Mais uma manhã dourada para o Brasil! No início desta segunda-feira (20), três atletas brasileiros subiram no pódio do Mundial de Atletismo Paralímpico de Kobe, no Japão. Destaque para o tricampeonato mundial de Beth Gomes no lançamento de disco F53 (que competem sentados), e para o primeiro ouro de Rayane Soares nos 200m rasos T13 (deficiência visual). Por fim, Verônica Hipólito finalizou o dia com o bronze.
Com mais três medalhas, o Brasil encostou na líder China no quadro geral de conquistas. Até o momento, o país conta com doze ouros, cinco pratas e três bronzes (vinte no total). Enquanto isso, os chineses têm treze ouros, nove pratas e onze bronzes (trinta e três no total). Além disso, a Seleção Brasileira de atletismo está a somente duas medalhas de ouro de repetir os pódios dourados que registrou no Mundial de Paris, no ano passado
Tricampeã!
Após levar a prata no arremesso de peso na prova agrupada das classes F53/F54 mais cedo, Beth Gomes voltou à ação na manhã desta segunda-feira. Desta vez, a atleta natural de Santos competiu no lançamento de disco F53. Por lá, Beth registrou 17.22m (recorde do campeonato) na sua sexta e última tentativa, e levou a sua terceira medalha de ouro em mundiais na categoria. No segundo lugar veio a japonesa Keiko Onidani, que teve a marca de 14.49m. Em seguida veio a russa Elena Gorlova com 12.67m. Vale destacar que todos os seis lançamentos de Beth lhe garantiriam a medalha de ouro.
“Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato. Estou muito feliz! Gratidão a todos que fizeram parte desta conquista. Aos meus treinadores e a equipe multidisciplinar. Um atleta nunca se faz sozinho sem eles”, afirmou Elizabeth Gomes.
Primeiro ouro!
Rayane Soares também teve muito a comemorar neste quarto dia de competições no Mundial de Atletismo Paralímpico. A velocista completou a prova nos 200m T13 com seu melhor tempo da temporada (24s89) e ficou com o ouro. Além disso, este foi o primeiro título mundial nesta prova da atleta, que nasceu com baixa visão por conta de microftalmia bilateral congênita. Antes, havia conquistado bronze nos 400m em Paris 2023, além do ouro nos 400m e prata nos 200m em Dubai 2019.
“Treinei para isso. Estava fazendo tempos muito fortes nos treinos, estava melhorando cada vez mais. Então, a nossa expectativa era muito alta. Eu estava muito confiante e consegui. Tem adrenalina, ansiedade e pensamentos negativos, mas eu consegui ter controle e vencer a prova”, afirmou Rayane Soares, que ainda vai correr os 400m às 22h55 (de Brasília) da próxima quinta-feira, 23.
Bronze nos 100m T36
A paulista Verônica Hipólito levou a última medalha brasileira do dia em Kobe. A atleta da classe T36 (paralisados cerebrais) completou os 100m em 14s35 e assegurou o bronze. A vencedora da prova foi a chinesa Yiting Shi, com 13s35, o novo recorde mundial da disputa.
Essa foi a terceira medalha em Mundiais de Verônica Hipólito – foi também ouro nos 200m e prata nos 100m em Lyon 2013. “Tem ouro que é ouro. Mas tem bronze que também é ouro. Tenho certeza de que esse terceiro lugar é muito importante para mim. Eu cheguei a questionar muitas coisas, o porquê eu ainda continuaria correndo. Tenho uma família e um treinador maravilhosos. Para mim, é um ouro”, desabafou.
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