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Atletas-guias detalham importância e trabalho da função

Atletas guia dão detalhes do trabalho de acompanhar os paratletas na busca dos resultados e sonhos

Atletas guia detalham importância e trabalho da função
Atletas guia explicam como funciona o seu trabalho para ajudar o atleta paralímpico (Instagram/jackson.siiilva)

“Um atleta que se dedica e se doa todos os dias para ajudar a realizar o sonho dos outros”. Esta é uma boa definição para o trabalho do atleta-guia, que é aquele que acompanha e ajuda o corredor paralímpico a participar de suas provas.

Para entender um pouco mais sobre a importância e o trabalho desses atletas, o Olimpíada Todo Dia realizou uma live na noite desta quarta-feira (12), que contou com a participação de cinco atletas-guias do Time Naurú.

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O primeiro participante da transmissão foi Newton Junior, que é atleta-guia da paratleta Viviane Ferreira, da classe T12, nas provas dos 100 e 200 m, com quem conseguiu subir no pódio na disputa do Jogos Parapan-Americanos de Lima e Mundial, ambos no ano passado.

“As pessoas pensam que para ser guia é só chegar lá e correr. E não é assim. O guia precisa correr por ele e pelo atleta. É preciso ter uma sincronia perfeita entre o atleta e o seu guia e isso só se consegue com muito treino”, declarou o guia que já retornou aos treinamentos junto de Viviane visando os Jogos Paralímpicos de Tóquio, no ano que vem.

Suporte psicológico

]á David Lincoln, que corre ao lado de Gabriela Mendonça, da classe T12, que participa das provas dos 100 e 200 metros além do salto em distância, deu maiores detalhes da importância e função na atuação ao lado do paratleta.

“O atleta-guia é fundamental. É ele que dá o suporte psicológico e físico para o atleta poder desempenhar. Às vezes é preciso até ser o apoio motivacional pra dar confiança ao seu atleta. É importante ajudar o atleta em todos os aspectos para que a dupla possa fazer a melhor prova possível”, avaliou.

Atleta-guia de Jhulia Santos nos 400 m na classe T11, Mateus Oliveira explicou que o treinamento diário de sua função precisa ser quase dobrado já que exige o trabalho da dupla e o seu individual.

“A gente treina em duas partes praticamente. Uma é a gente guiando o atleta dando alguns tiros dividindo a cordinha com o atleta. O mais difícil dessa parte é acertar a sincronização com o seu atleta. Você precisa se adaptar rápido ao seu companheiro para que os resultados sejam bons. E nós precisamos ainda realizar treinos sozinhos, para manter o nosso individual em dia”, declarou.

Atleta-guia - entenda a importância e trabalho da função
Jonas Silva já conquistou três medalhas paralímpicas ao lado de Felipe Gomes (Instagram/jon.guide)

Correr pelo sonho do outro

Companheiro de pista de Fabrício Ferreira, da classe T12, nas provas de 100, 200 e 400 metros, Jackson Silva detalhou os ensinamentos que obteve desde que realizou a transição do atletismo olímpico para se tornar atleta-guia do atletismo paralímpico.

“O atleta-guia trabalha em prol do sonho de uma outra pessoa. Você precisa entender que o seu trabalho ali é auxiliar o sucesso do atleta. Eu vim do esporte individual, em que a gente só pensa no resultado seu e ponto. Com essa experiência no paratletismo, eu percebo o quanto é importante pensar no próximo, ter essa consciência coletiva”, explicou Silva, que cita ainda o sentimento solidário que obteve desde o início de seu trabalho na função.

“Meu sonho no esporte está totalmente ligado ao atleta que está do meu lado. Hoje o meu companheiro é o Fabrício, então o que ele tiver como sonho será o meu também. Irei sentir realizado caso consiga ajudá-lo a cumprir os seus objetivos”, completou.

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Reconhecimento

Já Jonas Silva, que atua como atleta-guia de Felipe Gomes, nos 100, 200 e 400 metros da classe T11, com quem já conquistou três medalhas paralímpicas, detalhou como o seu trabalho tem conseguido criar e implementar um reconhecimento pela função, mesmo que ainda longe do nível ideal.

“A gente fica muito feliz quando percebe que o nosso atleta está conseguindo melhorar e chegar mais perto de seus objetivos. Dá uma sensação de felicidade e dever cumprido muito grande. Até mesmo conseguir subir ao pódio. Esse direito do atleta guia de poder subir ao pódio junto do seu companheiro é muito bom e recente, pois não existia antigamente. E é importante pra gente, por que até hoje tem muitas pessoas que não reconhecem a importância de nossa função com o atleta”, declarou.

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