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Los Angeles 2028

Parsons: “Los Angeles vai catapultar o movimento paralímpico”

Presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o brasileiro Andrew Parsons falou sobre suas expectativa para os Jogos de Los Angeles

“Paris-2024 foi a edição mais espetacular da história dos Jogos Paralímpicos”. O autor da frase é do brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), durante a cerimônia de encerramento na capital francesa. Desde lá, sempre que perguntado sobre o assunto, ele responde da mesma maneira. A partir de agora, entretanto, é hora de olhar para frente. A edição de inverno acontece em 2026 em Milano-Cortina, na Itália, e a de verão em 2028, em Los Angeles, ambas com promessas de novidade, e com a expectativa de explosão do paradesporto com o evento que vai acontecer daqui quatro anos nos Estados Unidos.

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“Los Angeles você tem a cultura de Hollywood. São os maiores contadores de histórias do planeta. É Los Angeles, é Hollywood. Então, você vai ter essa questão da narrativa, da mudança de narrativa. Você vai ter a questão das instalações que já estão prontas, o que faz com que o foco deixe de ser construção. O foco passa a ser principalmente legado. O que vai ser dos Estados Unidos em relação às pessoas com deficiência e mais: para onde eles vão catapultar o movimento paralímpico? Os Estados Unidos são o maior mercado de televisão, de patrocínios e de fundraising (arrecadação de fundos) do mundo. Então é importante que a gente possa atingir o nosso potencial pleno nos Estados Unidos”, acredita Andrew Parsons.

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Novidades no programa em Los Angeles

Sobre novidades, o presidente do IPC destaca a estreia da escalada como esporte paralímpico depois de estar presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e Paris-2024. “Eu conheço a escalada como modalidade paralímpica, é claro, mas tive a oportunidade em Paris de ver a escalada olímpica dentro de um contexto de jogos. Foi fantástico! Eu acho que é uma novidade que o público vai gostar muito”, acredita.

Andrew Parsons também falou sobre provas novas que podem ser incluídas dentro dos programas que já fazem parte dos Jogos Paralímpicos. “Você tem muitas provas mistas sendo oferecidas cada vez mais, né? Revezamentos e provas de equipe mistas. Existe uma uma intenção de trazer o que a gente chama de Race Running, muito conhecido como Petra aqui no Brasil. São provas para atletas com uma deficiência muito severa no atletismo, provas de pista. Isso é algo que nós queremos colocar para Los Angeles”, promete.

Ampliação das modalidades de gelo

Mas as novidades não ficarão restritas aos Jogos Paralímpicos de verão. O objetivo é ampliar a edição de inverno a partir de 2030. “Nós temos a intenção de, para 2030, ampliar as modalidades de inverno. A gente não tem muitas modalidades no gelo. Temos só o hóquei e o curling. A gente quer colocar patinação. Obviamente que talvez isso seja para 2030 ou 34 em South Lake, mas a tendência é a gente também trabalhar a Paralimpíada de Inverno para ela ser mais robusta e maior”, garante o dirigente.

Apesar da ampliação só acontecer a partir de 2030, para a edição de Milano-Cortina, em 2026, Andrew Parsons está animado. “Eu acho que o grande desafio é a gente também aproveitar Paris, que foi tão espetacular, para tentar canalizar um pouco desse entusiasmo, não só de público, de patrocinadores, televisões, todo mundo, no inverno”.

Sucesso de Paris

É aqui que Andrew Parsons volta a falar sobre os motivos pelos quais ele considera Paris-2024 a maior edição de todos os tempos de Jogos Paralímpicos. “É uma soma de fatores. O esporte paralímpico mais forte do que nunca, a participação maciça do público, atmosfera e e as instalações incríveis. Então, você teve uma junção de componentes que, somado ao legado e ao impacto maior, mais televisões ao redor do mundo transmitindo, mais imprensa do que nunca, mais países do que nunca, fizeram que fosse a edição mais bem sucedida da história”, enumera.

Sobre o legado, o que Andrew Parsons considera mais importante é a transformação de Paris em termos de acessibilidade. Apesar do metrô, por ser muito antigo, ainda estar longe de ser acessível, agora existe um projeto para remodelá-lo e deixá-lo para ser usado por pessoas de qualquer tipo de deficiência.

“A gente sempre compara o país ou a cidade na época dos jogos com onde ela estava sete anos antes, quando eles foram eleitos como cidade anfitriã. Mas o legado continua, então hoje 100% da frota de ônibus de Paris é acessível, o trem é acessível, e durante os jogos foi anunciado um plano para transformar o metrô de Paris e torná-lo acessível. É um programa de 20 anos, o custo estimado é de 20 bilhões de euros. Mas, e isso eu ouvi do próprio presidente (Emmanuel) Macron, isso nunca esteve em cima da mesa e agora está e é por causa dos jogos”, comemora.

Campanha histórica do Brasil

Por fim, Andrew Parsons falou sobre a histórica campanha brasileira nos Jogos Paralímpicos. Pela primeira vez na história, o país terminou no top-5 do quadro de medalhas. Por mais que, como presidente do IPC ele precise manter uma certa neutralidade, não há como esconder a empolgação com as 89 medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros.

“Foi espetacular, de um ponto de vista, mesmo enquanto presidente do Comitê paralímpico Internacional. É uma satisfação enorme, um país sul-americano no top 5. É um negócio incrível porque teve um legado dos jogos Rio 2016. O CPB faz um trabalho incrível, mas também baseado no legado do CT, do aumento da arrecadação. Então, do ponto de vista de IPC é muito legal. De ponto de vista de brasileiro é espetacular, é um orgulho. Eu gosto de pensar que eu fiz parte um pouco dessa história, botei ali meu tijolinho. Eu sou apaixonado pelo momento paralímpico brasileiro desde 1997. Então, vê-lo brilhar cada vez mais é um prazer pessoal muito grande. Claro, eu tenho que ficar neutro ali, mas todo mundo entende que eu torço pelo Brasil. Obviamente eu tenho que fazer isso dentro de um certo limite”.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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