Saint-Denis – O presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), o brasileiro Andrew Parsons, afirmou que Paris vai sediar os “Jogos Paralímpicos mais espetaculares da história” durante uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (27).
“Eu realmente acredito nisso. E depois de estar aqui durante a Olimpíada, não tenho dúvidas sobre isso. É uma combinação de esportes paralímpicos, que estão mais fortes do que nunca, um trabalho fantástico do comitê organizador e uma ótima atmosfera na cidade”, comentou Parsons.
O executivo destacou que esta edição já quebrou alguns recordes. É a Paralimpíada com a maior quantidade de delegações, totalizando 168, incluindo o time de refugiados. Três nações estreiam em Paris: Eritreia, Kosovo e Kiribati.
Também será a edição mais assistida da história, tanto nos locais de competição quanto na televisão. Quase 2 milhões de ingressos foram vendidos. Além disso, 165 redes vão transmitir o evento mundialmente.
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“Ainda restam aproximadamente 500 mil ingressos disponíveis. A expectativa é que eles continuem sendo vendidos até mesmo no último dia dos Jogos, como ocorreu na Olimpíada”, destacou o presidente de Paris-2024, Tony Estanguet. Uma nova carga de entradas foi disponibilizada nesta manhã para acompanhar alguns dos eventos mais requisitados, como futebol de cegos, esgrima em cadeira de rodas, tiro com arco e hipismo.
“Na maioria das vezes, a primeira reação ao esporte paralímpico é de surpresa: ‘Uau, não pensei que isso fosse possível’. E então começa essa conexão entre o que eles veem no campo de jogo e o que eles sentem sobre isso. Esse é o momento em que nosso movimento começa a mudar vidas”, exaltou Parsons.
Na véspera da Cerimônia de Abertura dos Jogos, ele participou de um encontro com oito atletas do time de refugiados, além de uma reunião com membros da Unesco. “Participei da Conferência Internacional sobre Deficiência. É o início de uma parceria entre o Comitê Paralímpico Internacional e a Unesco para garantir o avanço dos esportes para pessoas com deficiência ao redor do mundo. Não se trata apenas de esportes paralímpicos ou de alto desempenho, mas também do esporte como uma ferramenta para inclusão nas sociedades”, explicou.
Acessibilidade
Parsons também aprovou a acessibilidade do transporte público francês para pessoas com deficiência, um dos pontos mais polêmicos em termos de organização em Paris. “O governo francês anunciou um investimento de 1,5 bilhão de euros em projetos focados em inclusão e acessibilidade em todo o país. A cidade de Paris está investindo 125 milhões de euros em acessibilidade. Anteriormente, nossa referência era Pequim. Eles investiram uma quantia semelhante ao longo de sete anos. E os planos da cidade são de investir essa quantia em três anos, tornando o sistema de transporte aqui na cidade mais acessível”, detalhou.
Algumas das linhas que abastecem diversos locais de competição são completamente acessíveis, como a linha 14 do metrô e os RER A e B, que seriam equivalentes a um sistema de trem. Por outro lado, é comum observar usuários do transporte público com dificuldades para se locomover, principalmente em estações mais antigas e repletas de escadas.
A solução proposta pela região metropolitana de Paris foi investir na oferta de transporte viário para atletas e para o público. “Agora temos 100% da frota de ônibus acessível. Temos 1.000 táxis acessíveis aqui na cidade. Então, se você me perguntar se a cidade está preparada para pessoas com deficiência se locomoverem, minha resposta é sim”, pontuou Parsons.
Mesma importância
Além do legado prático na cidade, a organização de Paris-2024 destacou que o objetivo da primeira Paralimpíada sediada em Paris é mudar a percepção da sociedade em relação às pessoas com deficiência. Por isso, desde o início, os Jogos Paralímpicos receberam a mesma importância que os Olímpicos.
Segundo Tony Estanguet, essa visão pode ser observada por meio dos símbolos do evento. O emblema e a identidade visual são os mesmos, bem como as mascotes. O detalhe é que as Prhyges (Frígias) têm uma distinção por meio de uma prótese, que reforça o olhar sobre o paradesporto.
A Paralimpíada será realizada entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro, um período de volta às aulas. Para aproveitar a ocasião, a organização dos Jogos viabilizou ingressos para 200 mil alunos. Além disso, diversas atividades sobre o paradesporto serão promovidas nas escolas de toda a França.
Também haverá 70 locais de celebração, com telões e aulas de iniciação esportiva. Estruturas que fizeram sucesso na Olimpíada também serão mantidas, como algumas casas de diversas nações que foram concentradas no Parque da La Villette, o maior de Paris.
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