Paris – Mesmo sem conquistar uma medalha, Débora Menezes terminou a disputa do parataekwondo, neste sábado (31), com um sorriso no rosto. Ela foi prata em Tóquio-2020, mas não sentiu a vibração da torcida por conta das restrições da pandemia. Em Paris, ficou feliz com o público que encheu as arquibancadas do Grand Palais e com as crianças que saudavam de perto a entrada de cada atleta no tapete.
“É uma emoção porque eu adoro me interagir, principalmente com as crianças. Sou formada em Educação Física, dei aula há um tempo, então, a criançada mexe com o meu coração. Eu não podia passar e não falar com elas”, exaltou a paulistana, logo após a derrota para Rajae Akermach, do Marrocos, na repescagem pelo bronze.
“Esse é o legado que eu quero deixar. Impactar positivamente as crianças e que elas realmente se sintam espelhadas por nós”, comentou a atleta da classe K44, para atletas com deformação ou amputação de membros superiores.
Embora fale sobre a herança que quer entregar por meio do esporte, Débora deixou claro que vai brigar para estar em Los Angeles-2028. “Desde antes de Tóquio, eu tive algumas lesões bem preocupantes, foram quase cinco anos em busca de melhorias. E para Los Angeles, quero chegar principalmente com o físico melhor, com o fôlego melhor”, projetou.
Quem viu a sorridente Débora poderia nem imaginar o esforço que ela fez para lutar os combates decisivos em Paris. Após estrear com uma vitória em um duelo equilibrado contra a espanhola Dalia Santiago, a brasileira sentiu uma lesão logo no início da semifinal. Sem conseguir ser agressiva, perdeu para a uzbeque Guljonoy Naimova, que veio a conquistar a prata.
- Sem Gui Santos, Warriors vence Wizards na NBA
- Mackenzie vence pela primeira vez na Superliga após 12 anos
- Flamengo atropela Caxias e assume a liderança do NBB
- Laura Pigossi se recupera de revés e avança nas duplas em Cáli
- Davi Fujii e Karina Senaga avançam aos playoffs em Caracas
“Senti um puxão na panturrilha na hora que fui fazer uma movimentação para frente. Caí duas vezes. Mas foi uma lesão muscular. Tomei alguns remédios antes de entrar para a luta da repescagem, mas nada muito preocupante”, detalhou.
Atleta da categoria superior a 65 kg, Débora foi a última representante do Brasil no parataekwondo. Ela ficou satisfeita com o desempenho da equipe na Paralimpíada de Paris. “A gente dobrou o número de atletas em relação a Tóquio. Todos tinham chances reais de medalha. Estamos crescendo. A nossa união é um diferencial pra equipe e o Brasil está muito bem representado”, analisou a atleta de 34 anos.
O parataekwondo brasileiro conquistou duas medalhas em Paris-2024. Na sexta-feira, Ana Carolina Moura levou o ouro na categoria até 65 kg, enquanto Silvana Fernandes faturou o bronze entre atletas com até 57 kg.
“A sempre agradece ao OTD por sempre estar falando de nós. Precisamos desse espaço entre as mídias para o Brasil ver o trabalho do parataekwondo, um trabalho que precisa ser visto para poder impactar as crianças, os adolescentes e pensar nas próximas gerações também. Então, quero agradecer em nome de toda a equipe ao OTD por todo esse espaço e carinho com o parataekwondo e o taekwondo brasileiro”, completou a atleta sobre a única mídia brasileira presente no Grand Palais neste sábado.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK