A campanha do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico em Kobe, no Japão, foi histórica em número de medalhas de ouro e também rendeu mais vagas para o país nos Jogos Paralímpicos. Sete atletas asseguraram um lugar em Paris-2024 porque tornaram-se campeões mundiais e conseguiram atingir um dos critérios elaborados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Além disso, a seleção ampliou de 37 para 40 o número de vagas disponíveis para a modalidade no megaevento da capital francesa.
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O Brasil encerrou sua participação no Mundial de Kobe com 42 medalhas, sendo 19 ouros, 12 pratas e 11 bronzes. O país ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas da China, que teve 33 ouros, 30 pratas e 24 bronzes. Ao mesmo tempo, esta foi a melhor campanha brasileira em número de medalhas de ouro em uma única edição da competição, superando os 16 pódios dourados de Lyon-2013, que até então era o recorde do país.
Os campeões mundiais
Por conquistarem a medalha de ouro em Kobe, sete atletas se garantiram nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024: Raissa Rocha Machado (lançamento de dardo F56), Wallison Fortes (200m T64), Wanna Brito (lançamento de club e arremesso de peso F32), André Rocha (lançamento de disco F52), Zileide Cassiano (salto em distância T20), Júlio César Agripino (1.500m T11) e Cícero Nobre (lançamento de dardo F57).
Eles garantiram classificação pois um dos critérios para ir ao megaevento é que o atleta tenha conquistado uma medalha de ouro em Mundiais no ciclo. Até o momento, o Brasil já soma 18 campeões mundiais somando as edições de Paris-2023 e de Kobe-2024. No entanto, todos eles devem aguardar a convocação oficial do CPB, que deve acontecer até julho, para assegurarem suas presenças em Paris.
“Estava sempre batendo na trave. Precisava muito dessa medalha. Eu fiz uma marca boa. Há tempos, buscava superar os 24 metros novamente, porque, infelizmente, passei por um período que não foi tão fácil. Todo atleta passa por isso, por uma estagnação, mas agora espero só evoluir. A medalha de ouro me dá uma tranquilidade. Era um dos critérios para ir aos Jogos de Paris e espero melhorar meu desempenho lá ”, afirmou Raissa Machado após seu primeiro título mundial.
40 vagas em Paris
O desempenho do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico em Kobe também fez o país obter mais três vagas para Paris-2024. Isto porque um dos critérios de classificação estipulados pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) é que todo o atleta, que não fosse medalhista de ouro e que não tivesse o índice A anteriormente, conseguiria uma vaga para o seu país (e não nominalmente) com as medalhas de ouro ou prata em Kobe.
Desta forma, três atletas do Brasil, que se enquadravam neste perfil, abriram mais três vagas para o país em Paris-2024. Foram eles: a acreana Débora Lima, com o segundo lugar no salto em distância T20, a capixaba Lorraine Aguiar, com a prata nos 100m e 400m T12 (deficiência visual), e o gaúcho Wallison Fortes, ouro nos 200m T64 (amputados de membros inferiores com prótese). Cada competidor só poderia abrir uma vaga, mesmo que subisse ao pódio mais vezes.
Com isso, a seleção brasileira de atletismo passou a ter 40 vagas disponíveis para os Jogos Paralímpicos de Paris-2024, mas esse número pode aumentar com o fechamento dos rankings mundiais de cada classe antes da convocação final do CPB. Na última edição da Paralimpíada, em Tóquio-2020, o Brasil teve 64 representantes no atletismo e faturou 28 medalhas na ocasião, sendo oito ourosm, nove pratas e 11 bronzes.
*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)