Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, Clodoaldo Silva reconhece importância no crescimento do esporte paralímpico no Brasil. Confira!
Ídolo e exemplo para grandes nomes da natação paralímpica, como Daniel Dias e André Brasil, Clodoaldo Silva fez história em Atenas 2004. Na segunda Paralímpiada da carreira, conquistou seis medalhas de ouro e uma de prata. Não é à toa que o atleta reconhece o papel especial que tem no crescimento do esporte paralímpico no Brasil.
“Se formos analisar como era o esporte paralímpico antes de 2004, não tinha visibilidade, patrocínio ou investimento. Na Paralimpíada de Atenas, o Brasil conseguiu 14 medalhas de ouro, e eu saí com seis delas. Depois de 2004, a história do Clodoaldo, a história do esporte paralímpico mudou para melhor”, contou Clodoaldo em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
“Se hoje nós somos potência, muito se deve àquele ano e àquela Paralimpíada. O mais legal é que não houve evolução só para o esporte paralímpico, houve evolução dos segmentos da pessoa com deficiência. Acredito que eu tenho uma história boa na colaboração para isso”, acrescentou.
Entretanto, o cenário atual do esporte paralímpico não agrada completamente o atleta – que está entre os cinco maiores medalhistas paralímpicos do país. Para Clodoaldo, é lamentável lembrar que alguns patrocinadores “fugiram da responsabilidade” com Comitês e atletas após a Rio 2016, por exemplo.
“Hoje, o que eu vejo, não é o ideal. Não era isso o que eu imaginava e que eu gostaria. Mas a situação do paralímpico, em questão de legado, está melhor que no olímpico. Por que? Porque se a gente falar em legado, realmente não ficou o legado do Rio de Janeiro. As coisas estão abandonadas, não há manutenção”, considerou, lembrando da construção do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, que tem instalações esportivas indoor e outdoor, abrangendo 15 modalidades.
Tóquio 2020?
Aposentado desde o final da Rio 2016, Clodoaldo tem planos de ir à Tóquio, no Japão, para acompanhar a próxima Paralimpíada de perto. Mas, desta vez, ocupará uma posição inédita.
“A única certeza que eu tenho é que eu não vou para Tóquio como atleta”, brincou Clodoaldo, que estuda propostas para participar do evento como comentarista, integrante da delegação brasileira paralímpica ou até mesmo com a Nissan, a qual é Mentor do Time de atletas olímpicos e paralímpicos.