Lara Lima, de apenas 21 anos, tem mãe como sua principal incentivadora, mas tomou uma decisão inusitada. Apesar da progenitora estar em Paris, pediu para que ela não fosse à Arena La Chapelle, onde conquistou a medalha de bronze da categoria até 41 kg do halterofilismo dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024.
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“Minha mãe está aqui em Paris, mas não veio me ver por uma decisão nossa mesmo. É que ela tem mania de passar mal. E eu também, como seria a minha primeira competição em Jogos Paralímpicos em que eu realmente teria chance de medalha, eu não queria ficar nervosa e ansiosa de saber que ela estaria aqui. Então, acabou que tudo ornou e deu certo”, comemorou a medalhista de bronze.
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Apesar da mãe não estar presente na Arena La Chapelle, foi a primeira com quem Lara Lima conversou assim que saiu da área de competição. “Já liguei e já mandei mensagem. Daqui a pouco nós vamos nos ver. Eu nem posso imaginar com é a reação dela. Minha mãe sempre chora muito, vibra muito e sempre diz que estava orando por mim”, conta Lara Lima, que lembra de quantas vezes sua mãe a incentivou quando ela não tinha vontade de treinar.
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“Às vezes eu não queria realmente treinar, eu falava que estava cansada e que queria matar um treino. E ela não deixava, dizia que eu tinha que ir porque essa medalha tinha que ser minha. Então, ela é a minha maior incentivadora, ela que me fez estar no esporte. Ela e minha irmã. Não fosse por elas, essa medalha não estaria hoje no meu peito”, agradece Lara Lima.
11 anos de halterofilismo
Nascida em Uberlândia, interior de Minas Gerais, com uma doença que afeta a espinha dorsal e limita os movimentos dos membros inferiores, Lara Lima começou muito cedo no esporte. Aos dez anos, já estava competindo. Ou seja, em Paris-2024, ela completou 11 anos de halterofilismo.
“Acaba que são muitos anos de bagarem. Essa medalha foi muito desejada e, para mim, é uma honra representar o país tão bem. Minha competição foi excelente, maravilhosa. Comecei a competir internacionamento com 14 para 15 anos. E com 18 fui para a minha primeira Paralimpíada. Era para ter ido com 17, mas teve a pandemia. E eu fiquei muito frustrada (com o sétimo lugar) em Tóquio e falei que nada nessa competição ia me abalar”.
Com a medalha de bronze no peito, entretanto, Lara Lima não está satisfeita. Na verdade, ela sentiu o gostinho do pódio e agora quer mais. “Acabou o ciclo de Paris e a gente já começa a se preparar para Los Angeles. Nós atletas de altíssimo rendimento não paramos nunca. E eu quero chegar num lugar mais alto. O que eu preciso mesmo é de mais força porque acho que meu psicológico está muito bom. Então, acaba que a gente vai trabalhar muito com a força porque o meu psicológico está ótimo, está preparadíssimo. Essa medalha me deu um gás enorme e você pode esperar muita coisa de mim em Los Angeles-2028”, prometeu.