Quatro atletas que disputam provas de média e longa distância no atletismo e seus atletas-guias irão nesta quinta-feira, 4, para a cidade de Senador Amaral, no sul de Minas Gerais, para a segunda fase de treinamento em altitude. Antes de viajar, os atletas passaram por quatro dias de testes e avaliações no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
A cidade mineira de Senador Amaral está a 1.560m do nível do mar, cerca de 800m mais alto que a capital paulista, onde é o CT Paralímpico. Ao correr em locais com maior altitude, os atletas sentem mais dificuldades pois seu corpo não está adaptado a menor concentração de oxigênio no ar. Quando treinam nessa condição, ocorre um aumento da quantidade de hemácias, células do sangue que transportam o oxigênio.
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Para realizar os testes, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) contou com o apoio do o Laboratório de Fisiologia Aplicada ao Esporte (LAFAE) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp.
“O LAFAE utilizou uma tecnologia nova, que permite avaliar o transporte de oxigênio para o músculo durante a corrida. Isso vai contribuir muito para avaliarmos como cada atleta reage aos treinamentos a 1.600m de altitude em Senador Amaral e, posteriormente, poderemos comparar com outros locais mais altos. Também realizamos exame de sangue, para verificar as alterações hematológicas decorrentes do treinamento”, explicou Fábio Breda, técnico de provas de fundo da Seleção Brasileira de atletismo.
“As avaliações são extremamente importantes dentro de um ciclo de treinamento. Fundamentados nos resultados, conseguimos elaborar os treinos com maior exatidão, também poderemos identificar se existe ou não a necessidade de ajustes”, completou Breda.
No fim de 2020, a Seleção Brasileira de atletismo ficou concentrada por um mês no município mineiro para realizar a primeira parte dessa preparação para os Jogos de Tóquio, que ocorrerão em agosto de 2021. A Seleção e a comissão técnica ficarão hospedados por 30 dias na mesma pousada em que foi realizada a fase de treinamento anterior.
Os atletas que participarão desta fase de treinamento são: Edneusa de Jesus Santos (classe T12, para atletas com baixa visão), Leonardo Amorim (T12), Júlio César Agripino (T11, para atletas cegos) e Edilene Boaventura (T11). Cinco atletas-guias acompanharão a equipe nacional para auxiliarem os atletas com deficiência visual.
A Seleção costumava ir à Colômbia para realizar este tipo de treino a mais de 2600m de altura. Mas, por conta da pandemia de Covid-19, a comissão técnica escolheu uma cidade brasileira em que os atletas poderiam realizar os treinos em altitude e seguir o protocolo de segurança para preservar a saúde de todos os participantes.