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Paris 2024

Thaísa supera dores por sonho de terceira medalha olímpica

Bicampeã no vôlei, central de 37 anos retorna aos Jogos Olímpicos após ausência em Tóquio-2020 por conta de lesão

Thaísa Daher em treinamento do Brasil antes da estreia dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (Alexandre Loureiro/COB)
(Alexandre Loureiro/COB)

Bicampeã olímpica e eternizada na história do esporte brasileiro, a brasileira Thaísa Daher passou por uma série de lesões e doses de dores diárias para chegar na sua quarta participação em Jogos Olímpicos, após ficar fora de Tóquio-2020. Aos 37 anos de idade, a central vê o amor pelo esporte e a vontade de retribuir tudo que o vôlei lhe deu de bom na vida como razões para sonhar com a conquista da terceira medalha olímpica em Paris.

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“A minha ambição é buscar mais uma medalha olímpica, com certeza o ouro. O que me trouxe de volta é o amor a esse esporte que mudou a minha vida, mudou a vida da minha família e me mudou como pessoa. É o amor pelo esporte que me move na seleção brasileira e também no clube. É uma rotina muito cansativa, mas vale cada segundo. Quando chega um fim de carreira, no meu caso de seleção, é que a gente consegue entender a importância e a grandeza que tem tudo isso aqui’’, afirmou Thaísa durante treino da seleção brasileira no Gymnase Des Docks, uma das estruturas da base do Time Brasil em Saint-Ouen.

“Quando eu era novinha, parecia tudo muito normal. Com o tempo, eu entendo o quanto eu vou sentir falta quando tudo isso acabar. Então, eu acho que percebi que, muitas vezes, eu deixei passar no automático e não vivi com tanto emoção e com tanto sentimento quanto eu tô vivendo agora. É o amor por tudo isso, pelo meu país, pelo meu esporte”, completou a atleta.

Superação de dores diárias

Para estar pronta para as partidas, Thaísa realiza alguns cuidados especiais em todos os momentos de sua rotina, incluindo a utilização de uma proteção especial no joelho esquerdo para treinar e jogar. “Eu sinto dor todo dia, independentemente do momento. Hoje, eu não preciso estar em quadra para estar sentindo dor. Eu já acordo sentindo dor, mas é o que eu falo. São escolhas. Eu escolhi passar por isso, eu já sabia que isso iria acontecer. Então eu preciso estar pronta. Fico na fisioterapia, me preparo na academia. Quando você está focada mentalmente, até as dores você consegue superar’’, explicou.

”Eu falaria para a Thaísa de 21 anos para ela aproveitar e viver realmente isso. Estar nos Jogos Olímpicos não é normal, é o que todos atletas do mundo buscam e nem todos conseguem. Eu ia muito no automático, lógico que eu estava feliz, mas não tinha noção da grandeza. E eu falaria para ela se cuidar, se focar, cuidar da parte física, cuidar do seu mental, porque você vai precisar lá na frente, hoje, principalmente. Eu fico um pouco emocionada quando eu penso nessas coisas. Estou um pouco sentimental ultimamente. Eu não gosto de chorar não, mas me emociona, porque vai ser a última com a seleção’’, finalizou a central.

A estreia do vôlei feminino do Brasil acontecerá na próxima segunda-feira (29), às 8h (horário de Brasília-DF), diante do Quênia. Na sequência, a equipe encara o Japão no dia 1º de agosto, também às 8h, e encerra sua campanha na fase de grupos contra a Polônia no dia 4, às 16h.

*Com informações do Comitê Olímpico do Brasil

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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