O Dia Nacional do Atleta Paralímpico foi celebrado na terça-feira (22), data que visa homenagear, apoiar e divulgar todo o trabalho dos atletas paralímpicos, além de agir como uma ferramenta de inclusão das pessoas com deficiência.
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E desde a sexta-feira (18), nós do Olimpíada Todo Dia temos feito uma série especial de matérias dedicadas ao esporte paralímpico brasileiro, hoje potência e referência no cenário mundial.
Mas nem sempre foi assim.
Durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, o Brasil era apenas um mero participante nos Jogos Paralímpicos, principalmente nas duas iniciais. O papel de coadjuvante pode ser visto através da evolução do número de medalhas conquistas e do quadro geral.
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De 1972 até 2016, o Brasil participou de todas as 12 edições dos Jogos Paralímpicos. Da estreia em Heidelberg (Alemanha) até Barcelona-1992, foram trazidas 63 medalhas. De lá até o término da Paralimpíada do Rio em 2016, foram 238 conquistas, um número quase cinco vezes maior em um mesmo período de tempo.
O segredo do sucesso
Evidentemente que esse crescimento significativo não ocorreu à toa. Uma série de fatores explica o sucesso do Brasil no esporte paralímpico.
Um deles foi sem dúvidas a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em 1995, seis anos após a criação do Comitê Paralímpico Internacional. A entidade conseguiu organizar melhor as modalidades e as competições nacionais e auxiliar os atletas em viagens ao exterior.
Outro fator chave foi a criação da Lei Agnelo-Piva, que estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país sejam repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao CPB. Isso deu uma fonte de renda a maior entidade do esporte paralímpico brasileiro para auxiliar os atletas ao redor do Brasil.
Figurante, coadjuvante e ator principal
A trajetória do país no esporte paralímpico ao longo das 12 participações em Paralimpíadas pode ser comparada a carreira de muitos atores e atrizes. No início (anos 1970 e 1980), apenas figuração. Em seguida (anos 1990 e 2000), o Brasil assumiu o papel de ator coadjuvante, incomodando os outros, mas em poucas esportes.
O papel principal só foi assumido nos Jogos de Pequim-2008. de lá para cá, o Brasil terminou a Paralimpíada entre os 10 melhores todas as vezes. na China, o país ficou na 9ª colocação geral, com 47 medalhas (16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes).
Já em Londres-2012, veio a melhor colocação: 7º no geral, com 43 medalhas, sendo 21 ouros (recorde histórico), 14 pratas e 8 bronzes.
Disputando a Paralimpíada em casa há quatro anos, o país bateu o recorde de medalhas dos Jogos da China, conquistando incríveis 72 medalhas (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes), mas como não superou os 21 ouros de Londres, terminou na 8ª colocação.
Subindo andares
Se não houvesse o adiamento dos Jogos por conta da pandemia do coronavírus esse ano, o Brasil teria tudo para subir mais ainda de patamar e se consolidar entre os cinco primeiro lugares no quadro de medalhas.
Por outro lado, o adiamento faz com que a nova safra de talentos se desenvolva ainda mais para chegar mais experiente e fazer bonito já em Tóquio e principalmente em Paris-2024.
A base paralímpica brasileira segue forte, muito em função do legado deixado após a Rio-2016.
A realização do maior evento esportivo paralímpico mundial deu mais visibilidade ao esporte paralímpico e vem despertando mais atenção do público em geral e atraindo mais deficientes.
CTPB
Além disso, houve a entrega do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, um dos maiores – se não o maior – legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio.
Localizado em São Paulo, o complexo administrado pelo CPB é utilizado por atletas e seleções de 15 modalidades paralímpicas do país para disputar e se prepararem para as diversas competições de seus calendários do esporte paralímpico.
“O CPB teve um impacto muito significativo no desenvolvimento do esporte paralímpico. Ele oferece uma estrutura muito próxima ao que qualquer atleta encontra em suas competições internacionais como as Paralímpiadas. E não só no alto rendimento, já que o local possibilita também que clubes paralímpicos possam realizar as suas atividades, além de atender programas de iniciação esportiva entre as crianças. A expectativa é de que os resultados desse desenvolvimento trazido pelo local seja perceptível nas próximas edições de Jogos Paralímpicos”, declarou o diretor técnico do CPB, Alberto Martins.
Além do local ser a sede das atividades de preparação para os atletas, o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro também é palco de uma série de competições. Em 2019, por exemplo, 413 eventos foram realizados no CT Paralímpico e 36.264 pessoas, entre atletas, comissão técnica e apoiadores estiverem presentes no espaço. Até o mês de março, mais de 200 competições de esportes olímpicos e paralímpicos estavam marcadas para serem disputadas ali.