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Defesa sólida e penalidades fazem Brasil amassar campeã paralímpica

No goalball, seleção brasileira atual bicampeã mundial aplicou 11 a 2 na Lituânia em partida que abriu as competições dos Jogos de Tóquio

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Defesa sólida foi destacada pelo time (OIS/Joe Toth)

Tóquio – Os Jogos Paralímpicos começaram com um clássico do goalball. No primeiro evento esportivo da Tóquio-2020, a seleção brasileira atual bicampeã mundial enfrentou a campeã da Rio-2016 Lituânia. E deu Brasil com autoridade. Fez 11 a 2 aproveitando-se de uma defesa sólida e de cinco gols via penalidade. Romario Marques marcou quatro vezes, Leomon Moreno e Josemarcio Sousa, o Parazinho, marcaram três cada e Emerson da Silva fez um. Na próxima rodada, o Brasil enfrenta os Estados Unidos em partida agendada para à 1h15 da manhã de quinta-feira (26). Argélia e Japão completam o Grupo A. Alemanha, Bélgica, Ucrânia, China e Turquia estão no B.

“A gente conseguiu ter êxito nas penalidades por ter uma defesa sólida. Quanto mais defende, facilita para a outra equipe errar. Conseguimos converter as penalidades e fechar defensivamente. Isso é muito importante”, explicou o capitão Romario Marques, que registou a quarta participação em Paralimpíadas. “A Lituânia é uma equipe de tradição no goalball e estrear com esse placar, claro, dá mais confiança e deixa um recado para as outras equipes. Sabemos que vai ser difícil, faltam seis jogos para conseguirmos nosso objetivo, mas vamos degrau em degrau conseguir o nosso sonho que é ser campeão”, acrescentou.

“É um degrau de cada vez, sempre jogo por jogo, cada um é uma final. A gente quer sair campeão, mas se não pensar de jogo a jogo acaba se perdendo e não é isso o que a gente quer”, concordou Leomon, considerado o melhor do mundo na modalidade. Parazinho, cujos três gols saíram com a bola em jogo, acrescentou: “trabalhamos muito forte dentro da seleção e no clube, o Sesi São Paulo a parte tática, dentro do coletivo. Geralmente eu o Leomon definimos os jogos. Graças a Deus fazemos uma dupla muito forte. (A estreia) era um peso, eles são os atuais campeões paralímpicos e nós entramos como se fosse uma final, como vamos fazer em todos os jogos.”

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Leomon anotou três gols (OIS/Joe Toth)

O técnico Alessandro Tosim também comentou a estreia. “Nós trabalhamos muito para estar aqui e estamos trabalhando gradativamente para crescer cada vez mais. Uma estreia difícil, apesar do placar. A Lituânia é uma equipe muito qualificada, atual campeã paralímpica, então estamos usando algumas estratégias para poder deixar a parte boa para a fase final. A equipe foi extremamente tática, souberam jogar, fomos construindo os gols e aproveitando as oportunidades”

Foi um passeio

A etapa inicial foi toda do Brasil. A seleção aproveitou duas de quatro penalidades cometidas pelos lituanos e manteve uma defesa bem atenta para conseguiu abrir 4 a 1. O primeiro gol saiu quando faltavam 9min43, anotado por Leomon, esse com bola em jogo. A 7min35, Pavliukianec empatou. Na reta final, o Brasil deslanchou e marcou com Romario e Leomon a 3min33 e 2min29 do fim, ambos via penalidade, e novamente com Romario a 1min41. Ainda antes do encerramento da parcial, Leomon teve mais uma chance em penalidade, mas Nerijus Montvydas conseguiu bloquear.

Na segunda etapa o show foi de Parazinho. Em menos de dois minutos e meio, marcou três vezes, todas com bola em jogo, e colocou 7 a 1 no placar. Marius Zibolis descontou para a Lituânia a 6min29, mas menos de um minuto depois Romario fez o oitavo do Brasil aproveitando mais uma penalidade cometida pelos atuais campeões paralímpicos. No chute seguinte, eles carimbaram a trave brasileira. O nono gol brasileiro saiu a 3min51 do fim, com Leomon, o décimo veio com Emerson da Silva, convertendo outra penalidade, e Romario completou a goleada sobre a Lituânia já nos minutos finais.

Goalball nos Jogos Paralímpicos

O goalball é uma modalidade disputada por atletas com deficiência visual das classes B1, B2 e B3. Todos os atletas, independente do nível de perda visual, utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade. A quadra tem as mesmas dimensões das de vôlei, 9m de largura por 18m de comprimento, e as partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com 3 minutos de intervalo.

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Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra, há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. O objetivo é balançar a rede adversária. A bola, com 76 cm de diâmetro e peso de 1,25 kg, tem um guizo em seu interior para que os jogadores saibam sua direção.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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