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Meeting em Fortaleza fecha a temporada paralímpica no Brasil

Edição do Meeting Paralímpico finalizada neste domingo em Fortaleza fechou a temporada de eventos do calendário nacional em 2021

Meeting paralímpico
(Daniel Brito/CPB)

Terminou no final da manhã deste domingo (12), o calendário oficial de competições das modalidades das quais o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) faz também a função de confederação (atletismo, natação e halterofilismo e tiro esportivo) para a temporada 2021. Foram realizadas as etapas de atletismo e natação do Meeting Paralímpico na cidade de Fortaleza, que contou com 137 inscritos nas duas modalidades, disputadas na piscina do Clube Náutico Cearense e na pista e no campo da Unifor.

Em ano de pandemia, o Meeting paralímpico substituiu o Circuito Regional de atletismo, halterofilismo e natação, e percorreu o Brasil desde 2 de outubro, começando por Porto Alegre, até chegar em Fortaleza, neste 12 de dezembro.

Ao todo, o evento percorreu 9.124 km em quatro regiões do Brasil (exceção à região Norte), passou por 16 cidades de 11 unidades federativas brasileiras e registrou 2.372 atletas inscritos. Tudo isso em 72 dias. Das 16 sedes, 15 receberam competições de atletismo e 11 de natação. Também houve disputas de halterofilismo em cinco cidades.

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“Foi a maior caravana do esporte paralímpico em território nacional. Esta grande jornada levou o esporte paralímpico para cada vez mais próximo dos atletas, mesmo em ano de pandemia. Os eventos tiveram que ser reduzidos, considerando a segurança de todos. Ressignificamos nossos eventos e ações, e felizmente foi possível gerar oportunidade de retomar a rotina de competição a mais de 2.300 pessoas com deficiência”, celebrou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, e bicampeão paralímpico de futebol de cinco (para cegos), em Atenas 2004 e Pequim 2008. 
 
O Meeting de Fortaleza foi uma síntese do que a competição representou em cada município que sediou uma etapa. Ao mesmo tempo que atletas de carreira internacional, com participação em Jogos Paralímpicos, se apresentaram pelo país, jovens talentos e estreantes também tiveram a oportunidade de iniciar sua jornada paralímpica.
 
Em Fortaleza, a brasiliense Larissa Nakabayashi, representante do Instituto Pro Brasil-DF, estreou na classe S11 (para atletas cegos) e conquistou a medalha de ouro nos 50m livre com o tempo de 38s34, marca que a coloca entre as 20 melhores do mundo neste ano.

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A trajetória até chegar a Fortaleza foi penosa. Ela teve de vender docinhos em Brasília, onde mora, para arrecadar R$ 2 mil para viajar. “Vendi em um shopping, bem no centro de Brasília, vendi aos amigos, e também aos colegas de treinamento. Fico feliz que deu certo e eu pude vir aqui e nadar. Meu tempo não foi o esperado, mas tenho certeza que dá para melhorar”, contou a nadadora que tem uma doença degenerativa que acarreta na perda de visão.
 
Ela é treinada por Marcos Lima, o Marcão, que é o responsável pela preparação técnica do campeão mundial e campeão paralímpico nos 50m livre, Wendell Belarmino. O nadador medalhista nos Jogos de Tóquio foi colega de turma de Larissa no ensino médio, e a convenceu a iniciar na natação. 
 
“Ela tem bastante talento e pode ser ainda melhor nos 50m e nos 100m livre”, comentou Marcão.
 
Enquanto Larissa estava em sua estreia, o Meeting paralímpico também deu oportunidade para quem já está no mais alto rendimento. É o caso do cearense Francisco Jefferson de Lima, da AME-CE, foi quinto lugar no lançamento de dardo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio na classe F44 e voltou às competições na manhã deste domingo, no campo da Unifor. Ficou com o ouro na etapa cearense do evento do CPB, com 54,20m.

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“A alegria de competir no Ceará, minha casa, é muito grande, desde Tóquio eu não sentia esse clima de competição, acho que estou pronto para começar o próximo ano com tudo”, comentou Francisco Jefferson.
 
“Foi um grande desafio, foi uma grande construção com clubes, treinadores, conselho de atletas, todos os colaboradores do CPB. É uma ideia relativamente antiga que o Comitê Paralímpico Brasileiro mantinha, que seria trazer o CPB para perto dos estados de origem dos atletas, próximo de onde eles treinam”, explicou Jonas Freire, diretor de alto rendimento do CPB. 

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O calendário 2022 do CPB ainda não foi divulgado oficialmente – o que deve ocorrer em janeiro -, porém, devido ao grande sucesso do Meeting paralímpico, a expectativa é de que o evento volte a acontecer no próximo ano.

“Fazer 35 eventos em dois meses, foi desafiador e ao mesmo tempo gratificante. Foi legal ver a alegria dos clubes ao final, agradecendo pela realização deste evento em seus estados, já estamos recebendo ligação de outras cidades pedindo para sediar uma etapa em 2022 e nos anos seguintes”, disse Fernando Partelli, gerente de eventos do CPB.

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