André Rocha viveu uma montanha-russa de emoções em 24 horas. Primeiro, na terça-feira (11), ele conquistou a medalha de bronze no Mundial de atletismo paralímpico ao marcar 20,34m no lançamento de disco da classe F52. No entanto, um de seus adversários entrou com um recurso ao fim da prova e, após revisão da arbitragem, constatou-se um movimento irregular do brasileiro, que assim teve a marca invalidada e perdeu a medalha. Já nesta quarta-feira (12), porém, uma reclassificação funcional promoveu a troca de classe do indiano Ajitkumar Amrutlal Panchal e do croata Velimir Sandor. Dessa forma, eles tiveram seus resultados desconsiderados e o brasileiro voltou ao terceiro posto, faturando a medalha na prova.
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A princípio, André Rocha havia terminado na terceira colocação no lançamento de disco F52, prova na qual ele é o recordista mundial. No entanto, logo após o final da prova, o polonês Piotr Kosewicz, que havia ficado em quarto lugar, entrou com recurso alegando que o brasileiro levantou o glúteo na execução do movimento, o que é irregular. O júri de apelação acatou a reclamação do europeu e invalidou a marca do brasileiro.
Dessa forma, André Rocha caiu para a quinta colocação, tendo 18,55m como melhor marca. Ele ficou com apenas uma de seis tentativas válidas. O polonês, por sua vez, herdou a terceira colocação do brasileiro e terminou com a medalha de bronze, com 19,87m. O indiano Ajitkumar Amrutlal Panchal foi ouro com 21,17m, enquanto o letão Aigars Apinis levou a prata, com 20,46m. O croata Velimir Sandor ficou em quarto, com 18,69m.
Indignação na equipe
O resultado controverso gerou indignação por parte da equipe de atletismo do Programa Esporte Para Todos, de Taubaté-SP, da qual André Rocha faz parte. Através de nota, a equipe alegou que a revisão ocorreu “de forma obscura e duvidosa”, de forma a prejudicar um atleta brasileiro no âmbito internacional.
“O advento do protesto no atletismo é válido, previsto no regulamento. Porém não pode se tornar uma ferramenta banalizada, utilizada por aqueles que não aceitam um resultado conquistado no campo ou na pista, e que colocam em xeque a atuação da arbitragem a todo momento”, escreveu, em nota.
Reviravolta
Poucas horas depois da nota emitida pelo Programa Esporte Para Todos, uma nova reviravolta voltou a mudar o resultado da prova e colocou André Rocha de volta ao pódio. Ajitkumar Amrutlal Panchal, que havia sido ouro, e Velimir Sandor, que aparecia em quarto lugar, tiveram suas classes funcionais modificadas e, assim, saíram da disputa da F52. Dessa forma, André “recuperou” duas posições e voltou ao terceiro lugar, ficando com o bronze.
Vale destacar que esta é a segunda medalha conquistada pelo Brasil neste Mundial de atletismo paralímpico após revisão do júri arbitral. Cícero Nobre havia terminado a prova do lançamento de dardo F57 (cadeirantes) na quarta colocação, com 48,31m, mas subiu uma posição depois que o iraniano Amanolah Papi teve sua marca de 50,09m invalidada por conta de um posicionamento incorreto durante seu lançamento.
Agora, o Brasil acumula 12 medalhas no Mundial de atletismo paralímpico. São quatro ouros, duas pratas e seis bronzes. O país aparece em terceiro lugar no quadro de medalhas.
*Atualizado às 13h10