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Indígenas exibem costumes nas Paralimpíadas Escolares

Atletas com descendência indígena exibem pinturas e costumes durante provas de atletismo nas Paralimpíadas Escolares 2021

A paraibana Alane Medeiras, à direita, compete na pista de atletismo do Centro de Treinamento Paralímpico Paralimpíadas Escolares
(Ale Cabral/CPB)

As disputas das Paralimpíadas Escolares 2021 começaram na manhã desta quarta-feira, 24, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e as provas do atletismo foram marcadas pela participação de, pelo menos, duas atletas de origem indígena das Regiões Norte e Nordeste do país. Ao todo, o evento conta com 902 atletas, de 25 unidades da federação, em 13 modalidades, e seguirá até a próxima sexta-feira, 26.  
 
Os 100m das classes T35-T37 da categoria sub-18 contaram com a participação da amazonense Geovana Campos Souza e da paraibana Alane Ellen Medeiras, representam muito além dos seus estados de nascimento, mas também as tribos das quais vieram.   
 
Geovana, 16 anos, participante das Paralimpíadas Escolares desde 2017, tem ascendência da tribo Kokama, localizada no alto do rio Solimões, está muito feliz em retornar ao evento na capital paulista, para jovens com deficiência em idade escolar, de 12 a 17 anos.  

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“É muito gratificante poder participar novamente. É sempre uma experiência muito boa, estou muito feliz!”, afirmou a atleta que tem paralisia cerebral, que afeta os movimentos dos membros inferiores.

Ela vive com a mãe e o padrasto fora dos limites da aldeia da tribo, no município de Itacoatiara, 270 quilômetros de carro da capital Manaus, mas conta que sua tia é a cacique do grupo indígena. “Está no sangue, toda a minha família é da Kokama. Em Vila do Novo Remanso, onde eu moro, tem poucas casas e são bem afastadas umas das outras, é uma área rural. Eu ajudo a fazer farinha de mandioca lá”, relatou a jovem, que treina cerca de três vezes na semana para competir e ainda fará os 400m e o lançamento de dardo nas Paralimpíadas Escolares.  
 
Já a paraibana Alane, 16, resolveu trazer a representatividade dos povos potiguaras estampada na pele para as provas no CT Paralímpico. Ela é do município chamado Baía da Traição, 80 quilômetros ao norte de João Pessoa, cujo território encontra-se 90% em reservas indígenas potiguaras. A atleta pintou nos braços, com uma tinta feita com materiais naturais, uma folha de Jurema (que significa sabedoria e contato com seres do mundo espiritual), uma colmeia de abelhas (que representa a coletividade), e na perna um amuleto de proteção e sorte, chamado “apanhador de sonhos”.
 
“Resolvi me pintar para trazer um pouco do povo potiguar para São Paulo, apresentar um pouco da nossa cultura para o resto do Brasil, já que aqui tem atletas de todos os cantos do país. Ainda não encontrei outro atleta que tenha feito pinturas”, explicou a jovem que tem paralisia cerebral, que afeta a coordenação motora dos membros.

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Esta é a primeira participação de Alane no maior evento paralímpico do mundo para jovens em idade escolar. “É sensacional estar aqui. Estou muito feliz”, completou a atleta que ainda fará a prova de salto em distância.  
 
Ao todo, 13 modalidades serão disputadas até a sexta no Paralimpíadas Escolares, 26: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.  

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