A Copa do Mundo de Tênis em Cadeira de Rodas terminou com saldo positivo para o Brasil. Pela primeira vez na história, o país terminou o mundial com todas as categorias – masculino, feminino, quad e júnior – classificadas para a próxima edição do evento, atingindo o objetivo que foi traçado neste torneio. A despedida da equipe aconteceu neste domingo (3), com o time júnior sendo superado pela Holanda na briga pela medalha de bronze em Alghero, na Itália.
“O Mundial aqui na Itália foi muito positivo para o Brasil. A gente chegou com todas as equipes, em todas as categorias, e são poucas as nações que conseguem este feito. Mais do que isso, conseguimos a classificação de forma direta com nossos quatro times para 2022. Além disso, vimos o surgimento de novos atletas, com bom desempenho, e ficamos muito felizes pelo desenvolvimento do tênis em cadeira de rodas do Brasil, com a certeza de que estamos no caminho certo para Paris-2024”, destacou Jesus Tajra, vice-presidente da CBT.
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Além do quarto lugar do time júnior, a equipe quad do Brasil terminou a competição na quinta colocação. Liderado pelo capitão Vinicius Cyrillo, o time composto por Ymanitu Silva (8º do mundo na categoria), Augusto Fernandes (30º) e Leandro Pena (62º) venceu o Japão na fase de classificação e foi superado por Estados Unidos e Canadá. Nos playoffs, o time venceu a Turquia e a Grã Bretanha para ficar entre os 5 melhores, sendo que apenas os seis primeiros colocados garantem vaga para o próximo mundial.
“Deixamos a Itália com a sensação de contentamento pelo dever cumprido. De cinco jogos, conseguimos três vitórias importantes. Também tive a oportunidade de enfrentar grandes atletas e conseguir boas vitórias em meu primeiro Mundial. Então, saio daqui bastante feliz, mas também com a sensação de que podemos ir ainda melhor nos próximos anos”, afirmou o paulista Leandro Pena.
Open feminino e masculino
Na categoria feminina, a fase de classificação terminou com uma vitória sobre a África do Sul e uma derrota para o Japão. Nos playoffs, o Brasil perdeu para a Alemanha e se despediu do torneio com uma vitória sobre a Rússia. A sétima colocação também valeu a vaga para a Copa do Mundo de 2022, já que eram oito vagas em disputa. A equipe foi composta por Meirycoll Duval (23ª), Ana Caldeira (47ª), Luciamaria Nascimento (53ª) e Maria Fernanda Alves (56ª), com o capitão Leonardo Butija.
“Conseguimos igualar o nosso melhor desempenho em um Mundial, que foi justamente a sétima colocação. Poderíamos ter ido ainda melhor, mas no fim o saldo é positivo porque vimos que nossas atletas estão crescendo e podemos sonhar com coisas maiores nos próximos anos”, comentou o capitão Leo Butija.
Já o time masculino do Brasil foi formado por Daniel Rodrigues (20º), Gustavo Carneiro (41º), Bruno Makey (138º) e Felipe Santana (181º), com o capitão Raphael Oliveira. Na fase de classificação, eles venceram a Bélgica e foram superados por França e Sri Lanka. Nos playoffs, a equipe venceu a Áustria, mas foi superada pela Coreia do Sul, encerrando no 10º lugar e ficando com uma das 10 vagas na categoria.
“Nosso objetivo era classificar para 2022, e atingimos com sucesso a meta. Foi uma competição muito forte, muito pesada, com jogos intensos todos os dias. Então ter o privilégio de estar aqui entre os melhores do mundo é demais. Agora, temos que seguir trabalhando forte já pensando em voltar para o Mundial e tentar fazer um resultado ainda melhor”, frisa o mineiro Daniel Rodrigues.
Time Júnior fica em quarto
Por fim, na categoria júnior, o Brasil manteve a tradição de bons resultados no evento mundial, chegando às semifinais pela quarta edição consecutiva. Na fase de classificação, o grupo de Jade Lanai (2ª melhor juvenil), João Lucas Takaki (6º) e Cesar Adolfo (23º) venceu a Argentina e Turquia e foi superado pelo Japão. Na semifinal, entretanto, a equipe perdeu para a Grã-Bretanha antes de encontrar a Holanda na disputa pelo bronze. O capitão foi Guilherme Oliveira.
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“Estamos com uma equipe em renovação e, mesmo assim, conseguimos todos os nossos objetivos, principalmente esse de terminar entre os quatro melhores na categoria júnior. O Mundial é a reunião dos melhores jogadores do mundo, então estar aqui e conseguir resultados importantes é a prova de que estamos no caminho certo”, diz o paulista João Lucas Takaki.
A Copa do Mundo de Tênis em Cadeira de Rodas é um evento anual do circuito internacional da modalidade. Participaram do torneio cerca de 150 atletas de 23 países. O Brasil foi um dos quatro países com representantes em todas as categorias da competição.