A natação paralímpica vem passando por uma grande mudança. Após a despedida de Daniel Dias das piscinas, vemos uma nova leva de atletas aparecer e mostrar que o Brasil é um celeiro cheio de talentos para o presente e futuro. Três nadadores são de gerações diferentes, mas vivem um momento muito importante nas carreiras: a valorização das suas conquistas pela parceria com a Espaçolaser, empresa líder no mercado brasileiro de depilação a laser. Wendell Belarmino, Edênia Garcia e Phelipe Rodrigues são nomes que já são bem conhecidos dos fãs de natação.
Wendell Belarmino tem 24 anos, é nadador da classe S11 e foi um dos destaques da campanha mais vitoriosa da história paralímpica brasileira em Tóquio. Ele conquistou 3 medalhas paralímpicas, com 1 ouro, e foi um dos novos nomes da geração que chega após grandes nadadores deixarem as águas paralímpicas (como Daniel Dias, André Brasil e Clodoaldo Silva). Ele agora nada pelo Praia Clube, time mineiro que tem o programa de paralímpico bem forte e inclui outros campeões como Gabriel Bandeira e Gabriel Araújo.
Edênia Garcia já é uma das veteranas na delegação brasileira, com 35 anos e 21 deles nas piscinas. Foi o grande nome do Brasil por anos e fica feliz em dividir as raias com uma nova geração de atletas que surgiram nos últimos anos.Ela estreou em Jogos Olímpicos em 2004, e lá já conquistou sua primeira medalha: uma prata nos 50m costas S4. Foram 5 edições e ela ainda tem bastante gás para deixar nas águas paralímpicas. “Na Paralimpíada de Atenas 2004 eu era a mais nova da delegação inteira, já passei por essa fase de novata. Todo mundo cheio de cuidados, menor de idade e tal. E hoje eu tô do outro lado. Eu acho muito engraçado e fico muito feliz.”, confessa a atleta tetracampeã mundial nos 50m costas S3.
Phelipe Rodrigues é um dos nadadores mais vitoriosos do Brasil. Na classe S10 ele acumula 8 medalhas, 5 pratas e 3 bronzes. Ele também é um dos mais experientes na delegação brasileira, sua primeira vez em Jogos Paralímpicos foi em Pequim 2008, desde lá já foram quatro edições de Jogos Paralímpicos.
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Para Edênia e Phelipe, atletas mais rodados, servir de inspiração para os nadadores novatos é um motivo de orgulho e felicidade. Phelipe chegou a incentivar os primos Samuel de Oliveira e Tiago Ferreira, ambos da classe S5, que foram para seu primeiro Campeonato Mundial, para se divertirem “Foi a primeira classificação do Tiago para o Mundial. A gente tava lá e ele me falou ‘to bem nervoso, que que eu faço?’. Falei ‘cara, se diverte’. Então passar um pouco dessa experiência pra molecada nova é bem legal, faz com que eu me sinta um ‘tiozão’, mas de uma forma bem legal. Eu gosto de ajudar o pessoal”, brincou o atleta. “Antes a gente tinha alguns atletas multi medalhistas. A maior parte, o grosso da seleção brasileira, eram quatro, cinco atletas que ganhavam aquela massa de medalhas. Hoje a gente vê que tem muito mais atletas medalhistas. São mais de 20 atletas que ganham medalhas para o nosso país. Isso tudo é resultado de muito investimento, que teve o primeiro grande resultado na Rio 2016, que teve uma grande visibilidade do esporte paralímpico. Isso tudo me motiva, essa nova geração. E eu sempre vou pras competições querendo medalha, vou fazer o melhor de mim, se isso der em uma medalha, eu to feliz.”, falou o nadador. Edênia concorda e para ela a renovação de nadadores do Brasil é algo natural e consequência de vários anos de trabalho no movimento paralímpico brasileiro. “Eu acredito que o trabalho que a gente tem feito reflete nisso. O exemplo arrasta. Sempre me preocupo com o que eu vou falar, como vou me posicionar, porque isso serve para inspirar outros atletas. E eu fico muito feliz que tá chegando uma galera nova, muito consciente, com muita qualidade e que dá esperança pra gente também para os próximos campeonatos.”, falou a atleta. Ela foi uma das atletas que chamaram atenção em Atenas 2004 e motivou várias meninas a procurarem o paradesporto. “É um orgulho, mas é uma responsabilidade, hoje tenho consciência disso. O que eu faço pode impactar na vida de outras meninas que nem imaginam que possam ser atletas. Eu sempre incentivo a treinar, sempre estou aberta pra conversar, e não romantizar o esporte de alto rendimento. Falo que não é fácil, pra que elas pensem e reflitam. Tem que ser uma escolha consciente. Se elas escolherem o esporte, aí é muito trabalho, muita dedicação, muita renúncia. Você tem que ser atleta 24 horas por dia, se você esquece isso num momento do dia, no dia seguinte você vai pagar. Então quando tiver essa consciência. Aí quando tiver muito certa da escolha, aí eu falo pra elas se jogarem, doação 100%. Você estar lá no pódio, você nunca vai estar sozinha. Mesmo que sua comissão técnica é só uma pessoa passando o treino na borda, você vai estar levando milhões que você nem imagina que pode estar arrastando pra cima do pódio.”, conta a medalhista paralímpica.
Espaçolaser e a influência da depilação no esporte
A natação é uma das modalidades em que os pelos influenciam diretamente no desempenho do atleta. Vários deles fazem uso de lâmina para “dar um toque final” antes de caírem na água. Tanto Wendell, como Edênia e Phelipe também eram desse time, até que conheceram os benefícios e facilidades da depilação a laser. Logo, passaram a integrar o time de Atletas Espaçolaser, que são patrocinados pela empresa. Eles falaram de como a parceria foi importante para impulsionar suas carreiras, tanto dentro como fora das piscinas. “Para a natação eu acho muito importante, a depilação ajuda tanto na redução de atrito, pra você ter o máximo de desempenho possível, quanto na parte de sensibilidade corporal mesmo. E a depilação a laser deixa tudo isso mais fácil né” falou Wendell Belarmino. “Na vida de um atleta de natação, a depilação é fundamental. Justamente por conta da hidrodinâmica que a gente tem nas piscinas. Quanto maior a hidrodinâmica, mais rápido você nada.”, explicou Phelipe. Para ele, um dos maiores benefícios da depilação a laser é o espaçamento entre as sessões, e como a Espaçolaser ter várias unidades disponíveis pelo Brasil é um diferencial para o atleta que tem rotina de treinos e competições em vários lugares.”Eu estava em Porto Alegre treinando e eu lembrei que tinha que depilar antes do Mundial. Na mesma hora eu fui procurar as unidades ao redor encontrei uma a 300 metros do hotel onde eu estava. Eu fui até lá e mesmo sem falar que era Atleta da Espaçolaser, perguntei se tinha algum horário de encaixe, já que era o meu último dia. E consegui para mesmo dia mais tarde. Só falei as áreas que precisava depilar e fui. É muito bom ter certeza que você vai ter um tratamento de qualidade, independente de onde você esteja”. Além de ter se depilado em Porto Alegre, Phelipe Rodrigues visita as unidades de João Pessoa durante as férias e de São Paulo, por frequentar muito o Centro de Treinamento Paralímpico. Edênia Garcia também desfruta da vantagem de várias unidades, ela consegue escolher a Espaçolaser mais próxima da sua casa ou no metrô em que pega após os treinos. “É muito confortável, posso escolher qualquer unidade que eu preferir, perto de casa ou no shopping onde fica o metrô. Aí consigo optar pelo que melhor se encaixa na minha rotina do dia.”, explicou a nadadora.
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Para a fisioterapeuta Jucia Aparecida Balieiro Pongelupe, a depilação a laser oferece uma série de vantagens, como melhora de doenças de pele como foliculite, e praticidade no dia a dia dos atletas que viajam muito. “Antes eu fazia uso de outros métodos, lâmina, cera. Mas conhecer a Espaçolaser fez a diferença no conforto e comodidade, principalmente. Mas também na qualidade que a gente tem na questão da depilação a laser, justamente por conta de problemas de pele. Não é um método agressivo e a gente acaba tendo um pouco mais de conforto. E a melhor parte disso é você não ter que se preocupar com a depilação por muito tempo. Antes, com outros métodos, para uma competição que dura de 6 a 10 dias, passar a lâmina mais de uma vez acaba agredindo muito a pele, ainda mais quando a gente precisa raspar num espaço de tempo de 2 dias. Acaba criando muita foliculite. Com laser eu fico um mês, dois meses sem pelos”, falou Phelipe Rodrigues.
Edênia Garcia fala sobre como migrar da lâmina para o laser foi essencial para seu conforto, já que o manuseio da lâmina se tornou difícil por conta de sua doença degenerativa. “Eu nado há 21 anos, e desde a primeira vez que tive que usar a lâmina foi um processo que vim amadurecendo. Sempre fiz com lâmina, busquei as vezes fazer com cera, mas não me adaptava, então voltava pra lâmina. E como eu tenho uma doença degenerativa e que atinge também as mãos, a lâmina passou a ser um desafio pra mim. Além de machucar, ter algumas alergias da lâmina, tem a questão de não conseguir segurar direito. Então comecei a procurar adaptações pra poder encaixar na minha mão pra que eu conseguisse fazer sozinha, porque acho algo muito íntimo. Já teve muitos casos na seleção que uma enfermeira teve que ajudar pra raspar as costas, perna inteira, às vésperas de uma prova. E isso é muito chato, você quer fazer você mesma tudo isso. Mas mesmo com as adaptações, não ficou do jeito que a gente quer. Aí quando surgiu a depilação a laser foi muita independência! É muito seguro, muito tranquilo de fazer. Demorei pra fazer por causa da correria, mas depois que fiz eu pensei ‘gente, por que perdi tanto tempo?’. Nem precisaria estar como Atleta Espaçolaser, era pra eu ter feito isso há muitos anos. Isso me trouxe muita independência, não é só a questão da alta performance. Cada atleta da natação se sente bem. Pra grande maioria, que é velocista, o detalhe importa muito, então prefere tirar todo o pelo. A depilação a laser veio somar os dois, a independência com a alta performance. Que aí influencia na qualidade de vida e conforto, não precisar me preocupar em relação às mãos é muito massa, me traz mais tranquilidade.”, confessou a atleta.
Além da parceria ajudar nos resultados dentro das piscinas, os nadadores falaram da importância de uma empresa como a Espaçolaser apoiar e fomentar o esporte, principalmente o paralímpico. “Acho que todo apoio que divulgue o esporte, que divulgue o esporte paralímpico principalmente, é sempre bem-vindo. A gente tá sempre em busca de visibilidade, pra mostrar pras pessoas que nós somos atletas, assim como os atletas convencionais, cada um com a sua limitação e nem por isso a gente deixa de ser melhor ou pior que os atletas convencionais.” falou Wendell.
Para Phelipe Rodrigues e Edênia Garcia, a Espaçolaser foi seus primeiros patrocínios privados de suas carreiras, o que significou muito para ambos. “Essa proposta de ter o esporte na Espaçolaser é muito bom, ver que a Espaçolaser respira esporte. O melhor de tudo é ver que não só os fundadores gostam de esporte, mas os colaboradores também respiram esporte. Sempre fui super bem recebido, me deixaram super à vontade. A aposta que a Espaçolaser teve em mim me deixou super feliz. E a gente tem muito contato com os outros atletas, todo mês, toda semana, a gente sempre tá sabendo o que todos estão fazendo, e todos os resultados, mesmo esportes diferentes. A gente sempre tá incentivando um ao outro. Eu sinto que to na empresa certa.”, contou o atleta, que também falou sobre a parceria que a empresa tem com atletas com deficiência. “É muito difícil você achar uma empresa que queira se relacionar com uma pessoa com deficiência. Pelo meu ponto de vista, eles não querem associar a marca com um ‘produto com defeito’. Isso a Espaçolaser não tem, eles fazem com que isso seja algo natural, uma empresa que sempre busca melhorar a cada dia mais. E nada melhor que investir em atletas paralímpicos. Temos a mesma visibilidade na que atletas convencionais, é bem equilibrado. Nunca pensei que teria o mesmo patrocinador que o Medina.”, brinca o nadador.
“Queria muito que mais empresas fizessem mais projetos no mesmo estilo dos Atletas Espaçolaser, de acolher tanto atletas olímpicos como paralímpicos, convencionais ou com deficiência. Acho muito bacana criar essa comunidade, ter os dois segmentos torna tudo mais democrático, mais diverso. É um espaço muito seguro, acolhedor. Sem falar na qualidade dos atletas, que são muito bons. E só tem a agregar. A depilação traz muita performance pro grupo. Foi o primeiro patrocínio privado. E a Espaçolaser tem um peso, agrega muito valor pra minha carreira. O esporte paralímpico é uma causa social, mas também um produto e a gente consegue trabalhar as duas questões. É um orgulho imenso.”, explica Edênia Garcia.
Mundial de Natação em Portugal
O Campeonato Mundial da Ilha da Madeira em junho de 2022 foi bem distinto para os três atletas. Wendell não subiu ao pódio, mesmo assim, ele avalia como um ótimo start na nova fase da carreira. Com lesões nos ombros, ele ficou longe das piscinas por 6 meses e treinou por apenas 3 meses antes da competição. “Lesionei os dois ombros, foram duas lesões em cada ombro. Graças a deus não precisei fazer cirurgia, fiz só tratamento e acompanhamento da fisioterapia. Dentro disso tudo eu troquei de clube, troquei de cidade, então bastante mudança. O estímulo é diferente, a metodologia é diferente.”, explica o brasiliense.
Já Phelipe Rodrigues voltou com duas medalhas, uma prata e um bronze e avalia como positiva sua participação na competição, já que ele quase não competiu devido à Covid-19. Phelipe testou positivo já em Portugal e precisou ficar isolado. Ele correu o risco de sequer ser liberado para competir. “Antes de embarcar para Portugal, a gente vinha seguindo rigidamente os protocolos do Comitê Paralímpico Brasileiro, ainda mais antes de viagem pra uma competição como o Mundial. No terceiro dia já em Portugal, eu comecei a sentir alguns sintomas. Na mesma hora a gente avisou a equipe médica. O meu início de sintomas era muita fadiga, dor de cabeça e um pouco de nariz escorrendo. Fiz testes ao longo de três ou quatro dias e deram negativo. Eu achei que podia ser o choque térmico ou talvez cansaço da viagem. Segui cumprindo os protocolos. Mas aí fui piorando, muita dor de cabeça, nariz congestionado e corpo fraco. Depois fiz o teste e deu positivo.”, contou o nadador.
Na época, Portugal estabelecia quarentena para pessoas positivadas de cinco dias. Com a sua prova principal, dos 50m livre S10, sendo no primeiro dia, Phelipe Rodrigues quase perdeu as classificatórias. “No terceiro dia de isolamento, eu já tinha até desistido dos 50m livre, eu já tinha descartado a chance de nadar no primeiro dia. Mas eu já não estava mais com os sintomas, só um pouco na hora de respirar fundo, mas estava praticamente zerado. Eu já tinha virado a chave na minha cabeça que só iria nadar os 100m livre e o revezamento, que eram nos últimos dias de competição”, explicou. Phelipe tentou manter alguns exercícios de fortalecimento para não se manter parado. Felizmente, o campeão mundial testou negativo para a Covid-19 a tempo da sua primeira prova.
“Recebi uma mensagem do meu técnico antes do primeiro dia, ‘você vai nadar amanhã’ e eu fiquei meio perdido. Consegui dormir mais cedo. No dia seguinte eu acordei me sentindo livre.”, brincou Phelipe, que caiu na piscina para a eliminatória dos 50m livre S10. “Normalmente faço essa prova sem respirar, mas tive que pegar ar três vezes, porque não estava conseguindo respirar direito no dia.”, explicou ele. Phelipe acabou não só passando para a final como conquistou a medalha de prata, fazendo o melhor tempo da temporada. Depois, ele ainda foi bronze nos 100m livre, também com melhor marca do ano. Assim, Phelipe Rodrigues avalia seu Campeonato Mundial de forma bastante positiva.
Edênia Garcia não participou do Mundial de natação deste ano, ela vem se recuperando de um período de ansiedade e recebeu muito apoio da sua equipe técnica e da Espaçolaser nesse momento da sua vida. ”Precisei dar uma parada, cuidar do meu próprio corpo, eu não tava me sentindo bem com o meu corpo. E a Espaçolaser foi incrível, a equipe me ajudou muito, e isso me fortaleceu. O que era difícil se tornou menos difícil. O sorriso voltou, eu já voltei pra água e estou fazendo tempos que nem imaginava estar fazendo agora.”, contou a nadadora.
Futuro nas piscinas e fora delas
Com 2 anos para os Jogos Paralímpicos de Paris-2024, os três nadadores pretendem seguir firmes até a competição. Edênia Garcia acha que o ciclo mais curto será um grande desafio. “Mesmo em ano de ‘ressaca’ pós-Paralimpíada, e com ciclo curto se torna ainda mais desafiador. O planejamento dos atletas tem que estar muito bem encaixado. Acredito que a tecnologia pode ajudar na preparação, com muita avaliação durante os anos. A gente sempre acredita que pode sempre fazer o melhor.”, falou otimista.
Além da Paralimpíada de Paris, o Parapan de Santiago em 2023 é um dos objetivos que os nadadores têm como meta para o ciclo. Para Wendell Belarmino, é uma competição mais gostosa de se acompanhar e nadar. “O Pan de Santiago acho que é a competição mais divertida, é mais leve, porque é uma festa né. A Paralimpíada tem um peso de ser a competição que o mundo inteiro para pra assistir. E o Pan não, é uma competição super divertida, super leve, bem tranquila, e com certeza um dos focos principais.” explicou o dono de seis medalhas no Pan de Lima 2019 na classe S11. Para Edênia, a nova geração da natação brasileira vai chegar forte em Santiago 2023. “Essa galera nova chegando já representou demais esse ano. Ano que vem vai ter coisa boa no Parapan, to com bastante esperança de ter muitos bons resultados.”, analisou a atleta campeã parapanamericana.
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Com mais tempo nas piscinas paralímpicas, ela ainda bateu o martelo sobre aposentadoria pós-Paralimpíada, mas na transição para a vida de ex-atleta Edênia pretende seguir fomentando o esporte na parte de gestão.”Eu não penso muito no que falta pra minha carreira. Mas penso no que posso me motivar pra buscar. Hoje minha maior motivação é estar em Paris-2024. Se vai ser a minha última Paralimpíada, eu não sei. Não quero botar prazos. Quero só chegar bem pra Paris-2024. E depois a gente traça novos objetivos. Como atleta é isso, como pessoa quero muito trabalhar na parte de gestão esportiva e levar tudo que eu aprendi como atleta. Acredito muito que o legado do esporte fica com o atleta e ele pode acrescentar muito na parte de gestão. Eu espero que o esporte paralímpico seja cada dia mais democrático e mais acessível pra todo mundo, não só para pessoas com deficiência mas as sem deficiência também. O papel do esporte é de inclusão, de transformação e pra isso a gente precisa que ele seja muito acessível pra todo mundo.”, declarou a nadadora.
O mais jovem dos três, Wendell Belarmino pensa em seguir nas piscinas por bastante tempo. Além do futuro no esporte, o nadador de 24 anos também quer aproveitar com um companheiro novo: o Ink, seu novo cão-guia, que chegou até ele após o Campeonato Mundial. “Em 2020 o CPB, a Secretaria Especial de Esporte de Alto Rendimento, e o Instituto Federal Catarinense fizeram uma parceria para ceder cães-guias para atletas paralímpicos com deficiência visual. E saiu esse edital, eu me inscrevi. Recebi ele depois do Mundial e tá dando tudo certo a adaptação, meu cão é o Ink, ele é super tranquilo, super atencioso. Está dando super certo, to me adaptando super bem, to muito feliz. Sempre foi um sonho desde criança ter um cão-guia.”, falou feliz o nadador.
Já Phelipe Rodrigues aproveitou um período mais longo de férias após o Mundial de Portugal, e voltou aos treinos somente após um descanso físico e mental adequado. Seu planejamento está sendo feito ano a ano, para que o ciclo seja o mais proveitoso e prazeroso para o atleta. “O descanso faz parte da preparação, não só durante os treinos, mas também entre um ciclo e outro. Isso faz com que a gente consiga recarregar as baterias e avaliar o que a gente pode melhorar pro próximo ciclo. Não tem coisa pior que você treinar sem ter gosto.”, revela o recifense. “Eu penso no Parapan, mas tem o Mundial, que vai ser na cidade em que treinei de 2012 a 2014, então quero muito competir nela.”. Ainda assim, Phelipe é o maior medalhista paralímpico da natação brasileira que não possui um ouro, ele ainda busca essa tão sonhada medalha. “Claro que a gente sempre quer o ouro paralímpico, realmente é a única coisa que me falta na carreira. Se for em Paris, em Los Angeles, a gente sempre vai querer ir atrás.”, falou.
Após os Jogos de Tóquio ele fez uma tatuagem em homenagem a sua carreira em Paralimpíadas. Com desenho dedicado às quatro edições e todas as medalhas conquistadas. O nadador pretende aumentar a ilustração, inserindo Paris-2024. “Um tempo atrás eu tinha prometido que se eu participasse de quatro Paralimpíadas eu ia fazer uma tatuagem em homenagem às quatro edições. Depois da convocação de Tóquio eu pensei em como seria. Eu queria que fosse algo compacto. Como eu ganhei medalha nas quatro, em quatro países diferentes, e eu to sempre brigando contra o tempo”, explicou o nadador. Foi então que surgiu a ideia do desenho, que juntou uma bússola, um cronômetro e uma medalha. Além disso, o desenho tem o contorno das cidades de Pequim, Londres, Rio de Janeiro e Tóquio, além das coordenadas das piscinas de cada Paralimpíada.
Para completar a tatuagem, Phelipe buscará em Paris a medalha de ouro. Após encerrar a carreira, ele quer que o esporte paralímpico brasileiro siga evoluindo e pensa em seguir na área esportiva quando deixar as piscinas, mas ainda sem data para pendurar a sunga e o óculos de natação. “Quero estar envolvido na evolução do esporte. Não só na natação, mas no esporte em geral. Então tenho certeza absoluta que consigo evoluir o esporte, melhor assim que estando na beira da piscina como um técnico. Talvez projetos de mentoria, projetos sociais.”, afirmou Phelipe, que já possui formação em gestão e liderança e poderá usar a sua experiência na transição para a vida após aposentadoria como atleta profissional. Mas por ora, o foco está 100% em Paris-2024.