Após o grande 2021, com a histórica participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, o Brasil repetiu a dose de sucesso em 2022 e fechou o ano com mais uma série de conquistas. O país faturou 92 medalhas em Mundiais paralímpicos, sendo 26 de ouro, e se consolidou ainda mais como uma das grandes potências mundiais do esporte. Para lembrar o grande ano, o OTD listou algumas das principais conquistas brasileiras neste ano. Confira!
1 – Título inédito do vôlei sentado
Um dos principais destaques paralímpicos do Brasil no ano foi o inédito título mundial da seleção feminina de vôlei sentado. A seleção comandada por Fernando Guimarães teve uma campanha de seis vitórias em seis partidas na competição, realizada em Saravejo, na Bósnia. Na final, a equipe bateu o Canadá por 3 sets a 2. Além da conquista inédita, o Brasil ainda carimbou o passaporte para os Jogos Paralímpicos Paris 2024. A seleção masculina de vôlei sentado também foi bem e levou o bronze no Mundial.
2 – Alana Maldonado e Willians Araújo campeões mundiais de judô
Uma competição que foi histórica para o Brasil foi o Mundial de judô paralímpico, disputado em Baku, no Azerbaijão. O país faturou 12 medalhas, incluindo dois ouros, com Alana Maldonado e Willians Araújo, três pratas e sete bronzes. Foi a melhor campanha do país em Mundiais da modalidade, que terminou em quarto lugar no quadro geral de medalhas individual.
Campeã paralímpica em Tóquio-2020, Alana conquistou seu segundo título mundial na categoria até 70kg para atletas da classe J2 (baixa visão), após bater a turca Raziye Ulucam no golden score da final. A paulista de 27 anos tornou-se a primeira atleta do Brasil a ter dois ouros em Mundiais de judô paralímpico.
Já Willians Araújo levou a medalha de ouro na categoria acima de 90kg da classe J1 (cegos totais). Na final, ele passou pelo cazaque Ilham Zakiyev, dono de quatro medalhas paralímpicas e atual campeão europeu. Foi o primeiro título do paraibano de 31 anos na competição.
Erika Zoaga (70kg J1), Thiego Marques (60kg J2) e a equipe feminina levaram a medalha de prata. Já Brenda Freitas (70kg J1), Meg Emmerich (+70kg J2), Rebeca Silva (+70kg J2), Rosi Andrade (48kg J1), Antônio Tenório (+90kg J1), Arthur Silva (+90kg J1) e equipe masculina faturaram o bronze.
3 – Participação histórica no Mundial de natação
O Brasil também fez uma campanha histórica no Mundial de natação paralímpica, que foi disputado na Ilha da Madeira, em Portugal. O país faturou 53 medalhas, mais do que o triplo obtido na última edição, em 2019. Foram 19 ouros, dez pratas e 24 bronzes, com a terceira colocação no quadro de medalhas. Trinta atletas diferentes medalharam em provas individuais. Assim, esta foi a melhor campanha do país na história da competição, em todos os aspectos.
Os nadadores destaques na competição foram Maria Carolina Santiago (S12), que levou seis ouros e sete medalhas; Samuel Oliveira (S5), de apenas 16 anos, com três ouros e duas pratas; Gabriel Bandeira (S14), com três ouros, uma prata e dois bronzes; e Gabriel Araújo (S2), com três ouros. Fenômeno, Gabrielzinho ainda bateu seis recordes mundiais num intervalo de um mês no começo do ano. Mariana Gesteira (S9) e Cecília Jerônimo (S8) também foram campeãs mundiais em provas individuais.
4 – O país do goalball
Outra grande conquista do esporte brasileiro em 2022 veio no goalball. A seleção masculina foi dominante no Mundial da modalidade e conquistou o título com dez vitórias em dez jogos. Na grande decisão, derrotou a China, com uma virada heroica no final do jogo. Foi o terceiro título consecutivo do Brasil, repetindo as conquistas de 2014 e de 2018. Vale lembrar que nosso país também é o atual campeão paralímpico da modalidade.
O time feminino brasileiro também disputou o Mundial de goalball, mas foi eliminado na primeira fase. Ainda neste ano, o Brasil faturou título do Campeonato das Américas nos dois naipes, após campanhas dominantes.
5 – Beth Gomes e Petrúcio Ferreira batem recordes mundiais
O atletismo paralímpico não teve seu Mundial disputado em 2022, mas destaques não faltaram com a quebra de recordes mundiais. Os campeões paralímpicos Petrúcio Ferreira e Beth Gomes bateram os recordes de suas respectivas provas, assim como a vice-campeã paralímpica Raissa Rocha Machado. Em provas de campo, Beth, de 57 anos, marcou 8,77m no arremesso de peso F52, enquanto Raissa estabeleceu a melhor marca no lançamento de dardo da classe F56, com 24,80m.
Na pista, o atleta paralímpico mais rápido do mundo, Petrúcio Ferreira, foi além e bateu dois recordes. Ele marcou 10s29 nos 100m da classe T47 (atletas com deficiência nos membros superiores), no Desafio de atletismo CPB/CBAt. Um dia depois, marcou 20s83 nos 200m, superando a própria marca em 34 centésimos.
6 – Campanha histórica no tênis de mesa
Assim como nas piscinas e nos tatames, o Brasil também fez uma campanha histórica no tênis de mesa. O país conquistou sete medalhas no Mundial, disputado em Granada, na Espanha, sendo uma de ouro e seis de bronze. Bruna Alexandre e Paulo Salmin levaram o ouro no torneio de duplas mistas da classe X17, após campanha de quatro vitórias, incluindo sobre os dinamarqueses Peter Rosenmeier/Thea Nielsen na final. Desta forma, foa melhor participação do país na história da competição.
7 – Domínio no Mundial de canoagem
Repetindo a grande participação na Paralimpíada de Tóquio, a paracanoagem brasileira deu show no Mundial da modalidade, que este ano foi realizado em Halifax, no Canadá. O país fez dobradinha de ouro e prata com Igor Tofalini e Fernando Rufino nos VL2 200m, levou uma prata com Luis Carlos Cardoso no KL1 200m e um bronze no VL3 200m com Mari Santilli.
8 – Medalha inédita na Copa do Mundo de tênis em cadeira de rodas
O time formado por Vinicius Cyrillo, Leandro Pena e Ymanitu Silva, levou uma inédita medalha de bronze na disputa por equipes do Quad na Copa do Mundo de tênis em cadeira de rodas. O Brasil derrotou os Estados Unidos na disputa pelo terceiro lugar, após vencer três confrontos e cair diante da África do Sul na semifinal.
Ymanitu Silva ainda foi vice-campeão do torneio de duplas do Quad em Roland Garros pela segunda vez na carreira. Ao lado do australiano Heat Davidson, ele perdeu para os holandeses Sam Schroder e Niels Vink por duplo 6/2. Schroder/Vink é a dupla que foi campeã paralímpica em Tóquio-2020. Ademais, Jade Lanai também triunfou no US Open Juvenil.
9 – Lauro, Jady e Carlos vão ao pódio no paraciclismo
O Brasil levou quatro medalhas no Mundial de paraciclismo de estrada, que aconteceu em Baie-Comeau, no Canadá. Jady Malavazzi foi o principal destaque, com duas medalhas de bronze, uma no contrarrelógio da classe WH3 e outra na prova de resistência. Lauro Chaman, que faturou etapas de Copa do Mundo neste ano, levou a prata na resistência MC5 do Mundial, enquanto Carlos Soares faturou um bronze na resistência MC1.
10 – Lauro Chaman também medalha na pista
Além da estrada, Lauro Chaman foi destaque nas pistas. Ele levou a medalha de bronze no Omnium da classe C5 do Campeonato Mundial, realizado em Saint-Quentin-en-Yvelines, na França. Sabrina Custódia também medalhou na competição, levando a prata nos 500m contrarrelógio da classe C2.
11 – Vitor Tavares com duas medalhas no parabadminton
Vitor Tavares levou duas medalhas no Mundial de parabadminton, em Tóquio, no Japão, mesmo palco onde disputou a Paralimpíada de Tóquio, em 2021. Ele faturou o bronze na chave de simples da classe SH6, após cair na semifinal, e levou a prata nas duplas, ao lado do norte-americano Miles Krajewski, com derrota na final para o sul-coreano Lee Daesung e o tailandês Natthapong Meechai. Vitor, que chegou a ser vice-líder do ranking mundial neste ano, já soma cinco medalhas em Mundiais na carreira.
12 – Jane Karla iguala recorde mundial
O tiro com arco não conquistou medalhas no Mundial, mas teve como grande destaque Jane Karla. Ela igualou o recorde mundial do arco recurvo, ao marcar 695 pontos na qualificação da Copa Europeia de tiro com arco paralímpico, atingindo a mesma pontuação da italiana Eleonora Sarti, feita em 2016.
13 – Rodolpho Riskalla tem grande ano no hipismo
Rodolpho Riskalla fez uma temporada excepcional no hipismo paradestramento. Após a medalha em Tóquio-2020, ele levou um bronze no Mundial de Herning, na Dinamarca, neste ano. Montando Don Henrico, o brasileiro alcançou a marca de 78.385% de aproveitamento na modalidade freestyle de Grau IV. Rodolpho ainda acumulou pódios internacionais neste ano, como no evento três estrelas do Catar, no começo do ano.
14 – Medalha no remo
Diana Barcelos e Valdeni Júnior conquistaram a medalha de prata no double skiff misto PR3 no Mundial de remo. Eles ficaram atrás dos franceses Elur Alberdi e Laurent Cadot.
15 – Jéssica Messali leva bronze em Abu Dhabi
Repetindo o feito de 2021, Jéssica Messali levou o bronze no Mundial de paratriatlo, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Competindo na classe PTWC feminina, ela marcou 1h11min12s, três minutos atrás da australiana Lauren Park.
16 – Mariana D’Andrea supera recorde paralímpico em São Paulo
Campeã mundial e paralímpica, Mariana D’Andrea foi o destaque do halterofilismo brasileiro em 2022. Ela conquistou medalhas internacionais, incluindo no Open das Américas, e conseguiu erguer 141kg no Meeting Paralímpico em São Paulo, marca superior ao recorde paralímpico da categoria até 73kg. No entanto, a marca não foi homologada.