Campeã mundial neste ano, em Kobe, no Japão, Wanna Brito voltou a conquistar duas medalhas de ouro nas provas do lançamento de club e arremesso de peso, desta vez, no Meeting Paralímpico de Macapá, no Amapá. Neste sábado, a atleta amapaense ganhou as duas provas na classe F32 (paralisia cerebral). Ela e mais outros 90 competidores do atletismo estiveram em ação no estádio Zerão e participaram do evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com provas de pista e campo.
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Celebração dupla
Wanna Brito alcançou a marca de 7,65m no arremesso de peso no Meeting Paralímpico de Macapá, se aproximando do resultado que lhe garantiu o ouro no Mundial de atletismo de 2024. Além do alto rendimento, a competição contou também com Seletivas Estaduais organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE): Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias e Intercentros (alunos do projeto Centros de Referência do CPB, com idade de 7 a 10 anos).
No Mundial, Wanna Brito atingiu a marca de 7,74m no arremesso de peso, nove centímetros a mais em comparação com a deste sábado (8). No ano, o melhor resultado da atleta é o recorde mundial de 7,85m, alcançado na Primeira Fase Nacional do Circuito de atletismo, em março. Ela também competiu e ganhou um segundo ouro no lançamento de club com 22,98m. No título do Mundial, a competidora conquistou seu melhor resultado, que também lhe deu o lugar mais alto do pódio, com 26,66m.
“Estou retomando o trabalho pesado com foco nos Jogos Paralímpicos de Paris após o título mundial. Gostei de minha marca no peso, consegui me manter dentro de uma média muito boa. Agora é intensificar o trabalho nos dois implementos e seguir evoluindo”, afirmou Wanna Brito, que ganhou projeção nacional após quebrar dois recordes brasileiros na edição de 2022 do Meeting Paralímpico de Macapá.
Mais destaques em Macapá
Os demais destaques do evento foram Isabelle da Silva, medalha de ouro no arremesso de peso da classe F34 (paralisia cerebral) no Meeting Paralímpico de Macapá, com 6,32m, Isaac Vilhena de Deus, atleta da bocha que disputou sua primeira prova de atletismo paralímpico e venceu a prova do lançamento de club da classe F51 (que competem sentados) com 19,67m, e Joana Brilhante, que esteve perto de superar recorde brasileiro no lançamento de disco da classe F55 (atletas que competem sentados).
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Joana Brilhante lançou o disco para 17,26m, marca bem próxima dos 17,28m de Gevelyn Quadros, registrados em julho de 2019, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. “Foi minha melhor marca pessoal. Agora é correr atrás desses centímetros. Foi muito treino para chegar até aqui, inclusive debaixo de chuva”, disse a atleta. Ela tem mielomelingocele, uma má formação na medula-espinhal, e foi um dos nomes relevantes do Meeting Paralímpico de Macapá.
Resultados do Meeting de Belém
A etapa de Belém do Meeting Paralímpico contou com a participação de 132 atletas, sendo 88 no atletismo, competindo em provas no Centro Instrução Almirante Braz de Aguiar, 27 na natação, no clube Tuna Luso Brasileira, e mais 17 nas canchas de bocha. As disputas na capital paraense foram válidas pelas Seletivas Estaduais das Paralimpíadas Escolares e Paralimpíadas Universitárias. Essas duas competições são organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE) do CPB.
O nadador Carlos Henrique Campos, de 17 anos, completou os 100m livre da classe S14 (deficiência intelectual) em 1min12s71 no Meeting Paralímpico de Belém. O paraense passou a treinar em uma piscina com técnico Adriano Gomes há dois anos por meio de um projeto do município de Barcarena. A cidade fica a cerca de uma hora de Belém. Em 2023, ele fez 1min11s03 nos 100m na Fase Nacional das Paralimpíadas Escolares, marca que o colocou entre os 40 melhores brasileiros da prova no ano.
“Estou muito feliz por nadar no meu Estado. E também por representar o Pará novamente na Fase Nacional das Escolares”, disse Carlos Henrique Campos, que ganhou cinco ouros no Meeting de Belém. Com isso, ele está apto para voltar ao Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e compor a delegação paraense nas Paralimpíadas Escolares. Ele compete em uma classe que o Brasil tem nadadores com grandes conquistas internacionais, como Gabriel Bandeira, campeão paralímpico e mundial.
No atletismo, o destaque foi Pedro Henrique Corrêa, de 16, que lançou o disco em 12,26m. A marca é 20 centímetros menor do que o recorde escolar do próprio atleta da classe F12 (baixa visão). Nas Paralimpíadas Escolares 2023, ele atingiu a distância de 12,46m em São Paulo.
*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro