O Brasil somou mais duas medalhas de ouro no final da noite de domingo (19) no Campeonato Mundial de atletismo paralímpico, disputado em Kobe, no Japão. O primeiro a conquistar o título foi Julio César Agripino nos 1.500m da classe T11 (deficiência visual). Na sequência da disputa, Claudiney Batista ganhou o tricampeonato da competição no lançamento do disco da classe F56 (atletas que competem sentados).
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Conquista com recorde do campeonato
Agripino liderou até pouco mais da metade da prova, no entanto, foi ultrapassado por Yitayay Yigzaw, da Etiópia quando a disputa chegou aos 800m. O brasileiro caiu de produção e foi parar em terceiro lugar faltando 500m para o término da prova. Apesar disso, ele não se abalou e mostrou poder de reação, recuperando espaço até retomar a ponta com 1.300m de percurso percorrido. Daí em diante, Agripino não perdeu mais a liderança e conquistou o título do Mundial de atletismo com 4min02s23, novo recorde do campeonato.
Yeltsin Jacques também disputou os 1.500m da classe T11, no entanto, sofreu uma queda durante a prova. Ele chegou a se levantar e concluiu o percurso em quinto lugar. A colocação foi retirada na sequência com sua desclassificação por ter se soltado de seu atleta-guia no momento que caiu. Na mesma classe, mas nos 5.000, o brasileiro foi campeão mundial, deixando Agripino com o vice-campeonato do Mundial de atletismo na prova mais longa.
“Foi uma prova emocionante. Também quase caí na pista durante a prova, com muito atleta próximo um do outro, o que mostrou que o nível está muito alto [neste Mundial]. Mas conseguimos mais esse pódio para o Brasil”, afirmou Agripino, diagnosticado na infância com ceratocone, doença degenerativa na córnea. Na edição de 2023 do Mundial de atletismo, em Paris, o fundista, natural de Diadema, em São Paulo, havia conquistado a prata na mesma prova.
Soberano no disco
A segunda medalha de ouro da noite de domingo (19) foi conquistada por Claudiney no lançamento do disco da classe F56. O bicampeão paralímpico, na Rio-2016 e em Tóquio-2020, foi o penúltimo a competir, à frente apenas de Yogesh Kathuniya, da Índia, que terminou em segundo lugar. O brasileiro assumiu a dianteira logo em seu segundo arremesso, alcançando a marca de 44,10m, superando o então líder Dusan Laczko, da Eslováquia, com 39,82m.
Claudiney conseguiu melhorar sua marca nos dois lançamentos seguintes, com 44,56m na terceira tentativa e 45,14m na quarta. Nos outros três arremessos, o primeiro e os dois últimos, o brasileiro queimou. Sua marca vencedora no Mundial de atletismo de Kobe, no Japão, é inferior ao registrado por ele na conquista do bicampeonato em Paris, na França, em 2023, quando atingiu 46,07m. Antes disso, na edição de 2019, em Dubai, nos Emirados Árabes, lançou para 45,92m em seu primeiro dos três títulos.
“Cheguei muito bem aqui em Kobe. Treinei bastante para este momento. Fiz uma marca que pude superar o indiano, que era o principal concorrente na prova. Tive alguns lançamentos que foram invalidados pela arbitragem, o que me deixou um pouco tenso. Mas deu tudo certo, estou muito feliz por esse tricampeonato”, comemorou Claudiney, que conquistou sua sétima medalha na história do Mundial de atletismo, sendo três ouros, duas pratas e dois bronzes.
Prata para Beth Gomes e mais brasileiros em ação
A terceira medalha brasileira no Mundial de atletismo paralímpico foi de Beth Gomes no arremesso de peso na prova agrupada das classes F53/F54. A atleta, natural de Santos, em São Paulo, atingiu 7,53m como melhor lançamento e foi superada somente pela mexicana Gloria Guadarrama, com 8,04m. Já a terceira colocação ficou com a uzbeque Nurkhon Kurbanova, com 7,48m
“Foi uma prova acirrada, competindo com atletas de uma classe maior do que a minha, com adversárias muito boas também. Mas queria uma medalha e consegui. Vamos buscar ainda mais no arremesso de peso e nas demais provas em Paris”, disse Beth Gomes, que volta competir a prova do lançamento de disco na manhã desta segunda-feira (20), às 5h15 (horário de Brasília).
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Além das três medalhas, o Brasil esteve em mais uma final no Mundial de atletismo paralímpico. Antônia Keyla não brigou pelo pódio em nenhum momento da prova e finalizou os 400m T20 (deficiência intelectual) na quinta colocação, com 57s78. A campeão da disputa foi a indiana Deepthi Jeevanji, com 55s07, determinando o novo recorde mundial da prova.
O final de domingo não foi só de finais para o Brasil. Ricardo Mendonça e Edson Cavalcante avançaram à final dos 200m T37 (paralisados cerebrais). O primeiro fez o melhor tempo das classificatórias, com 23s22. Já o segundo teve o sétimo índice geral, com 24s29. Nos 100m T11 (deficiência visual), Jerusa Geber, atual campeã mundial, registrou o terceiro melhor tempo na classificação, com 12s22, dois centésimos a mais que Lorena Spoladore, dona da segunda melhor marca.