O Festival Paralímpico levou esporte adaptado a 48 cidades brasileiras neste sábado, 22. Todos os Estados e o Distrito Federal tiveram experimentações das modalidades paralímpicas. Cerca de 7 mil crianças, de 10 a 17 anos, puderam provar o esporte pela primeira vez, em ação desenvolvida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para celebrar o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, comemorado também neste sábado. Ao todo, mais de 10 mil pessoas estiveram envolvidas nas ações.
Em cada um dos 48 núcleos escolhidos, três esportes foram colocados à disposição de crianças com e sem deficiência, com a intenção de familiarizar o maior número possível de jovens com o Movimento Paralímpico. Diversos medalhistas mundiais e paralímpicos, como Petrúcio Ferreira, Terezinha Guilhermina (atletismo), Ricardinho, Jefinho (futebol de 5), Patrícia Santos, Camille Rodrigues, entre outros, estiveram presentes nas sedes do Festival.
“O CPB expandiu as fronteiras do desporto paralímpico no país, para mostrar a todo o Brasil o que representa o esporte para pessoa com deficiência. Estou muito emocionado neste sábado, e este modelo de oportunidade por intermédio do esporte, que é o que nós acreditamos, proporcionou a todos nós do Comitê Paralímpico Brasileiro o dia mais feliz dos últimos tempos”, disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e bicampeão paralímpico (Atenas 2004 e Pequim 2008) de futebol de 5, para cegos.
O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebeu cerca de 500 crianças no Festival Paralímpico. Um dos maiores medalhistas da história dos Jogos Pan-Americanos, o mesa-tenista Hugo Hoyama esteve no evento prestigiando a interação com as crianças. Além da presença dos velocistas Yohansson do Nascimento, Verônica Hipólito, Carlos Pierre, Felipe Gomes e Vinicius Rodrigues, Aline Rocha, do esqui cross-country, a Seleção Brasileira de Goalball e os Ricardinho e Jefinho da Seleção Brasileira de futebol de 5.
Os deputados federais Arnaldo Faria de Sá (PP-SP) e Mara Gabrilli (PSDB-SP), a secretária de Estado do Direito das Pessoas com Deficiência, Linamara Batistella, o secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, também prestigiaram o evento.
Em João Pessoa, capital da Paraíba, Petrúcio Ferreira, campeão mundial e paralímpico dos 100m e 200m da classe T47 (amputados de braço), inspirou os jovens na pista do Centro Olímpica Paraíba.
Dez das 48 sedes localizavam-se no Nordeste do país. A região responsável por revelar diversos campeões paralímpicos contou com a presença maciça de crianças. Garotos como Rian Mendes, de apenas 7 anos, que divertiu-se ao lado do ídolo. “Foi bom demais encontrar o Petrúcio e praticar um pouco de esporte. Foi muito divertido e eu quero um dia ser igual um campeão como ele”, disse Rian, que nasceu com má formação no braço esquerdo.
No Rio, Festival Paralímpico inspira crianças a se tornarem atletas.
No Rio de Janeiro, o Festival Paralímpico reuniu cerca de 60 crianças no Vasco da Gama, e muitas delas conheceram esportes adaptados pela primeira vez. A iniciativa agradou também atletas consagrados como Camille Rodrigues, nadadora campeã parapan-americana, e uma da estrelas da abertura do Fantástico, programa dominical da TV Globo. “Iniciativas como esta, do Festival do Dia do Atleta Paralímpico, ajudam na parte mais difícil que é começar. Ensina as modalidades e também onde e como começar a treinar”, comentou a atleta.
Festival Paralímpico em Joinville: inclusão foi palavra de ordem
Na Região Sul, Santa Catarina foi o Estado com o maior número de núcleos, com quatro: Florianópolis, Joinville, Blumenau, Itajaí e Lajes. A cidade de Joinville recebeu o festival no Centro de Convenções Edmundo Doubrawa, localizado na parte central da cidade. Mais de 150 crianças estiveram presentes no local, e tiveram a oportunidade de experimentar as versões adaptadas de atletismo, bocha e basquete em cadeira de rodas – estes últimos ainda contaram com times locais presentes para auxiliar nas atividades.
Além disso, o festival na cidade também contou com a presença dos velocistas Lucas Prado, ouro nos Jogos de Pequim 2008, e Ádria Santos, tetracampeã paralímpica nos Jogos de Barcelona 1992, Sidney 2000 e Atenas 2004. “É uma honra estar num evento tão importante como o Festival, quando comecei a treinar o esporte paralímpico não era conhecido e este evento ajuda os pais a verem que as limitações estão na nossa cabeça”, afirmou Ádria, mineira de nascimento, mas radicada na cidade catarinense.
Em Palmas, Terezinha Guilhermina corre com aluno no Festival
Seis estados da região Norte receberam o Festival Paralimpico neste sábado: Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. Na capital tocantinense, Palmas, o evento foi abrilhantado pela velocista e medalhista paralímpica Terezinha Guilhermina. O evento contou com a participação de mais de 100 crianças, que tiveram a oportunidade de experimentar três modalidades: atletismo,bocha e tênis de mesa.
“Eu comecei no esporte aos 22 anos, as crianças aqui no festival estão começando mais cedo e as chances de evoluírem e conquistarem medalhas importantes no futuro são muito grandes”, comentou Terezinha
O Festival Paralímpico é uma das iniciativas que se alinham ao novo planejamento estratégico 2017-2024 do CPB. A ideia é salientar a inclusão por meio do esporte adaptado. Com este fim, o CPB projeta manter e ampliar o Festival para os próximos anos.