O Meeting Paralímpico de Florianópolis, realizado neste sábado, 9, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) proporcionou uma grande troca de experiências entre atletas que disputaram os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 com novatos do paradesporto catarinense.
Idealizado e criado pelo CPB, o Meeting Paralímpico tem como objetivo de promover o desenvolvimento da prática esportiva nos municípios e estados do país, contribuir para o aprimoramento técnico das modalidades em disputa e propiciar oportunidades de competição aos atletas paralímpicos de elite.
Na capital catarinense, estiveram presentes os saltadores em altura Flávio Reitz (classe T42) e Paulo Giovani Guerra (T47), além do lançador de dardo Edenilson Floriani (classe F42), que representaram o país nos Jogos de Tóquio no último mês de agosto. No total, foram cerca de 160 atletas com deficiência que participaram de todas as provas de atletismo.
Foi a primeira competição adulta oficial de todos eles depois do evento na capital japonesa – Edenilson chegou a disputar as Paralimpíadas Universitárias no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em setembro – e a troca de experiência com os concorrentes locais das provas foi um dos pontos apontados por eles como importantes para a participação no Meeting.
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“Toda competição é importante, ainda mais aqui em Santa Catarina, onde eu comecei toda a minha trajetória. Poder incentivar essa galera daqui, tem muita gente nova de vários clubes, por isso, a realização desse tipo de evento é muito relevante. Muitos vieram perguntar como foi em Tóquio, como é representar o país no exterior. Então, essa troca acaba evoluindo quem é [atleta] novo, quem está começando, e para nós também nos dá força para a gente continuar lutando”, apontou Flávio Reitz, que saltou 1,60 m na disputa em Florianópolis.
O saltador, que teve de amputar a perna esquerda após descobrir um tumor no fêmur aos 15 anos, e Paulo Guerra, que teve amputação de braço direito devido a uma má-formação congênita, por várias vezes deram dicas e orientações ao colega de prova Marcelo Pocidonia, atleta com deficiência visual da classe T11 do Balneário Piçarras (SC), durante a prova do salto em altura.
“São duas pessoas que não tenho o que falar deles. Para mim, o Flávio é um espelho dentro do paradesporto. Ter sido o primeiro atleta cego saltador em altura de Santa Catarina devo muito ao Flávio e ao meu técnico. É um prazer estar competindo ao lado deles”, Marcelo Pocidonia, de 50 anos e que perdeu a visão devido a um acidente de trabalho.
“É uma felicidade de ver [de perto] os colegas de atletismo da Seleção [Brasileira]. É uma inspiração para a gente, o pensamento é chegar lá também”, completou o lançador de dardo Leandro Cybulski, que é o atual recordista brasileiro na modalidade pela classe F35 com a marca de 42,55m, atingida na etapa Rio-Sul do Circuito Brasil Caixa Loterias, em Vitória, Espírito Santo, em fevereiro de 2020.
Nascido com paralisia nas duas pernas em Maravilhas, pequeno munícipio de Santa Catarina, Leandro Cybulski competiu neste sábado, 9, ao lado do atleta paralímpico Edenilson Floriani, de Joinville, e que fez a marca de 45,10m pela classe F42. Leandro ficou em primeiro na sua classe ao lançar 34,73m.
“Sempre é um prazer competir em nosso Estado e ainda mais poder transmitir um pouco de conhecimento que a gente adquiriu lá em Tóquio. Agora é focar na preparação no Mundial [de atletismo] de Kobe [no Japão] no ano que vem”, finalizou Floriani.
Além das provas do campo do atletismo, o Meeting Loterias Caixa em Florianópolis também reuniu disputas nas provas de pista dos 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, e saltos em distância e triplo.
Depois de Florianópolis, a próxima etapa do Meeting será na segunda-feira, 11, em Curitiba (PR), com atletismo e natação.