Começou, nesta quinta-feira (20), o Meeting Paralímpico de São Paulo, evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O Centro de Treinamento Paralímpico recebeu 261 atletas para a disputa das provas de atletismo e de natação. Por lá, destaque para o paulista Pablo Fabrício Furlan, da classe T13 (deficiência visual), que alcançou duas das melhores marcas do ano nos 100m rasos e salto em distância.
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Nascido em Matão, cidade do interior paulista que fica a 305 km de São Paulo, Pablo mora e treina em Araraquara (SP). Porém, sempre participou de projetos do CPB. No Meeting, ele disputou as provas de 100m e salto em distância. Na primeira, registrou o tempo de 11s94, que estaria entre os 40 melhores do mundo no ano. Enquanto, na segunda, atingiu a marca de 5,83m – a 19ª mundial em 2024.
O paulista nasceu com toxoplasmose, uma infecção que provocou a limitação da sua visão. Entrou no atletismo em 2013, ano em que disputou sua primeira edição das Paralimpíadas Escolares, maior competição esportiva do mundo para estudantes com deficiência. Participou até 2017, oportunidade em que atingiu a idade limite do evento.
“O esporte mudou minha vida. Pude conhecer outros países e, agora, estou me formando em Educação Física graças ao Atleta Cidadão. Assim, tive o privilégio de estar em uma competição grande como o Meeting, conquistar medalhas e manter meu ritmo”, disse Pablo.
Destaques na natação
Na natação, o jovem paulista João Gallo Mendonça, de apenas 15 anos, disputou pela primeira vez em uma competição oficial paralímpica. Nadou as provas dos 50m e 100m livre, além dos 50m costas, pela classe S8 (limitações físico-motoras), na qual foi classificado dias antes da competição.
“Gosto mais dos 50m livre. Gosto de provas de velocidade. Mas é a primeira vez que estou no CT Paralímpico. É um lugar maravilhoso, uma estrutura impressionante. Fiquei encantado com tudo, e minha meta é disputar uma edição dos Jogos Paralímpicos. Gosto de ver o Gabriel Araújo nadando”, afirmou.
A competição também contou com atletas que já integraram a Seleção Brasileira da modalidade, como o carioca José Luiz Perdigão, da classe S11 (deficiência visual). No Meeeting de São Paulo, então, ele competiu nos 100m livre, na qual praticou o estilo borboleta, o seu preferido, e nos 200m medley. Sem conseguir atingir o índice para Paris 2024, Perdigão revelou que pretende melhorar o seu rendimento até a sua próxima competição importante – a 2ª Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa, entre 13 e 14 de julho, também no CT Paralímpico.
“Estou muito feliz por ter diversas competições ao longo do ano para fazer um balanço do que está dando certo ou não nos treinos. E os Meetings são muito importantes dentro da temporada para esse tipo de análise. Então, o objetivo é fazer os testes agora para chegar bem no Nacional”, analisou o nadador.
Meeting Paralímpico em 2024
Até este sábado (22), o evento vai reunir 980 atletas de seis modalidades. Além das duas citadas, esportistas do halterofilismo, da bocha e do tiro com arco também vão competir no CT Paralímpico. Os 40 halterofilistas terão suas provas nesta sexta-feira (21) e sábado. Por fim, no último dia do evento, será a vez dos 26 jogadores de bocha e 17 arqueiros entrarem em ação no espaço. Ademais, os participantes das provas de tiro esportivo irão se concentrar na Escola de Educação Física da Polícia Militar, nesta sexta-feira.
Após o término da etapa paulista do Meeting Paralímpico de São Paulo, o evento terá passado pelas 27 unidades federativas brasileiras, com 6.415 atletas inscritos em disputas de alto rendimento e Seletivas Estaduais de competições organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE). São elas: Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias, Paralimpíadas Militares e Intercentros (entre alunos dos Centros de Referência do CPB, projeto que aproveita espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento).
O Meeting Paralímpico tem o objetivo de desenvolver o paradesporto em todo o território nacional, com a participação de novos talentos e atletas de elite. É idealizado e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2021, como uma atualização dos tradicionais Circuitos Loterias Caixa, que já eram realizados desde 2005. Além disso, entre 2021 e 2023, reunia provas de atletismo, natação e halterofilismo, sendo que cada cidade sediava disputas de, pelo menos, uma dessas modalidades.
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