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Paralimpíadas Escolares promovem integração das regiões

Paralimpíadas Escolares promovem integração entre atletas de todas as regiões do Brasil no CT Paralímpico

(Ale Cabral/CPB)

A 14ª edição das Paralimpíadas Escolares, além das disputas por medalhas em 13 modalidades, tem gerado muita integração e até amizades entre os 900 atletas, de todas as regiões do país, que têm participado das competições iniciadas na manhã desta quarta-feira (24), e que vão até sexta (26), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. 

O evento, voltado para jovens com deficiência em idade escolar, de 12 a 17 anos, contribui historicamente para o desenvolvimento paralímpico e a promoção do esporte. Na atual edição, atletas de 25 unidades federativas (com exceções de Minas Gerais e Alagoas) têm interagido entre as provas e criado um sentimento de inclusão e pertencimento, além do espírito esportivo presente nas competições.

“As Paralimpíadas Escolares são uma ótima oportunidade de inclusão e para se fazer amizades. Essa é a minha segunda edição e já fiz amigos de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Somos adversários, mas não podemos ser inimigos”, destacou Igor Diolindo, 16, representante do Distrito Federal. Ele tem uma lesão medular e disputa a bocha pela classe BC3 (para atletas que utilizam calhas para realizarem o lançamento). 

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Além dos atletas, pais e técnicos também têm aproveitado o evento para trocar informações regionais. Primeira-dama de Roraima, Simone Denarium destacou que conversa com outras autoridades e outros profissionais para levar ideias ao seu estado. Ela está em São Paulo para acompanhar seu filho, João Antonio, 15, que tem paralisia cerebral e também é atleta de bocha (classe BC2 – que não recebem assistência de calheiros nem ajudantes). 

“Estamos construindo acessos e derrubando barreiras. Temos dialogado com pessoas de todas as regiões do Brasil para pensar em projetos que podemos utilizar em Roraima. Essa troca de experiências proporcionada pelas Paralimpíadas Escolares faz toda a diferença. Podemos fazer um trabalho fantástico em cada um dos estados brasileiros”, afirmou. 

Paralimpíadas Escolares
Todas as regiões do país estão representadas no evento (Ale Cabral/CPB)

O evento também evidencia as grandes diferenças regionais que há no país em relação a outros aspectos, como sotaques e alimentação. Medalhista de ouro nos 100 m e de prata no salto em distância na classe T38 (para atletas com deficiências de coordenação motora) no primeiro dia das Escolares, o pernambucano Luiz Henrique dos Santos, 16, disse que já sente falta de sua cidade natal, Petrolina, e do cuscuz (prato típico nordestino). 

“São Paulo é uma cidade maravilhosa. É a segunda vez que venho para disputar as Escolares, mas, na hora de comer, faz falta o cuscuz [risos]. Representar Petrolina, por meio do atletismo, é gratificante e me dá muito orgulho”, disse Luiz Henrique. 

Cuscuz é um prato que o gaúcho Jordan Glashorester, jogador de basquete em cadeira de rodas, sequer conhece. Nascido em Rio Pardo, cerca de 150 km de Porto Alegre, e pela primeira vez nas Paralimpíadas Escolares, Jordan jamais havia saído da região Sul do país. 

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“Para quem vive numa cidade de 38 mil habitantes, São Paulo é bem agitada. Não conheci bem, pois não saímos praticamente, mas deu para ver que é outra realidade. E só foi possível conhecê-la graças ao basquete, que também me proporciona atividade física, diversão e autonomia”, apontou o atleta de também 16 anos. 

Ao todo, 13 modalidades serão disputadas até a sexta, 26, nas Paralimpíadas Escolares: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.  

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