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Comitê Paralímpico Brasileiro emite nota após denúncias

CPB rechaça ter conivência em qualquer irregularidade e afirma que classificação funcional é responsabilidade de profissionais internacionais e da IPC

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(Divulgação/Sede do Comitê Paralímpico Brasileiro)

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) emitiu uma nota oficial na tarde deste domingo (10) em resposta à denúncia exibida no Esporte Espetacular deste domingo. A reportagem da TV Globo menciona Lucas Prado, Ricardo Costa e Silvânia Costa. As denúncias afirmam que os campeões paralímpicos são da categoria T11, mas têm deficiências visuais incompatíveis com a classe funcional. Além disso, os denunciantes, na maioria anônimos, afirmam que o CPB estaria ciente das incompatibilidades.

O CPB afirmou que “preza pela ética em todo seu processo de gestão e administração”. Além disso, a entidade afirmou seguir “regras, políticas e diretrizes de classificação do Comitê Paralímpico Internacional, por meio do Código Internacional de Classificação e dos regulamentos de classificação específicos por modalidade ou tipo de deficiência”.

Mais uma vez, o CPB afirmou que quem estabelece a classe de cada atleta são os classificadores internacionais e portanto nem os atletas nem o CPB “têm poder de definir em qual classe cada atleta competirá”.

O Comitê Paralímpico Brasileiro ainda comentou ter feito questionamentos e protestos diante de algumas classificações. O CPB afirmou ter inscrito Ricardo Costa e Silvânia Costa na classe T12 e “após avaliação em banca de classificação internacional, que, repetimos, não tem vínculo com o CPB, foram alocados na classe T11”.

O CPB ainda fez críticas ao trabalho dos jornalistas da Rede Globo. Primeiramente, a entidade disse ter tido apenas 24h úteis para resposta. Em seguida comentaram não ter acesso às informações e denúncias para que pudessem ter respondido a contento. E finalmente, afirmam que “todos que acusaram o CPB de ser conivente com qualquer irregularidade o fazem de maneira irresponsável por desonestidade ou ignorância”.

A entidade enfim termina sua nota oficial afirmando que “seguiremos firmes com o nosso trabalho, sempre prezando pela inclusão da pessoa com deficiência e pela justiça no esporte”

Como os atletas responderam às denúncias do Esporte Espetacular?

Lucas Prado postou um vídeo em seu instagram se defendendo das denúncias. Dono de três ouros e cinco medalhas paralímpicas, ele afirmou ainda que vai pedir direito de defesa. Primeiramente, o atleta falou que os trechos exibidos pelo Esporte Espetacular foram tirados de contexto. Em seguida, Lucas ainda convidou todos a visitarem o Centro Paralímpico Brasileiro (CPB). Por fim, ele convidou a médica que analisou seus vídeos a fazer uma análise de sua visão.

Silvânia Costa que respondeu às perguntas da reportagem da Rede Globo reproduziu em seu instagram os vídeos completos de sua conversa com os jornalistas. Já Ricardo Costa ainda não respondeu às denúncias da reportagem de Bruna Campos e Felipe Brisolla.

Confira nota completa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

A respeito da reportagem exibida no Esporte Espetacular do domingo, 10/9, segue, a posição do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Não é verdade que o CPB seja conivente com qualquer circunstância que não promova a justiça no esporte.

Os que afirmam, agem de má fé ou por desinformação.

O Comitê Paralímpico Brasileiro preza pela ética em todo seu processo de gestão e administração, seguindo as regras, políticas e diretrizes de classificação do Comitê Paralímpico Internacional, por meio do Código Internacional de Classificação e dos regulamentos de classificação específicos por modalidade ou tipo de deficiência.

Quem tem capacidade para estabelecer a classe de cada competidor são os classificadores, neste caso, os especialistas em classificação para atletas com deficiência visual, que submetem os competidores a exames clínicos e analisam laudos médicos.

Nem os atletas e nem o CPB têm poder de definir em qual classe cada atleta competirá.
Todos os atletas citados na reportagem passaram por diversas classificações internacionais em diferentes períodos, competições, países e bancas de classificação. Inclusive com questionamentos e protestos do Comitê Paralímpico Brasileiro contrários aos resultados das classificações internacionais.

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Em 2021, por exemplo, quando recebemos o vídeo da prova disputada por Silvânia Costa, em Bragança Paulista (SP), exibimos as imagens aos classificadores, que mais uma vez confirmaram a atleta na classe T11. É importante ressaltar que Ricardo Costa e Silvânia Costa foram inscritos, por este Comitê, em suas primeiras competições internacionais na classe T12, e após avaliação em banca de classificação internacional, que, repetimos, não tem vínculo com o CPB, foram alocados na classe T11.

Apesar de afirmarem que apuram sobre o tema há três anos, os jornalistas concederam apenas 24h úteis para resposta do CPB, tempo exíguo para recuperação de todos os documentos – alguns dos quais de mais de 10 anos atrás.

Além disso, contra o que preza o bom jornalismo, solicitaram entrevista de forma genérica, com termos genéricos, de maneira tendenciosa, sem nos conceder acesso às imagens e às informações, muitas das quais só tivemos acesso quando foram ao ar neste domingo, dia 10 de dezembro.

Por isso tudo, reafirmamos que todos que acusaram o CPB de ser conivente com qualquer irregularidade o fazem de maneira irresponsável por desonestidade ou ignorância.

Seguiremos firmes com o nosso trabalho, sempre prezando pela inclusão da pessoa com deficiência e pela justiça no esporte.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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