Campeã mundial em Paris 2023 nos 100m e 200m pela classe T11 (cegas), a acreana Jerusa Geber voltou às pistas de atletismo neste sábado (2). Assim, a velocista esteve em ação durante o Desafio CPB/CBAT, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
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Jerusa estava havia 46 dias sem competir oficialmente. Contudo, a atleta, que competiu pelo Time Naurú, participou das eliminatórias e da final dos 100m. Fez 12s91 e 13s56, respectivamente, tempos acima dos 11s86 feitos na capital francesa e dos 11s83, seu atual recorde mundial na prova. Na prova final dos 100m, ela ficou em primeiro lugar entre as atletas paralímpicas e chegou na terceira colocação na disputa geral. A paratleta atrás das velocistas do atletismo convencional Vitória Alves, do Praia Clube, e BRuna Farias, do IBF-AL. Vitória correu em 12s12, e Bruna fez em 12s15.
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“Depois do Mundial, não paramos. Continuamos com os treinos. Nós queríamos vir para essa competição porque disputamos com atletas convencionais e sempre gosto de aproveitar esse tipo de oportunidade”, afirmou a atleta, que nasceu totalmente cega. A velocista acrescentou ainda que a competição no CT Paralímpico servirá de teste para os próximos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile. A competição será em novembro.
“Viemos tentar fazer marca, mas estamos em período de ajustes. Neste Desafio, teve a questão com a adaptação com o novo atleta-guia. Mas o Parapan está bem próximo e estamos bem concentrados para buscar mais medalhas lá”, completou Jerusa, que correu ao lado de Vinícius Moraes porque o seu guia titular, Gabriel Garcia, está no Espírito Santo para uma competição pelo atletismo convencional.
Outro destaque do Desafio
Medalhista de prata na prova dos 1.500m pela classe T20 (deficiência intelectual) no último Mundial de atletismo, a piauiense Antônia Keyla fez seu melhor tempo nos 400m neste sábado. Com isso, manteve-se na disputa por uma vaga na sua nova prova para o Parapan.
Na prova dos 400m, Keyla correu em 57s44 e melhorou sua marca, que era de 57s93. Com isso, a atleta, que competiu pela Associação Atlética Ligeirinho (AAL), de Lorena, está na segunda colocação do ranking de elegibilidade específico para o atletismo no Parapan 2023, um dos critérios de entrada definidos pelo CPB.
Todavia, nem todos os participantes que atingirem os índices estipulados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro estarão automaticamente classificados para a competição continental. A confirmação das vagas só acontecerá após a convocação oficial do CPB, que deverá ser feita após a organização do Parapan confirmar a quantidade de vagas alocadas ao Brasil, o que deve ocorrer nas próximas semanas.
Antônia Keyla não correrá a prova dos 1.500m em Santiago porque, apesar de ser a sua prova principal, não faz parte do programa dos Jogos Parapan-Americanos pela classe T20. Em contrapartida, a disputa dos 400m para atletas com deficiência intelectual integra tanto a grade da competição continental quanto dos Jogos Paralímpicos.
“Não esperava atingir boas marcas nessa distância de uma maneira tão rápida. Já planejo ser uma prova extra para mim nos Jogos Paralímpicos também. Estou muito confiante em trabalhar mais para conseguir duas medalhas em Paris 2024”, afirmou a atleta nascida há 28 anos em Água Branca.
“Muda bastante o treino de uma distância para outra. É uma dor diferente. Mas os 400m vão me ajudar a ter uma boa virada na reta final dos 1.500m. Então, penso que uma prova vai puxar a outra”, completou.
*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).