A Segunda Fase de Treinamento Seletiva paralímpica do atletismo terminou neste sábado, 19, com direito a nova quebra de recorde mundial da campeã no lançamento de disco Beth Gomes, classe F52, e do índice atingido pelo atleta Aser Mateus Almeida na prova do salto em distância da classe T36. O evento aconteceu no CT Paralímpico em São Paulo.
Agora, ele e os demais atletas aguardam a homologação dos resultados no ranking mundial e a convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que deve ocorrer até a segunda semana de julho, para confirmarem suas vagas no evento na capital japonesa.
A segunda fase da seletiva contou com as provas de lançamentos de disco e dardo, arremesso de peso, e saltos em distância e altura, além das provas de meio e fundo de 1.500m e 5.000m. No total, 59 atletas participaram destas disputas, com a presença de campeões mundiais e alguns índices batidos nas provas de campo e pista.
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“A maior satisfação que tivemos neste momento foi esta oportunidade de colocar os atletas em ritmo de competição. Depois de todas as dificuldades que eles passaram de treinamento durante a pandemia, para conseguirem chegar a uma performance mais próximas do que eles estavam antes, foi muito importante vê-los em ação novamente. As seletivas de atletismo transcorreram conforme o que tínhamos planejado”, afirmou Alberto Martins, diretor técnico do CPB.
Campeã no lançamento de disco no último Mundial de atletismo, paralímpico realizado em Dubai em 2019, Beth Gomes quebrou o próprio recorde mundial por duas vezes nesta seletiva. Na última terça, 15, a lançadora nascida em Santos (SP), da classe F52, havia quebrado a própria marca ao lançar o disco por 16,92m e superar o seu antigo recorde que era de 16,89m, registrados durante sua vitória no Mundial de atletismo paralímpico em 2019.
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Já neste sábado, 19, a atleta de 56 anos lançou o disco na sua quinta tentativa a 17,41m, estabelecendo novamente o novo recorde mundial da sua classe na modalidade. O índice paralímpico da prova na sua classe era de 14,93m.
“Estou focada para chegar em Tóquio e fazer o meu melhor. Seja a minha melhor performance ou a tão sonhada medalha, seja ela de qualquer cor. Eu estou trabalhando muito para trazer a dourada para nosso país”, afirmou Beth Gomes, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993.
Pelos critérios estabelecidos do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que também atua como confederação do atletismo paralímpico, os campeões mundiais de 2019 já estão garantidos nos Jogos de Tóquio. Com isso, Beth Gomes se enquadra neste critério e é uma das atletas da modalidade com vaga já assegurada no Japão.
Ao todo, 13 atletas conquistaram a medalha de ouro no Mundial de Dubai. Além dela, Alessandro Rodrigo (F11), Claudiney Batista (F56), Cícero Valdiran (F57), João Vitor Teixeira (F37), Thiago Paulino (F57) nas provas de campo e Petrucio Ferreira (T47), Daniel Martins (T20), Jerusa Geber (T11), Júlio César Agripino (T11), Lucas Prado (T11), Rayane Soares (T13), e Thalita Simplício (T11) nas pistas, também já possuem vaga.
Primeiro índice e novos recordes
O saltador em distância gaúcho Aser Mateus de Almeida, agora pela sua nova classe T36, e com participações em Circuitos Brasil Loterias Caixa, conseguiu superar o índice paralímpico neste sábado por um centímetro – saltou 5,66m ante os 5,65 pré-estabelecidos.
Agora, ele e os demais atletas aguardam a homologação dos resultados no ranking mundial e a convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que deve ocorrer até a segunda semana de julho, para confirmarem suas vagas no evento na capital japonesa.
A marca obtida pela classe voltada a atletas com sequelas físico-motora devido à lesão encefálica também foi também o novo recorde das Américas, superando os 5,62m de Rodrigo Parreira da Silva atingidos em 2016.
“Bater esse índice é a realização de um sonho. Por tanto que eu vinha treinando ao lado do meu treinador, sabíamos que iríamos alcançar esta marca. Foi incrível, todo atleta gostaria de estar aqui [na seletiva]. Indescritível a emoção que estou sentindo”, desabafou Aser Mateus Almeida, que era da classe T38 e foi reclassificado para a T36 após a sua participação na etapa de Nottwil do Grand Prix de atletismo paralímpico, circuito internacional organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), no último mês de maio.
O atleta de Porto Alegre, na semana passada, durante a primeira fase da seletiva de atletismo paralímpico, havia quebrado também o recorde brasileiro nos 100m da classe T36 ao correr a prova em 12s38 e superar os 12s53 do mesmo Rodrigo Parreira da Silva, cravados também em 2016.
A carioca Julyana Silva, da classe F57 (para amputados dos membros inferiores), foi outra atleta do dia a bater o recorde das Américas na sua modalidade. Pelo lançamento de disco, a atleta registrou 30,50m e superou os 30,35m da mexicana Floralia Bernal, de 2018.
Apesar do recorde, Julyana não conseguiu atingir o índice paralímpico da sua classe, que era de 30,99m.
Já o fundista sul-matogrossense Yeltsin Jacques, que já havia batido o índice nos 5.000m na última quinta, 17, correu mais rápido que a marca nos 1.500m neste sábado, 19 –completou a prova em 4min06s92, menor tempo do que os 4min10s48 colocados como critério.