O segundo dia da etapa de São Paulo do Meeting paralímpico foi realizado com provas de atletismo e halterofilismo no Centro de Treinamento Paralímpico. Os destaques do halterofilismo foram a campeã paralímpica Mariana D’Andrea, Tayana Medeiros, que também esteve nos Jogos de Tóquio, e Lucas Galvão. No atletismo, outra campeã paralímpica, e recordista mundial, foi o nome do dia: Beth Gomes, no arremesso do peso. A competição reúne, desde a sexta-feira (19), 493 competidores em três modalidades, sendo que a natação foi disputada no primeiro dia.
A competição de halterofilismo no Meeting é a última dos brasileiros antes do Mundial da modalidade, de 27 de novembro a 5 de dezembro, em Tbilisi, capital da Georgia. Dois dos representantes do Brasil no Cáucaso estabeleceram recordes brasileiros em São Paulo: Tayana na categoria até 86kg e Lucas na até 49kg.
Ela superou sua própria marca de 122 kg, de 2019, em cada uma das três tentativas, até finalizar com 128 kg. “O resultado no Meeting foi extremamente importante para eu chegar mais confiante ao Mundial. Eu não estava 100%, pois fiquei tensa já na sexta-feira. No entanto, resolvi bater meu próprio recorde. Disse para o meu treinador que levantaria mais de 122 kg nem que fosse na força do ódio”, diverte-se. Depois, acabei levantando os 128 kg sem tantas dificuldades. Isso mostra que posso atingir uma marca ainda mais expressiva na Geórgia”, avaliou Tayana, que ficou em quinto lugar nos Jogos Paralímpicos de Tóquio ao levantar 121 kg. O recorde mundial da sua categoria é de 152 kg e pertence à nigeriana Folashade Oluwafemiayo, que atingiu a marca na capital japonesa.
Lucas Galvão, tal qual a carioca, superou a antiga melhor marca nacional de 2019, que era de 127 kg, nas três tentativas, até chegar a 137 kg. “Foi essencial ter participado desta etapa do Meeting paralímpico para saber como está minha preparação para o Mundial. Sou o atual bicampeão mundial júnior e vou continuar treinando, pois sempre almejo o lugar mais alto do pódio”, disse Lucas, que disputará entre os juniores e os adultos na Geórgia. O recorde mundial júnior da sua categoria é de 140 kg. O iraniano Ali Reza Izadi obteve a marca em Kitakyushu, no Japão, em 2018.
Mariana D’Andrea
A campeã paralímpica Mariana D’Andrea, até 73 kg não superou a sua melhor marca de 137 kg, alcançada nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, mas chegou perto, com 135 kg. “Não tentar bater os 137 kg foi uma opção minha e do meu treinador (Valdecir Lopes). Mantivemos um ritmo de treinos muito forte depois dos Jogos Paralímpicos, visando o Mundial. O objetivo é buscar o ouro na Geórgia e lá, na competição, tentaremos superar a marca”, afirmou a atleta. O recorde na sua categoria é de 150 kg e a dona da marca é a francesa Souhad Ghazouani, que a alcançou em Aleksin, na Rússia, em 2013.
‘Pesinhos’
No atletismo, a campeã paralímpica e recordista mundial do lançamento do disco Elisabeth Gomes, a Beth Gomes, voltou a ‘brincar com os pesinhos’. E, como de praxe, voltou a bater um recorde mundial, desta vez no arremesso do peso. Ela alcançou a marca de 8,15 na classe F52, superando a própria marca de 7,80 obtida em 2019. A prova, porém, não faz parte do Mundial de atletismo nem do programa dos Jogos Paralímpicos pela sua classe. Assim, não será homologado pelo Comitê Paralímpico Internacional. Beth Gomes constantemente se vê obrigada a mudar de classe, por conta de avaliações periódicas comuns no paradesporto paralímpico. Em uma delas, não pode competir no arremesso do peso na Rio-2016 e teve de mudar para o lançamento do disco para poder disputar os Jogos de Tóquio. Ela, porém, não esconde que gosta de ‘brincar com os pesinhos’.
Novos talentos
Novos talentos despontaram também na pista do CT Paralímpico na manhã deste sábado. A prova dos 400m da classe T12 registrou o melhor tempo do Brasil na temporada 2021. O capixaba Marcos Vinícius Oliveira completou a distância em 51s35. Até então, o mais rápido do país era Fabrício Ferreira, com 52s42. Vinícius tem 26 anos e já praticou goalball, mas desde 2016 dedica-se ao atletismo. Ele também correu os 100m e chegou em 11s48. Esta é uma das provas mais rápidas do movimento paralímpico mundial, cujo recorde pertence ao norueguês Salum Kashafali, com 10s45, estabelecido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Corri melhor os 100m do que os 400m, acho que ainda tem muito a melhorar”, explicou Marcos Vinícius. No feminino, Lorraine Gomes de Aguiar tem a mesma idade e é da mesma classe de Vinícius. Ela fez bela apresentação na prova dos 100m, com o tempo de 12s83, apenas 83 centésimos do recorde brasileiro, de Viviane Ferreira.
Mais provas
O Meeting paralímpico será encerrado no domingo (21) com as últimas disputas de atletismo e halterofilismo. No atletismo devem acontecer as provas de pista dos 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e 5000m, dos saltos em altura, triplo e em distância, além das provas de campo de arremesso de peso e lançamento de dardo e de disco. No halterofilismo, as últimas disputas no masculino devem acontecer no período da manhã, já que as participações femininas aconteceram neste sábado. Ao todo, foram 69 halterofilistas. Além de Beth Gomes, as disputas contaram com outros medalhistas nos Jogos de Tóquio, como os nadadores Talisson Glock, Ana Karolina, Cecília Araújo, Eric Tobera, Felipe Caltran, e os lançadores Alessandro Silva e Julyana Silva.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, FACEBOOK E TIKTOK
Após as competições na capital, o estado paulista ainda receberá etapas em Sertãozinho (atletismo) e Araraquara (natação) no próximo dia 27. Depois, mais quatro estados sediarão ao menos uma etapa de atletismo, natação e/ou halterofilismo até o dia 12 de dezembro: Sergipe (Aracaju), Pernambuco (Recife), Rio Grande do Norte (Natal) e Ceará (Fortaleza). Ao final da temporada, dez estados e o Distrito Federal vão ter sediado ao menos uma etapa do Meeting paralímpico.