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Paris 2024

Após Paris, Kelvin Hoefler diz que não sabe se vai a Los Angeles

Kelvin Hoefler, sexto colocado em Paris-2024, reclamou do formato dos Jogos Olímpicos e se mostrou desanimado em ir a 2028

Kelvin Hoefler com
(Foto: Miriam Jeske/COB)

Depois de ficar em sexto lugar em Paris-2024, o skatista Kelvin Hoefler não está animado com a possibilidade de ir para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, que acontecerão em Los Angeles, em 2028. Em entrevista após a prova, o atleta de 30 anos disse que não está satisfeito com o atual formato das competições olímpicas do skate street e que vai tirar um tempo sabático para descansar.

“Eu não aguento mais. Estou cansado. Preciso de férias, descansar. Estou andando de skate há uns 20 anos e eu nunca tive férias. Essa corrida olímpica foi bem difícil, tivemos competição um mês atrás e de um alto nível. A gente não sabia se ia vir para cá até dois meses atrás, então tivemos que ficar nessa correria”, falou o vice-campeão olímpico em Tóquio-2020.

Segundo Kelvin, o principal problema do atual torneio olímpico de skate street é seu formato. Para ele, há uma maior margem de erro e privilegia atletas que sabem manobras específicas. “Eu, sinceramente, acredito que o pessoal tem que mudar o formato para os próximos Jogos Olímpicos para ser algo mais divertido”, disse ele.

“É fato que o pessoal erra, erra, erra, acerta duas manobras e ganha. Acho que tem que ser mais legal para o público curtir. Que nem o park. No skate park, tem três voltas e a melhor volta da sua vida que você tem que pensar e colocar todas as suas melhores manobras naqueles 45 segundos. É isso que tem que ser o skate”, completou.

Diferença entre Tóquio e Paris

Kelvin lembrou que em Tóquio-2020, quando ele foi medalhista de prata, o formato era diferente daquele. Tanto em Tóquio como em Paris, os atletas fizeram duas voltas de 45 segundos, além de cinco manobras. A diferença é que, no Japão, as quatro maiores notas foram contabilizadas. Já na França, uma volta foi obrigatoriamente computada, assim como apenas duas manobras.

“Acompanhar essa geração é muito difícil. Como a pista (em Paris) é muito pequena, a galera consegue tentar bastante coisa e ter mais qualidade e mais técnica. Tóquio foi diferente, a pista era muito grande e o formato também era diferente”, seguiu Kelvin, que disse que pode mudar sua ideia sobre ir a Olimpíada de Los Angeles caso o formato seja mudado no próximo ciclo.

“O que eu estou escutando por aí é que talvez mude o formato e isso é muito bom para o skate. Eu acredito que isso mude a minha decisão. Vai ser mais fácil, e não essa pegada de a nova geração aprender duas manobras e ganhar. Para nós que temos outras coisas para fazer, andamos de skate todos os dias, filmamos, fazemos fotos e temos o circuito mundial, é muito mais divertido”, disse, sem detalhes.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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