O primeiro Pré-Olímpico mundial de boxe já tem lutas no dia 3 de março. Os brasileiros já se preparam na Itália para a disputa de quatro vagas para levar time completo para Paris. Um desses atletas é Luiz Oliveira, o Bolinha, da categoria 57kg.
Luiz Gabriel virou Bolinha logo no início da vida. Seu avô, a lenda do boxe Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico brasileiro da modalidade, foi o responsável pelo apelido. “Eu era uma criança gordinha, meu avô que me apelidou. Aí começou”, brincou o atleta. O novo nome pegou. “É um apelido que eu levo como se fosse meu nome. Para mim, eu sou o Bolinha”.
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“Nasci dentro do boxe”
Com família tradicional na modalidade, além de ser neto de Servílio de Oliveira, Luiz também tem pai e tios treinadores e boxeadores. Portanto, foi natural para ele vestir as luvas e subir ao ringue. “Eu cheguei e o boxe já estava lá. Meu avô, meu pai, meus tios, todos no meio do boxe, então nasci dentro do esporte. Acompanhava eles em campeonatos, em eventos”, contou o atleta. Entretanto, antes mesmo de decidir seguir carreira nos ringues, Bolinha experimentou um pouco de tudo. “Comecei com outros esportes, fiz futebol, basquete, wrestling (antiga luta olímpica). Já fui para o mundo da música também, gosto de uma percussão. Já toquei bateria, hoje gosto de um pandeiro”, brincou o boxeador.
Mas o boxe “pra valer” começou aos 9 anos com o pai Ivan, que é treinador e atuava em São Caetano do Sul, no ABC Paulista. “Meu pai ia dar aula de boxe e enquanto isso eu ficava no basquete. Um dia eu pedi para treinar com ele. Eu já tinha tentado quando menor, com uns 5 anos de idade. Ele me disse ‘você quer treinar, mas dessa vez vai ser pra valer’”, relembrou. Após um ano treinando com o pai, Bolinha fez sua primeira luta e não saiu mais do esporte. “O boxe é sim o esporte da minha vida”, contou o atleta.
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Oliveiras no pódio em 1968 e 2018
Luiz carrega um legado que já dura 56 anos, com o avô Servílio subindo ao pódio na categoria mosca (até 51kg) na Cidade do México em 1968. Ele foi o primeiro brasileiro a conquistar tal feito no boxe olímpico, com um bronze. Além disso, até 2012 era o único brasileiro a atingir tal resultado.
Seguindo os passos do avô, Bolinha conquistou mesmo feito nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, sendo terceiro colocado na categoria até 52kg. Venceu a primeira luta por W.O. e perdeu a semifinal por decisão dividida. Entretanto, na disputa do bronze, Luiz não tomou conhecimento do adversário irlandês, e ficou com o bronze por decisão unânime.
Homenagem em Buenos Aires
As medalhas de Servílio e Bolinha têm 50 anos de diferença, mas carregam a história e o legado do clã. Mas antes mesmo da própria Olimpíada da Juventude, Luiz Gabriel foi escolhido para uma homenagem tão especial quanto a própria medalha: seria o porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos. “No anúncio do escolhido, o presidente do COB começou a contar a história do meu avô e logo pensei ‘sou eu!’”, relembrou Bolinha. “Foi maravilhoso, e até hoje a bandeira está guardada em casa”.
Bolinha deseja usar toda a experiência vivida em Buenos Aires nos Jogos de Paris. Para isso, o brasileiro precisa se classificar em um dos dois Pré-Olímpicos mundiais, que serão as últimas oportunidades de carimbar passaporte para a Olimpíada. “Com os Jogos Olímpicos da Juventude a gente começa a ter noção do tamanho de um Jogos Olímpicos ‘Elite’, e agora eu estou em busca de conquistar minha vaga para Paris-2024”, finalizou confiante.
NOME COMPLETO: Luiz Gabriel do Nascimento Chalot Oliveira
CATEGORIA: 57kg
DATA DE NASCIMENTO: 24/01/2001
LOCAL DE NASCIMENTO: São Caetano do Sul/SP
ALTURA: 1,73m
PRINCIPAIS CONQUISTAS: Medalha de bronze dos Jogos Pan-Americanos Santiago-2023; bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018; bronze no Mundial Juvenil de 2018; e ouro nos Jogos Sul-Americanos Assunção-2022
INSTAGRAM: @luiz.oliveira01