O Time Naurú, equipe esportiva criada pela campeã mundial e medalhista paralímpica Verônica Hipólito, anunciou que vai incorporar a seu projeto uma nova modalidade, a natação. Dessa maneira, a Naurú passa a contar com equipes de ponta nas duas modalidades mais nobres do esporte paralímpico, a natação e o atletismo.
Assim, a partir de junho de 2021, a equipe de Natação da APIN, diversas vezes campeã brasileira da modalidade, passa a competir com o nome Time Naurú, além de dividir a mesma estrutura de administração e marketing da equipe de atletismo.
+Rafael Matos fica com o vice-campeonato no ATP 250 de Belgrado
Segundo André Nogueira, diretor da Naurú, os planos de expansão eram apenas para 2022, mas devido ao grande sucesso alcançado pelo lançamento do time de atletismo, e às mudanças estruturais da APIN, a Naurú resolveu antecipar os planos. “A incorporação era natural e planejada, já que nossa equipe nasceu dentro da estrutura da APIN. Mas devido às mudanças que aconteceram nos últimos meses, resolvemos acelerar o processo”.
Melhor equipe de natação do Brasil
Capitaneada pelo técnico Antônio Cândido, a equipe de natação da APIN já foi diversas vezes campeã brasileira da modalidade, e é a atual detentora do Prêmio Clube Caixa, oferecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para o clube destaque do ano.
Segundo Antônio, sua principal motivação para a união das equipes foi os valores do Time Naurú, totalmente alinhado com a filosofia de sua equipe. Ainda segundo ele, outro ponto importante foi a união de forças. “O crescimento coletivo é mais forte e estruturado em comparação com o pensamento único e exclusivamente individual”, disse.
Assim, com essa junção, a Naurú passa a contar com mais de 100 nadadores paralímpicos, dos mais diversos níveis, desde iniciantes a atletas com chances reais de conquistar medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Entre os destaques estão Lucas Mozela, quatro medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; E Cecilia Araujo, que foi uma das mulheres brasileiras com o maior número de medalhas no Peru, conquistando sete medalhas.
Mudanças estruturais
A equipe de natação da APIN foi referência no esporte paralímpico durante mais de 10 anos, e nos últimos anos teve seu projeto financiado por verbas da Lei de Incentivo ao Esporte do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Indaiatuba. Mas devido a pandemia, a Lei de Incentivo ao Esporte foi suspensa por pelo menos três anos. E até agora, nenhuma outra alternativa foi proposta pelo Governo do Estado de São Paulo.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
Além disso, no começo de 2021, a APIN foi informada que a Prefeitura de Indaiatuba deixaria de apoiar o projeto. Assim foi cortado o apoio financeiro, a cessão das instalações e a contratação de Antônio Cândido. “Foi um momento muito difícil. Em plena pandemia e às vésperas de Tóquio tivemos que nos reinventar para oferecer estrutura adequada de preparação aos nossos atletas”, explicou Antônio.
Apesar das dificuldades, a preparação foi realizada. E a equipe de natação da Naurú chega para a seletiva de Tóquio como a equipe com o maior número de atletas. São 12 atletas entre pouco mais de 50 atletas que disputarão as 35 vagas disponíveis entre 2 e 5 de junho.
Captação de recursos e planos futuros
Após a seletiva, o Time Naurú passa a cuidar do planejamento para os próximos anos. Assim como a equipe de atletismo, que teve seu projeto aprovado na Lei de Incentivo Federal e já está captando recursos, a equipe de natação deve apresentar seu projeto e iniciar a captação de recursos para 2022 nos próximos meses.
Para 2022, o principal objetivo da equipe de natação do Time Naurú será a descentralização das atividades. O projeto deve passar atuar em outras cidades, espalhando a grande experiência de Antônio Cândido. Brasília e São Paulo devem receber dois polos do projeto, e uma terceira cidade ainda deve receber o núcleo principal do projeto.
Para Verônica Hipólito, atleta e fundadora do Time Naurú, a criação da equipe de natação é um grande passo para concretização dos objetivos do projeto, que é mudar o esporte. “Queremos mudar o esporte. E sabemos que não vamos fazer isso sozinhos. E uma parceria como esta só nos mostra que estamos no caminho certo”, finalizou Verônica.
