Aos 26 anos, bicampeão do mundo, medalhista paralímpico e considerado o melhor do mundo no goalball, Leomon Moreno, figura constante na seleção brasileira há quase 10 anos, é referência no esporte paralímpico. E ele sabe o que quer em Tóquio: “o ouro é a medalha que falta”.
Há quase uma década presente nas convocações da seleção brasileira de goalball, Lemon Moreno fez parte de um momento histórico. Depois de ser cortado em algumas convocações, o atleta mudou sua postura em alguns detalhes. Então, partiu para a primeira competição oficial pelo Brasil, a Paralimpíada de Londres-2012. Com ela, veio o feito histórico.
“Em 2012, eu voltei um pouco diferente, mas graças a Deus deu tudo certo. Consegui me destacar nos treinamentos e fui para a Paralimpíada, que foi a minha primeira competição oficial. Lá conquistamos a prata, a primeira medalha da história do país na modalidade”.
Depois do pódio em Londres, o Brasil subiu de nível no goalball. No Mundial de 2014, a seleção brasileira masculina conquistou o primeiro título. Já em 2016, na Paralimpíada do Rio de Janeiro, a levou a medalha de bronze. O bicampeonato mundial veio em 2018, quando Leomon Moreno e seus companheiros conseguiram manter o país como o melhor do planeta.
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Além das conquistas a nível mundial, a seleção brasileira de goalball também conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos, de 2015 e 2019. Com isso, o Brasil chegou e se manteve entre os melhores do mundo, mas falta uma medalha na galeria do país e de Leomon Moreno.
Onde tudo começou
“A minha expectativa é coletiva. Espero chegar bem preparado para Tóquio. Estamos vindo de títulos mundiais, medalhas paralímpicas e precisamos nos manter. Já temos uma medalha de prata em Londres-2012 e bronze na Rio-2016 e para completar o nosso quadro de medalha falta o ouro”.
Se hoje Leomom Moreno é considerado por muitos o melhor jogador do mundo de goalball, tudo só aconteceu por conta de seus irmãos, Leandro e Leonardo. Depois de passar por algumas por judô, atletismo, natação, futebol de cinco e outras modalidades, Leomon viu que os dois irmãos estavam tendo sucesso na modalidade que praticavam e decidiu seguir com eles.
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“A influência dos meus irmãos me motivou. Eu vi meus irmãos crescendo, evoluindo, um deles foi o primeiro de Brasília a ir para a seleção brasileira e isso motivou ainda mais. Em um momento, nós três fomos convocados e isso foi muito legal”.
CR7 contratado pelo Messenger
Diferente de outras modalidades, o goalball é um esporte criado para ser praticado por atletas com deficiência visual. Em uma quadra de 18 m de comprimento por 9 m de largura, três atletas de cada time defendem um gol, de 1,30 m de altura por 9 m de comprimento. Além dos titulares, cada equipe possui três reservas.
O ano era 2016. Logo após os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, Leomon Moreno estava trabalhando em um Pet Shop que tinha na época quando recebeu uma mensagem pelas redes sociais.
“Eu estava trabalhando no meu Pet Shop e chegou uma mensagem do Sporting de Portugal perguntando se eu tinha alguma vontade de jogar pelo clube. Na mesma hora eu disse que queria, me interessava sim”.
Após algum período de conversas com o time português, onde Cristiano Ronaldo começou a carreira, Leomon Moreno foi anunciado pelo Sporting de Lisboa como o “CR7 do Goalball”.
Olho para o futuro
Apesar de ter 26 anos e não saber em que ano exatamente vai parar, Leomon sabe que precisa pensar no futuro. Por conta disso, o atleta tenta passar o que sabe para os mais novos do goalball de todas as maneiras que pode.
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“Talento sem treinamento não vale de nada. O pessoal fala que eu sou o melhor jogador de goalball do mundo, mas esse título não vale de nada para mim. Se eu não seguir treinando, me dedicando, me esforçando, querendo passar o que eu tenho para os outros, não adianta de nada. Meu conselho para quem está começando é que se dedique, que dê o máximo. É preciso isso”, finaliza Leomon Moreno.