Paris – No dia em que o goalball masculino chegou ao quarto pódio seguido em Paralimpíadas, a equipe feminina foi quarta colocada pela terceira vez consecutiva. O técnico Alessandro Tosim tem relação com ambas as histórias e fez uma avaliação sobre o que falta para o time feminino subir ao pódio.
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O treinador de 48 anos comandou o time masculino por 13 anos. Ele esteve à frente da equipe em dois dos títulos mundiais e nas últimas três Paralimpíadas. Tosim virou coordenador das categorias de base da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) e, desde dezembro de 2023, técnico do grupo feminino.
Um dos pontos que ele acredita que são decisivos tem a ver com as características da equipe. “A gente tem boas batedoras, mas ainda nós não estamos num patamar de primeira linha, de chegar e ter uma bola pesada, que vai incomodar o tempo todo. Então, acho que para o próximo ciclo, a gente tem que desenvolver essa batedora. Eu vejo a Geovana com todo esse potencial. Acho que ela é a pessoa que vai se transformar nessa batedora nossa”, projetou.
A camisa 1 do Brasil estreou em Paralimpíadas. “É tudo muito novo. Tive que lidar com todos os sentimentos desde as quartas até aqui, desde o começo da Paralimpíada até aqui e não dá pra desacreditar, tem que trabalhar, trabalhar forte pra nos próximos anos fazer valer”, destacou a novata.
Outro ponto que precisa ser desenvolvido, segundo Tosim, é o desenvolvimento físico das jogadoras, para que sejam descobertas atletas mais altas e fortes. Segundo ele, o time masculino passou por este processo.
“Eu acho que agora a gente tem que começar um novo processo, de captar mais atletas. A gente precisa de atletas que tenham um pouquinho mais de estatura, que a gente vai desenvolver ao longo desse processo uma batedora de primeira linha”, reforçou. “O que a gente precisa mesmo é que elas desenvolvam força. Treinamento esportivo é isso. Precisa desenvolver força. A gente precisa ser mais potente”, completou o treinador.
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Em contrapartida, Tosim ficou satisfeito com o desempenho da equipe em Paris. Ele acredita que a defesa brasileira é uma das melhores do mundo e que as jogadoras evoluíram em mentalidade. “E eu acho que nós, ao longo desses sete meses, conseguimos fazer muita coisa com essas meninas. Elas estão totalmente diferentes. Você vê que já não é aquele time que aceita uma derrota. Não, elas já são aguerridas. Então, isso é um processo”, avaliou.
O Brasil participou da Paralimpíada por meio de convite da IBSA, organização que gere o goalball mundialmente. Quarto colocado no último Mundial, o time brasileiro foi selecionado para suprir a ausência do país que representaria a África. A competição qualificatória desse continente foi considerada irregular.
Ou seja, o planejamento da equipe brasileira já estava de olho em Los Angeles-2028, mas precisou ser antecipado.
“A gente tem grandes peças. A gente tem uma comissão muito competente, muito visionária. Ela enxerga a potência do goalball brasileiro feminino e agora é trabalhar quatro anos. Ano que vem tem Copa América, posteriormente o Mundial, e aí a gente vai indo degrau por degrau para em Los Angeles a gente ver o Brasil feminino brilhar e conquistar esse tão sonhado pódio”, projetou Ana Gabriely, uma das líderes do grupo.
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