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Centro de Formação Esportiva: a base do esporte paralímpico

Divulgação

Criado para apresentar crianças e jovens de 10 a 17 anos com deficiências ao esporte, o Centro de Formação Esportiva é um acerto do Comitê Paralímpico Brasileiro

Oitavo colocado no quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos Rio-2016, com 72 medalhas, o Brasil está longe de igualar potências no esporte, como China, Estados Unidos, Ucrânia e Grã-Bretanha.

Visando incentivar a prática de esportes para jovens e crianças, além do surgimento de novos talentos no esporte de alto rendimento, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) criou o Centro de Formação Esportiva, voltado para pessoas de 10 a 17 anos com deficiência visual, física e intelectual.

Lançado no início abril, o projeto apresenta aos novos atletas a oito modalidades presentes nos últimos Jogos Paralímpicos, disputado no Rio de Janeiro, em 2016: atletismo, bocha, futebol de cinco, goalball, judô, natação, tênis de mesa e vôlei sentado.

As atividades, que são gratuitas para a garotada, são comandadas por vinte profissionais de Educação Física no Centro de Formação Esportiva e mais quatro pessoas do Coordenação de Esporte Escolar, ligados à Secretaria de Esporte e Lazer de São Paulo.

De acordo com números divulgados pelo CPB, estão cadastrados atualmente no programa 367 alunos, das quais 241 estão frequentando as atividades, que são realizadas Centro de Treinamento Paralímpico, localizado em São Paulo, na Rodovia dos Imigrantes.

Para participar, é preciso que a criança ou jovem esteja matriculada em uma escola reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), seja morador da capital paulista e cidades vizinhas. Deficientes auditivos não podem participar do projeto, já que não integram o programa do Comitê Paralimpico Internacional.

Em entrevista concedida por e-mail ao Olimpíada Todo Dia, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, disse que a formação de futuros atletas de alto rendimento é um dos pontos do projeto, mas não a ideia principal.

“Sem dúvida, essa é uma consequência a longo prazo deste projeto, mas a intenção inicial do Centro de Formação Esportiva é a de promover a entrada da criança com deficiência no esporte paralímpico”, explicou.

A iniciativa, porém, deve se concentrar apenas em São Paulo, sem atingir o restante do país, já que a capital paulista oferece a melhor estrutura do Brasil.

“A ideia inicial é desenvolver o Centro de Formação apenas no CT Paralímpico, em São Paulo. É a estrutura ideal, que nos dá condição de atender aos alunos da melhor maneira possível e introduzi-los ao Movimento Paralímpico”, disse Conrado.

“A intenção para 2019 é dobrarmos o número de vagas disponíveis para o projeto (500) e chegarmos a mil alunos atendidos”, comentou o presidente do CPB.

O ministro do esporte Leonardo Cruz disse, em entrevista coletiva dada no lançamento do projeto, que com o surgimento do Centro de Formação Esportiva, o CT do CPB pode servir como um celeiro para criar futuros talentos para o esporte paralímpico brasileiro.

“Esse é um belo centro de treinamento que, a partir de agora, não será capaz apenas de treinar e capacitar nossas seleções nacionais. Ele vai ser capaz, também, de construir nossas seleções do futuro”, afirmou.

Apesar do potencial que o programa pode oferecer ao esporte de alto rendimento paralímpico, Cruz destacou, à época, o poder de socialização que a interação entre os alunos oferece.

“Acho que essa deve ser a menor função desse projeto de iniciação. A maior é ajudar essas crianças a se superarem. Elas terão mais capacidade de se socializar, de ter independência e de enfrentar as barreiras que a vida vai lhes impor. Daqui sairão grandes atletas de alto rendimento, não tenho dúvidas. Mas daqui, desse que é um dos grandes legados dos Jogos Rio- 2016, sairão, acima de tudo, mais de 300 cidadãos melhores”, falou.

Com o apoio das prefeituras de Diadema, São Bernardo, Santo André, Ribeirão Pires, Mauá, Rio Grande da Serra, São Paulo, Mairinque e do Instituto Padre Chico, instituição paulistana especializada em ensino para deficientes visuais, o projeto é mantido pelo próprio CPB. As aulas acontecem em turmas separadas em dois períodos: às segundas e quartas-feiras e às terças e quintas-feiras, nos horários das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30. Lá, elas recebem uniforme e alimentação, além de transporte.

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