é baixa”.

Na transição para a corrida, mais um problema. “Quando fui entregar a bike bati, sei lá, as costas, e não sei se consigo para o relay (revezamento). Tenho que ir ver agora no médico.” A prova de revezamento do triatlo tem as duas e os dois representantes do país no masculino, Miguel Hidalgo e Manoel Messias. Ela está marcada para às 3h de segunda-feira (5) no mesmo circuito.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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