É treta! O Brasil amanheceu nesta sexta-feira (17) com um resultado histórico no mundial de atletismo paralímpico de Kobe, no Japão. O bicampeão paralímpico, Petrúcio Ferreira, conquistou o tetracampeonato mundial nos 100m rasos T47, e manteve a hegemonia na prova mais rápida para atletas com deficiência nos membros superiores. Com o resultado, o Brasil fechou o primeiro dia de disputas no Japão na liderança no quadro de medalhas.
Petrúcio começou a sua trajetória no mundial se classificando à final com o melhor tempo das eliminatórias (10s82). Na decisão, anotou o tempo de 10s83 e superou o polonês Michal Derus, que fez 10s88.877. Apenas um milésimo atrás veio o chinês Wang Hao com o bronze. Assim, o brasileiro manteve a hegemonia na categoria, e conquistou o ouro pela quarta vez seguida, após os ouros em Londres 2017, Dubai 2019 e Paris 2023.
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Além disso, esse foi o sexto ouro do velocista na história da competição, com as vitórias nos 400m em Dubai 2019 e nos 200m em Londres 2017. Por fim, o outro brasileiro envolvido na final, o carioca Washington Nascimento Júnior completou a distância na sexta colocação, com 11s09.
“Conseguir entregar esse 100%, após todo o trabalho que a gente constrói antes de chegar nessas grandes competições, me deixa muito feliz. São 11 anos de carreira, e acabo ficando um pouco mais ansioso. Além disso, a classe T47 é uma das que mais cresceu no paradesporto e a prova mostrou isso. Ser o atleta mais rápido do mundo é ser inspiração e exemplo para outras pessoas e outros atletas”, afirmou Petrúcio Ferreira, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo.
Começo avassalador do Brasil
Com oito medalhas no total, o país encerrou o primeiro dia de provas no Japão em primeiro lugar do quadro geral de medalhas. A China finalizou a sua estreia na segunda colocação, com seis medalhas (dois ouros, duas pratas e dois bronzes), enquanto a Tunísia fechou o terceiro lugar com três medalhas (um ouro, uma prata e um bronze.
Os destaques desta manhã de sexta-feira (17), além de Petrúcio Ferreira, foram as medalhas no lançamento de club F32 (paralisados cerebrais). A medalhista de prata em Paris 2023, a amapaense Wanna Brito conquistou o ouro inédito na categoria com a marca de 26,66. Enquanto a paulista Giovanna Boscolo alançou os 24,35m e ficou com o bronze.
“Deu certo, conseguimos repetir o que a gente estava treinando. No meio da prova, comecei a sentir muito frio e precisei ficar batendo na perna para esquentar. Mas depois consegui me recuperar e fazer o lançamento do ouro. Sou muito grata a tudo. Trabalhei muito para que isso acontecesse. Estou muito emocionada”, completou Wanna Brito, que teve diagnosticada paralisia cerebral no momento do parto.