O esporte paralímpico movimentou duas regiões neste sábado (6). O Meeting Paralímpico foi disputado em Pernambuco, no Recife, e no Tocantins, em Palmas. O principal destaque dos eventos que reuniram diversos atletas de várias modalidades foi Sandro Varelo, do atletismo, ouro no lançamento do dardo nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023, no Chile. Porém, o atleta, de 42 anos, busca se aperfeiçoar em outras provas, pois a que ele é especialista não fará parte dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Natural de Pernambuco, Sandro Varelo está com 42 anos e tem como objetivo representar o Brasil em Paris-2024 no arremesso do peso e no lançamento do disco. O Meeting Paralímpico foi sua primeira competição no ano. Apesar disso, o especialista na prova do lançamento de dardo da classe F55 (atletas que competem sentados), alcançou a marca de 31,96m, o que seria a terceira melhor de 2023 no ranking mundial. Com isso, ele se aproxima do resultado do Parapan de 2023, quando marcou 32,19m.
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Nas provas que briga por vaga nos Jogos Paralímpicos, Sandro Varelo melhorou sua melhor marca no lançamento de disco, que era 31,41m, registrada anteriormente em 2023. A atleta atingiu 32,98m, o que teria sido o oitavo melhor resultado do ano passado em sua classe no ranking mundial. No peso, o pernambucano fez 10,06m, décima quinta do mundo, levando em consideração os melhores resultados da temporada anterior.
“Desde que voltei do Chile, não tive descanso. Logo comecei a me dedicar às provas que posso me classificar. Estou me dedicando muito para que essa convocação venha. O Meeting foi minha primeira competição do ano. Os resultados foram bons, serviu para que eu aprimorasse ainda mais meu desempenho. Na próxima semana estarei na Paraíba e vou para cima da marca de 11 metros no arremesso de peso”, afirmou Sandro Varelo.
Mais destaques no atletismo
Ana Cláudia da Silva, de 36, também aproveitou o Meeting Paralímpico e atingiu 4,12m. A pernambucana ficou a um centímetro do recorde brasileiro, que é dela desde março de 2023. “Foi uma satisfação grande competir no Recife com este sol maravilhoso, minha família e amigos. Pelo período em que estamos, focando em obter uma marca boa no Open Internacional, foi um resultado ótimo, gostei bastante. Agora é fazer ajustes finais para conseguir algo ainda melhor”, destacou a atleta.
Samira Brito também foi protagonista neste sábado. Ela correu os 200m da classe T36, prova na qual é medalhista de prata parapan-americana, em 31s93, o que seria o 10º tempo do mundo em 2023. A baiana treina em Petrolina-PE e também estará em São Paulo em abril para o Open Internacional. O garoto Brayand Victor Lima, de 15 anos, da classe T11 (deficiência visual), é uma das sensações do momento e apostas para o futuro.
O jovem já havia vencido as provas dos 1500 e 5000 metros no Meeting de Aracaju, há duas semanas, competindo no adulto. Desta vez, Brayand Victor Lima foi campeão das provas dos 100 metros (14s99), 400 metros (1min10s68) e 800 metros (2min39s57), competindo na Seletiva das Paralimpíadas Escolares. “Meu desempenho está sendo muito bom. Vim de uma situação complicada, não fazia nada além de ir da escola para casa e de casa para a escola. Agora, quero ir além e ganhar medalhas fora do Brasil”, disse.
Tentativa de recorde no halterofilismo
Além do atletismo, o Meeting Paralímpico sediado no Recife também recebeu halterofilismo, tiro com arco e natação. No halterofilismo, José Arimateia tentou a quebra do recorde brasileiro. O pernambucano levantou 203kg e chegou a erguer 211kg, um a mais do que a melhor marca atual na categoria até 97kg, que é dele mesmo, porém, seu movimento foi invalidado. O atleta registrou a marca de 210kg no Meeting Paralímpico Recife, mas em 2023.
“Competir em casa é sempre bom. Foi muito bom estar aqui com essa torcida maravilhosa. Gostaria de ter feito uma prova melhor. Tentei nas últimas semanas competir em uma categoria de peso mais baixa, mas não gostei e voltei a minha categoria anterior. Por isso, estou com meu peso corporal bem abaixo do habitual. Preciso melhorar isso para colocar mais peso na barra”, comentou José Arimateia.
As provas em Recife ocorreram em dois locais. A Universidade Federal de Pernambuco recebeu 201 participantes do atletismo e 19 do tiro com arco. Já o Parque e Centro Esportivo Santos Dumont foi palco de disputas com 38 halterofilistas e 23 nadadores. Os esportistas foram separados em provas de alto rendimento e Seletivas Regionais de três competições da Diretoria de Desenvolvimento Esportivo do CPB: Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias e Paralimpíadas Militares.
Cenário difícil em Palmas
O Meeting Paralímpico marcou a primeira vez que o Estado do Tocantins recebeu uma competição oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro. Estavam programadas provas de atletismo, natação e tiro com arco. Entretanto, por causa da chuva, não foi possível a realização do atletismo na pista e no campo da Universidade Federal do Tocantins, por questões estruturais e para a segurança dos competidores.
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Já na natação, as provas foram realizadas na piscina da Unidade II do Colégio Militar do Tocantins, com 13 atletas do estado. Por fim, o tiro com arco contou com 10 atletas na Arena Katherine, na Chácara Antiga, na BR-010. No próximo sábado (13), estão no calendário mais dois eventos e os atletas estarão na disputa no Meeting Paralímpico de João Pessoa-PB e Belo Horizonte-MG.