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Atleta paralímpico é voluntário no Mundial de Bocha no Rio

Lucas de Araújo e a esposa Natália contam como foi a primeira experiência como voluntários no Mundial de Bocha no Rio de Janeiro

Entre os dias 6 e 13 de dezembro ocorreu o Campeonato Mundial de bocha paralímpica na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro. A realização do evento foi da ANDE, Associação Nacional de Desportos para Deficientes e entidade responsável pela bocha no Brasil. Mas nada teria condições de acontecer sem os voluntários, que trabalharam muito para ajudar na organização do evento.

Além da distribuição de medalhas nas quatro classes individuas e três classes de pares e equipes, os atletas mostraram nível altíssimo de competitividade que pede um Mundial, que ocorre de 4 em 4 anos. Lucas de Araújo foi um dos voluntários que ajudaram no Campeonato Mundial. Ele é atleta de bocha e chegou até onde muitos almejam: participou da Paralimpíada da Rio-2016. Lucas foi um dos atletas do BC2, e também jogou ao lado de Maciel Santos e José Carlos Chagas, o Zé, nas equipes BC1/2.

Time brasileiro do BC1/2 na Rio-2016. Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

Mundial do Rio

No Mundial de Bocha de 2022, realizado no Rio de Janeiro, ele esteve presente agora no backstage do evento, algo que jamais pensou em participar. “Como atleta eu vivi muito a competição em si, mas ver como tudo acontece, como tudo se constrói é muito legal.”, contou o voluntário.

Ele e a esposa Natália conheceram o programa de voluntariado do Campeonato Mundial de bocha pela Sports Network, que em parceria com a ANDE, atuou na parte operacional da organização do evento. “É a nossa primeira vez sendo voluntários. Eu estou gostando bastante. É uma oportunidade da gente conseguir acrescentar ao esporte sem necessariamente estar envolvidas diretamente, como atleta ou como staff. A gente entende que sem os voluntários fica muito mais difícil”, comentou Natália, que é assistente social. O casal se conheceu no ensino médio, em 2009. 

Para Lucas, ser um atleta voluntário numa competição de nível mundial é muito diferente. “ Ajudar a montar a competição, ajudar a fazer acontecer é diferente. É tão gratificante quanto jogar. É diferente ver como tudo funciona do backstage, a organização, como funciona abertura,como monta, é muito legal.”, revelou Lucas.

Bocha de fisioterapia para competição

O carioca conheceu a bocha por indicação da fisioterapeuta em 2010. “Ela indicou pra que eu fosse para o esporte, na época fui lá para a Andef (Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos). Eu tinha 16 anos na época.” O atleta não pensava em seguir jornada competitiva, mas logo em 2010 ele já disputou sua primeira Paralimpíada Escolar e foi campeão. 

Outros nomes que saíram das Paralimpíadas Escolares, para jovens de todo o país, são Iuri Tauan, Leticia Karoline e Andreza Vitória, essa última tornou-se campeã mundial no Rio de Janeiro na classe BC1 individual feminino. “Participar de uma competição como essa é muito bom. Fui campeão três vezes seguidas e comecei a minha carreira.”, contou o atleta.

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Menos de quatro anos depois, Lucas de Araújo foi vice-campeão mundial por equipes BC1/2 ao lado de Maciel Santos, hoje um dos mais experientes e vitoriosos atletas da bocha paralímpica brasileira. “É uma responsabilidade, mas eu estava preparado. Sempre quis estar na seleção”, contou Lucas. 

Nova visibilidade

Ele vê que a Paralimpíada do Rio-2016 foi um diferencial para as pessoas começaram a se interessar pelo paradesporto. “Hoje em dia é muito mais fácil depois da Paralimpíada. É bem mais fácil fazer um evento como o Mundial, porque jpa temos um legado.”, comentou o atleta. 

Para Natália, além da visibilidade do esporte de alto rendimento, houve maior interesse no ensino da bocha na base. “A bocha paralímpica ganhou um reconhecimento maior depois da Paralimpíada a nível geral. Hoje eu vejo muito mais projetos, a própria cidade onde a gente mora tem projeto. Então acho que tá tendo mais interesse de trazer a modalidade também em faculdades de educação física. O próprio conhecimento sobre o esporte tem sido muito maior e o interesse de passar esse conhecimento pra outras pessoas também.”

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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