Há 10 anos, o Brasil tinha pouca tradição no goalball. Mas hoje, ainda que sem muita visibilidade, é uma das maiores potências da modalidade no mundo. E daqui exatos 365 dias, as seleções masculina e feminina estreiam nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 como favoritas e em busca da inédita medalha de ouro para coroar a ascensão e o sucesso do esporte.
E para marcar a contagem regressiva para a estreia do goalball em Tóquio-2020, o Olimpíada Todo Dia preparou um guia com tudo o que você precisa saber. Confira abaixo!
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Retrospecto
De todas as modalidades do programa paralímpico, o goalball é a única que não é adaptada. É um esporte feito especificamente para cegos, que foi criado em 1946 especialmente para a reabilitação de veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. No Brasil a modalidade chegou apenas em 1985, mas foi em 2004 que ela deu o primeiro salto no país, com a inédita classificação de uma seleção, a feminina, para a Paralimpíada de Atenas-2004.
De lá para cá, a ascensão foi meteórica, especialmente depois da conquista da medalha de ouro da seleção masculina no Pan de Guadalajara-2011. E desde então, o domínio brasileiro é absoluto em Pan, com seis medalhas, sendo cinco douradas.
Em 2012, o masculino novamente faturou uma inédita medalha paralímpica, a prata em Londres, e dois anos depois, foi campeão mundial pela primeira vez. Na Rio-2016, o time não confirmou o favoritismo e acabou ficando com o bronze.
Mas em 2018, a equipe faturou o bicampeonato mundial, enquanto a feminina conquistou a inédita medalha de bronze. No ano passado, ambas foram campeãs em Lima-2019 e hoje, a seleção masculina é a líder do ranking mundial e a feminina é a terceira melhor do mundo.
Expectativa
Com essa rápida ascensão e com todos os resultados positivos obtidos nos últimos anos, a seleção masculina chega como grande favorita à medalha de ouro, enquanto a feminina, com um time renovado, certamente irá forte para brigar pelo lugar mais alto do pódio.
“A minha expectativa é coletiva. Espero chegar bem preparado para Tóquio. Estamos vindo de títulos mundiais, medalhas paralímpicas e precisamos nos manter. Já temos uma medalha de prata em Londres-2012 e bronze na Rio-2016. Para completar o nosso quadro de medalha falta o ouro”, destacou Leomon Moreno, destaque da seleção brasileira e melhor jogador de mundo de goalball em live com o Olimpíada Todo Dia.
“Apostamos na renovação e vem dando resultado. As meninas confiaram no trabalho e as coisas estão acontecendo. Ouço muito que uma medalha paralímpica é construída em dois ciclos e concordo. Vamos trabalhar por Tóquio”, completou o técnico da seleção feminina, Daílton Nascimento, em live com a CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais).
Os adversários
A Lituânia, no masculino, e a Turquia, no feminino, foram os medalhistas de ouro da Rio-2016 e estão entre as melhores do esporte hoje, ao lado do Brasil. No entanto, outros países vêm diminuindo a diferença e, com uma nova geração vindo forte, a disputa promete ser acirrada no goalball em Tóquio-2020.
Além disso, até hoje, nenhum país ganhou mais de duas medalhas de ouro nas 11 edições dos Jogos Paralímpicos até hoje. Foram elas: as equipes masculinas da Finlândia e Dinamarca, e as femininas do Canadá e dos Estados Unidos, que subiram duas vezes ao topo do pódio.
Isso reflete, portanto, a força do esporte em todo o mundo. E se depender dos jogadores, o Brasil vai dar o primeiro passo para entrar nesta estatística e fazer história para o goalball em Tóquio-2020.