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Beth Gomes quebra recorde mundial no Circuito Nacional

A atleta paulista atingiu a marca de 13,89m no lançamento de dardo, atuando pela classe F53

A atleta Beth Gomes, que registrou novo recorde mundial no lançamento de dardo no Circuito Loterias Caixa (Marcello Zambrana/CPB)
(Marcello Zambrana/CPB)

A Segunda Fase Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de atletismo chegou ao final neste domingo (7), com recorde mundial da atleta Beth Gomes. Competindo pela classe F53, a santista lançou o dardo a 13,89m e quebrou a marca obtida por ela própria em março, quando havia alcançado 13,69m.
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O Circuito Loterias Caixa de atletismo encerrou-se neste domingo e foi organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

“Sinceramente, não esperava este recorde. Mas quando o dardo sai da mão, você já percebe que vai vir uma marca boa. Estou muito feliz, até porque acho que dá para melhorar ainda mais”, comemorou a atleta, que representa o clube Aspa, de São Paulo. O recorde anterior de Beth Gomes, obtido em março durante a Primeira Fase do Circuito Nacional, ainda não consta no site do Comitê Paralímpico Internacional. A marca divulgada pela entidade foi estabelecida durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, pela ucraniana Iana Lebiedieva, que, na ocasião, realizou o lançamento de 11,89m.

Mudança de classe

Beth Gomes ingressou na classe F53 em março, após passar por uma reclassificação funcional em março, em Marrakech, Marrocos, durante o Grand Prix Internacional do IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês). A banca de classificação internacional que avaliou a funcionalidade dos seus membros entendeu que Beth teria tônus muscular no tronco, portanto, deveria ser reclassificada para uma classe acima.

Desde 2018, ela competia na classe F52, para atletas com maior comprometimento físico-motor. Foi nesta classe que ela sagrou-se campeã paralímpica em Tóquio no lançamento do disco. Acumulou, também, quebras de recordes mundiais nas duas provas que disputou: disco, sua especialidade, e arremesso do peso. As marcas estão vigentes até o momento.

Classificação para o Mundial

Assim, mesmo após a reclassificação para F53, Beth permaneceu na rotina de recordes, já estabelecendo novas marcas no arremesso de peso, no lançamento de disco e de dardo. A segunda etapa do Circuito Loterias Caixa de atletismo serviu como a última oportunidade de atingir o Índice A, definido pelo CPB como critério de classificação para o Mundial de Paris. O torneio acontecerá nos dias 8 a 17 de julho de 2023.

Farão parte da delegação brasileira de atletismo os medalhistas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, além dos atletas que obtiverem o índice A.

“Tivemos a confirmação de bons resultados de vários atletas, com índices para o Mundial ou boa classificação no ranking internacional”, disse João Paulo Cunha, coordenador do atletismo no CPB. João Paulo explicou que cerca de 20 atletas já possuem medalha ou índice, o que significa que ainda são 30 vagas em disputa via ranking.

Assim, a partir de agora, os brasileiros precisam esperar resultados de competições que estão sendo realizadas fora do país e nas quais atletas estrangeiros podem obter boas marcas e alterar a classificação. A convocação brasileira deve sair após o dia 15 de maio. “Não vamos levar nenhum atleta quinto colocado do ranking. Nossos 50 atletas vão viajar com chances de medalha”, disse João Paulo.

Mais dois recordes das Américas quebrados

Durante o final de semana também foram quebrados seis recordes das Américas, dois deles neste domingo e todos em provas de campo. Primeiramente, no arremesso de peso, o catarinense Edenilson Floriani, 33, atingiu a marca de 14,40m. O atleta do clube CEPE superou seu próprio recorde para a classe F42, de 14,13m, registrado em março de 2022 em São Paulo.

Por fim, a pernambucana Ana Cláudia Silva, 35, da classe T42 (deficiência nos membros inferiores), chegou ao recorde das Américas ao saltar 3,97 m. A marca anterior era de 3,95m, de 2019, porém o IPC não atribui a marca a nenhum atleta em específico. Ana Cláudia representa o clube NEFD-UFPE.

*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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