Apesar do avanço no combate ao coronavírus em alguns lugares do mundo, não se sabe como será a organização para a realização da Paralimpíada de Tóquio, em 2021. Com isso, e com o que acontece no planeta atualmente, a preparação dos atletas está sendo influenciada.
Um dos países com a preparação ainda vista com um incógnita, o Brasil segue buscando para onde avançar. Com o centro de treinamento do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) aberto há algumas semanas, somente para poucas modalidades, o diretor técnico da entidade sabe o que vai definir a preparação brasileira para os Jogos.
“Toda nossa preparação vai depender de quando retornaremos a uma realidade mais próxima da normalidade. Será que em janeiro estaremos prontos? Ou fevereiro, março? Temos discutido muito no departamento de alta performance com o departamento de ciência”, disse Alberto Martins em live com a CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais).
+ IBSA anuncia sede da Copa do Mundo de futebol de 5, em 2023
“Hoje, a ciência e as comissões técnica estão se reinventando. Reinventando a periodização, os treinamentos. A psicologia, reinventando a abordagem para a preparação mental. Eu, como chefe de delegação, não posso pensar só nas modalidades CPB. Por isso será muito importante nossa conversa com os diretores técnicos das demais confederações e modalidades. A ideia é termos uma proposta de trabalho de cada”, completou.
O novo treinamento
Atualmente no CPB conseguem treinar, respeitando os protocolos de saúde e sanitários, os atletas do tênis de mesa, natação e atletismo. Sempre em pequenos grupos, mantendo um distanciamento e seguindo por caminhos pré determinados dentro do centro de treinamento, os esportistas conseguiram retomar a rotina.
+ SIGA O OTD NO FACEBOOK, INSTAGRAM, TWITTER E YOUTUBE
Além disso, nunca um grupo tem contato com o outro. Assim, caso uma pessoa teste positivo para o coronavírus, é possível isolar apenas o grupo do qual ela fazia parte sem precisar interromper a rotina dos demais.
“Não é possível fazer o treino como era antes porque ainda não conseguimos disponibilizar todo o serviço necessário. A massoterapia, por exemplo, que é muito importante, não estamos fazendo. A própria academia não está aberta. Fizemos um outro protocolo individualizando os equipamentos. Levamos os aparelhos lá para a pista de atletismo, para o tênis de mesa e para a natação”.
E as outras modalidades?
Com algumas modalidades e atletas conseguindo voltar a treinar no CPB, a pergunta que é feita e quando as outras que mantinham treinamentos regulares no CT poderão voltar. Segundo o diretor técnico, esse questionamento ainda não possui uma resposta definida.
“Desde o protocolo inicial está prevista uma segunda fase, mas não temos perspectiva ainda. A grande preocupação nossa é haver a necessidade de fechar o CT novamente. Porque se isso acontecer, para retomar depois, vai ser bem mais difícil”.
Com isso, e com alguns países conseguindo já retomar as atividades de forma mais completa, uma relação com o possível desempenho do Brasil em Tóquio é imaginada. Sobre isso, Alberto Martins é direto.
“A gente quer as medalhas na Paralimpíada de Tóquio? Sim! Mas queremos a saúde dos nossos atletas. Não podemos pensar em Tóquio como sendo a última Paralimpíada que vai existir”, finalizou.