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No Ginásio do Tarumã, seu Joaquim se despede do goalball

No palco do primeiro torneio nacional da modalidade, Joaquim Teixeira Batista deu adeus à bola azul durante o Regional Sul

Seu Joaquim jogando goalball no Regional Sul
Joaquim, que é branco e um pouco calvo, apoia a mão esquerda no joelho esquerdo e ergue o braço direito com a bola azul para fazer o pêndulo do arremesso. Ele veste uniforme predominantemente azul da Apadevi (Foto: Renan Cacioli/ CBDV)

A história do goalball no Brasil teve um de seus capítulos mais importantes em 1987, quando o primeiro torneio nacional foi disputado no Ginásio do Tarumã, em Curitiba (PR). Joaquim Teixeira Batista tinha 30 anos quando ergueu o troféu de campeão pela Adevimar-PR. Nesta quinta-feira (18), 37 anos depois, Joaquim se despediu da bola azul vestindo as cores da Apadevi no Regional Sul. O dia também marcou a definição dos semifinalistas do torneio.

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“É uma felicidade imensa encerrar a carreira aqui, onde fui campeão há 37 anos. Quero parabenizar toda essa garotada que jogou comigo. Que Deus abençoe a todos!”, falou Joaquim. “Fico muito feliz por ter ajudado a começar essa história e ver hoje o goalball o tanto que expandiu em nível mundial, o Brasil campeão de Paralimpíada. Aliás, quero aproveitar para desejar boa sorte à nossa Seleção em Paris. Essa sementinha que plantamos lá atrás, eles continuam levando. Este é o meu maior orgulho!” completou.

O goalball chegou ao Brasil em 1985, quando Adevimar e Cadevi-SP fizeram uma partida de apresentação do esporte. Em 1986, seu Joaquim deu os primeiros arremessos. Ele até pensou  em desistir da nova modalidade, como ele mesmo relembra: “No meu primeiro jogo, em abril de 1986, comecei a jogar toda bola para fora. E o pessoal falando ‘pra lá, pra lá’. E eu não sabia pra onde era. Pensei: ‘Isso não é pra mim, não!’. Mas continuei firme, perseverante, e tenho essa longa carreira, várias vezes campeão brasileiro e vice-campeão mundial em 1988, ainda na época da ABDC”, contou.

Legado

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Apesar de estar encerrando a carreira, o paranaense nascido em Assai vai seguir com um legado importante dentro da modalidade: sua filha, Fabiana Milioransa, é árbitra de goalball e teve a oportunidade de apitar a última partida do pai. “Hoje tenho a minha Fabiana na arbitragem, que eu sempre digo que aprendeu a engatinhar com uma bola de goalball. Com certeza, a minha voz vai continuar nas quadras com ela apitando”, completou seu Joaquim.

*A reportagem foi produzida pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)

Semifinais definidas

A rodada desta quinta-feira decidiu os quatro melhores times dos dois naipes do Regional Sul de goalball. Algoz da Apadevi do seu Joaquim, o IRM-PR manteve os 100% de aproveitamento com a vitória por 10 a 0. Na semifinal masculina, vai encarar a Amacap-PR, que bateu a Apac-PR por 11 a 7. No outro lado da chave, a Acergs-RS venceu a Apesblu-SC por 14 a 8 e vai medir força com a Acesa-SC, que saiu vitoriosa diante da Apadavix-SC com 11 a 4 no placar.

No feminino, a última rodada da fase classificatória, disputada pela manhã, confirmou a Acesa como líder do Grupo A, após vencer, por 10 a 0, a Adevifoz em confronto direto pela liderança da chave. A líder do grupo B, Maestro, fez 12 a 2 na Apadevi, enquanto a outra vaga saiu do duelo entre IRM e Acergs. As paranaenses levaram a melhor por 6 a 3. Dessa forma, as semifinais do feminino terão Acesa x IRM e Maestro x Adevifoz.

Como os quatro semifinalistas da categoria masculina já têm vagas no Campeonato Brasileiro 2024, a vaga do Regional Sul para a Série B ficou com a quinta melhor colocada, a Apac, do Paraná. Por outro lado, no naipe feminino, ninguém está garantido por enquanto. As duas vagas cedidas serão para as duas finalistas da competição.

Jornalista recifense formado na Faculdade Boa Viagem apaixonado por futebol e grandes histórias. Trabalhando no movimento olímpico e paralímpico desde 2022.

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