Destaque da natação paralímpica, Edênia Garcia conquistou o mundo com o esporte. Mas mais do que isso, a brasileira conquistou a liberdade, amadureceu e ganhou representatividade nadando.
Em live do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), a campeã mundial narrou sua trajetória vencedora, sem omitir as dificuldades, muito menos deixar de lado suas origens. “Sair do interior do Ceará, uma mulher com deficiência, pobre, humilde, e chegar ao lugar mais alto do pódio representando a sua nação é algo muito importante, é muita responsabilidade.”
Edênia nasceu com doença de Charcot-Marie-Tooth, também conhecida como atrofia fibular muscular, que afeta os movimentos dos seus membros inferiores. “Eu perdia o controle das pernas e caia do nada. Mas dentro da piscina isso não acontece. Eu me senti mais livre na água do que fora dela. Foi e ainda é uma sensação de liberdade muito grande e isso quando era mais nova foi algo incrível”, contou a nadadora que começou a competir aos 14 anos.
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Desde então, Edênia Garcia soma títulos. Pentacampeã dos Jogos Parapan-Americanos e tetracampeã mundial nos 50 m costas (Mar del Plata 2002, Durban 2006, Eindhoven 2010 e Londres 2019).
Representatividade
Só que a liberdade conquistada nas piscinas refletiu nas conquistas fora delas. “Não é só a Edênia que está no pódio, tem outras pessoas ali. Sair do interior do Ceará, uma mulher com deficiência, pobre, humilde, e chegar ao lugar mais alto do pódio representando a sua nação é algo muito importante, é muita responsabilidade. A representatividade para outras meninas é mais do que simplesmente uma medalha em Mundial”.
Uma campeã, sem dúvidas. Mas que tem seus momentos de fragilidade e que precisa de ajuda. “Só pede ajuda aquele que se conhece e sabe que receber um apoio não vai te enfraquecer”, comentou a nadadora.
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Com responsabilidade e dona de si, Edênia Garcia sabe de sua representatividade na natação paralímpica e que usar sua influência com os mais jovens.
“Recebo mensagens de atletas mais jovens, da base, falando que se sentem mal em pedir ajuda. A gente cria na cabeça uma ideia de herói, dentro do esporte, e quando tem uma deficiência é o herói perfeito. Para algumas pessoas demonstrar vulnerabilidade é o fim. E eu enfatizo muito para elas que demonstrar que precisa de ajuda é um ato muito corajoso.”